Devemos escrever:
«É proferida decisão, a qual é de imediato comunicada aos interessados.»
ou
«É proferida decisão, que é de imediato comunicada aos interessados.»
Gostaria de saber informações históricas e linguisticas mais detalhadas sobre a etimologia da palavra melancia.
Até o momento encontrei as seguintes informações:
«Do árabe balansia, "valenciana", pelo português antigo balancia e belancia [= melancia], por influência de melão.»
«ETIM(1609) balancia, belancia (f. arcaica ainda us.), prov. termo africano ou do árabe, com infl. de melão.»,
«Etymology. Alteration of balancia (“watermelon”), influenced by melão (“melon”), from Arabic بَلَنْسِيّ (balansiyy, “Valencian”).»*
Qual seria exatamente a relação de melancia com valenciana/valencian? Teria alguma relação com o dialeto árabe de Valência?
Agradeço desde já.
[* N. E. – Informação do Wiktionary. Tradução: «Etimologia. Alteração de balancia (“melancia”), influenciada por melão, do arábico بَلَنْسِيّ (balansiyy, “valenciano”).»]
Há alguns anos, quando ainda eu estava cursando o ensino médio, comecei a estudar gramática por um livro de português (da década de 1960) intitulado Português ao Alcance de Todos, de Nelson Custódio de Oliveira, no qual havia a inclusão da locução «de modo que» e suas equivalentes («de maneira que» ,...) no exemplário de conjunções explicativas, sem, aliás, citar nenhum abono.
Daí, como tenho uma curiosidade exasperada, resolvi pesquisar a fundo esse caso e encontrar abonações de usos por algum autor consagrado na literatura ou em algum manual de gramática, então encontrei três fontes a mencionarem tal uso:
Em Gramática Expositiva – Curso Superior, de Eduardo Carlos Pereira, de 1941, no qual há o seguinte exemplo do uso de «de modo que» como conjunção causal; ex.: «Ele guardou, de modo que não lhe viesse a faltar.»
Em Gramática Normativa da Língua Portuguesa – Curso Superior, de Francisco da Silveira Bueno, de 1973, no qual o autor arrola no exemplário das causais, «de modo que», «de forma que», «de maneira que», abonando um exemplo de causal com «de maneira que» apenas: «Não mais, Musa, não mais, que a lira tenho destemperada...»; «De maneira que por todas as vias lho deveis ...» (Ulíssipo,11).
E, por fim, em Guia Prático de Análise Sintática de Tassilo Orpheu Spalding, no qual este autor declara o seguinte: «"De modo que" e "de maneira que" também funcionam como conjunções causais: "Não li o livro, de modo que não lhe posso dar informações precisas".»
O pior de toda essa pesquisa que fiz é que, de fato, nenhuma dessas fontes mencionadas me deu um exemplo em que conseguisse enxergar a ideia de causa e consequência típicas presentes em um período subordinado em que há uma oração causal.
A meu ver (e aliás já vi duas construções desse jeito) o uso de «de modo que» enquanto conjunção causal seria como o caso da conjunção como quando estabelece ideia de causa, ou seja, no início do período, assim: «DE modo que foi na floresta que o lobisomem entrou, é lá onde vou procurá-lo.»
Assim, meus prezados, por gentileza, vocês conhecem alguma outra fonte que relate tal fato (corpus do português, gramática, dicionário, estudo publicado por linguista...) que possa me fornecer para me convencer dessa possibilidade (ou impossibilidade)?
Obrigado.
Já vi em inúmeros livros recomendações sobre a reprovação de usar «eis que» como sinônimo de porque para estabelecer ideia de causa.
Mas a pergunta é: seria correto classificar esta referida expressão como conjunção temporal?
«Estava no alpendre de minha casa repousando, eis que vislumbro bem de longe algo estranho no céu, um óvni.»
Períodos que contenham orações predicativas podem ser estruturados com outros verbos além do ser?
Por exemplo em «O tempo parece que passa depressa», eu vejo uma predicativa antecedida do verbo parecer, mas um professor faz a classificação assim:
«O tempo parece que passa depressa» = «parece que o tempo passa depressa»
Daí é subjetiva.
Afinal, qual a classificação correta?
Na frase seguinte o que significa a combinação «tenho a»: «Tenho a dizer-vos que a origem do termo azulejo é árabe.»
É o mesmo que «tenho de» ou «tenho que» com sentido de dever? É normal utilizar infinitivo ter com a proposição a?
Muito obrigado
Qual o correto: «Por favor, me deixe viver!» ou «Por favor, deixe-me morrer!»
E por quais razões que é o correto?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
«[...] se faz NECESSÁRIO uma intervenção do governo federal.»
«[...] se faz NECESSÁRIA uma intervenção do governo federal.»
Ao meu ver, o «necessário» deve concordar, pois o «faz-se» pode concordar, ou seja, o adjetivo não faz parte de uma expressão indeterminadora do sujeito.
«É feita NECESSÁRIA uma intervenção do governo federal.»
Mas... como alguns professores contrariam a minha opinião, preciso da opinião dos Senhores.
Desde já, agradeço a atenção.
Deve dizer-se «voltaremos em 2 minutos», ou deve dizer-se «voltaremos dentro de 2 minutos»?
Estudando os valores semânticos da preposição com no livro Sintaxe Clássica Portuguesa de Cláudio Brandão de Sousa, eis que me deparo com um trecho de um texto de Camões.
Daí o que queria, de fato, era ajuda na verdadeira análise da expressão «com que».
Sei que com estabelece causa no contexto. Agora quanto a esse que, seria pronome relativo ou toda a expressão estaria fazendo as vezes de uma conjunção causal?
«correm rios de sangue desparzido, com que também do campo a cor se perde.» (Os Lusíadas, III, 52)
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