DÚVIDAS

Tivera, havia tido, tinha tido
Não sei se esta pergunta já alguma vez foi feita, mas na mesma fá-la-ei. Tenho lido em certas gramáticas que os tempos, Eu tivera, Eu tinha tido, Eu havia tido, são de significados idênticos. No entanto, noutras gramáticas li que estas formas são de significados diferentes, mas no entanto têm significados parecidos. Eu concordo com esta última opinião, porque quando as uso, uso-as em circunstâncias diferentes do dia a dia. Agora a questão é: essas formas são idênticas, parecidas ou diferentes? Como se sabe, a linguagem do povo e a linguagem erudita são totalmente diferentes.
O plural dos antropónimos
Uma vez que, por definição, um substantivo próprio individualiza uma pessoa, um rio, uma cidade, etc., parece-me uma contradição flexioná-lo em género e número. Assim sendo, não se deveria afirmar que o substantivo Maria é feminino, pois pode designar um ser do sexo masculino (ex.: José Maria); também será redundante afirmar que se encontra no singular porque, se individualiza um ser, nunca deveria ser utilizado no plural. A frase "Há muitas Marias nesta sala" é aceitável num registo popular mas, num registo mais cuidado, deveria ser substituída por "Há muitas pessoas de nome Maria, nesta sala". Gostaria de saber se estou correcta. Caso contrário, peço o favor de me esclarecerem. Grata pela atenção.
Aluga-se esta casa
A gramática diz que o se da construção "Aluga-se esta casa" é partícula apassivadora. Observe, porém, que a frase não equivale a: "Esta casa é alugada". Uma casa que esteja para locação e que utilize esta frase provavelmente não receberá visitas de supostos interessados, uma vez que estes, ao lerem "esta casa é alugada", concluirão que tal residência já se encontra locada. Diante desse fato (ausência de equivalência) como aceitar o se como particula apassivadora? Como poderíamos então classificar (sintaticamente) tal pronome?
Soneto da Fidelidade: análise sintáctica
Peço-vos para analisarem sintaticamente este lindo poema de Vinicius de Moraes, que p'ra mim virou um tormento. É o Soneto da Fidelidade. Queria identificar os Termos Acessórios, Integrantes e Essenciais, além de Orações Subordinadas. Só consegui identificar sujeitos e verbos. Soneto da Fidelidade De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.
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