Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Hugo Alexandre Rodrigues Martins Professor Brasil 1K

Por que incluímos determinadas palavras na classe fechada dos pronomes adjuntos (ou pronomes adjetivos)?

A dúvida é anterior à determinação da quantidade de adjetivos ou de pronomes adjuntos, pois ela se refere a seus respectivos conceitos.

Em outras palavras, qual conceito determina que certas palavras sejam pronomes (adjuntos), e não adjetivos, dado que ambas as classes se referem ao nome?

Rita Melo Professora Coimbra, Portugal 2K

Desejava esclarecer uma dúvida sobre a apóstrofe, recurso expressivo.

Sabemos «que consiste na interrupção do discurso para invocar, através do vocativo, alguém ou algo a que se se atribuem características de pessoa» (in Dicionário Breve de Termos Literários, de Olegário Paz e António Moniz), ou «RETÓRICA – recurso estilístico que consiste numa interpelação, geralmente exclamativa, a algo (normalmente personificado) ou alguém (usualmente ausente), por norma realizada através da utilização do vocativo e do discurso direto e destinada a conferir vivacidade e/ou realismo ao discurso» (apóstrofeDicionário Infopédia da Língua Portuguesa).

A dúvida é a seguinte:

– Na estância 133, do Canto III, d’Os Lusíadas, a apóstrofe está apenas no vocativo, «ó sol», ou no conjunto dos versos 1 a 4 da mesma estância? O mesmo se dirá da apóstrofe aos «côncavos vales» – a apóstrofe está apenas no vocativo, «ó côncavos vales», ou no conjunto dos versos 5 a 8 da referida estância?

De acordo com a primeira definição, sim, o recurso está apenas no vocativo. Porém, a interpelação ao «sol» ou aos «côncavos vales» está presente no conjunto dos versos que indico.

Antecipadamente, grata pela atenção.

Guilherme Neves Estudante Chaves, Portugal 1K

É correto contrair a preposição de com palavras começadas por vogal? Em textos anteriores à reforma ortográfica de 1911, é comum ver contrações como "d'imaginação" ou "d'enthusiasmo".

Ainda são aceites nos dias de hoje?

Emanuel Fernandes Reformado Orléans, França 1K

Qual é a origem da palavra contrabando? Ao que parece, vem do italiano, mas como se formou nesta língua?

Marilena Sampaio Professora de Ciências São Paulo, Brasil 1K

Qual a frase correta: «Estou na Maranduba» ou «Estou em Maranduba»?

Paulo Ribeiro Professor Aveiro, Portugal 7K

Com a locução coordenativa correlativa «tanto...como...» dá-se a próclise ou a ênclise do pronome?

Exemplos:

a) «Tanto ele como ela se mantiveram calados.»

b) «Tanto ele como ela mantiveram-se calados.»

Nesta situação, qual a frase correta?

Obrigado pela vossa colaboração.

Paulo Manuel Sendim Aires Pereira Engenheiro Costa Rica, Brasil 4K

Numa das respostas excelentes do Ciberdúvidas afirma-se que «salvo é um conector que pode introduzir sintagmas nominais (1), orações infinitivas (2) e sintagmas preposicionais (3)».

Embora em espanhol exista a conjunção salvo que, parece-me que esta não existe no português. No entanto, tenho visto (raramente), nos ambientes jurídicos, salvo usado num sentido análogo ao das conjunções.

Fiquei com a dúvida se esse uso é gramatical. Se o é, como classificaríamos salvo neste caso?

«Esta legitimidade é determinada em função dos termos em que a relação material controvertida é configurada na petição inicial, salvo a lei indique em contrário.»

Obrigado.

Rafael Martins Curitiba, Brasil 1K

Notabiliza-se, dia após dia – especialmente, na esfera universitária de grande visibilidade –, a ascensão daquilo a que chamam "linguagem neutra": vê-se, ora hebdomadariamente, ora cotidianamente, publicações de universidades fazendo uso da linguagem dita neutra, sem mencionar as entidades políticas que, também, o fazem.

A meu humilde ver, o ver de alguém que prepara bebidas e que ama sua língua pátria; essa implementação – quase discricionária – que me tem sido apresentada, não só através da tela da televisão e do telefone celular; mas, também, através dos clientes que se sentam ao outro lado do balcão; possui – também – a aparência de uma medida que não traz, em seu imo, o intuito de ser uma linguagem não excludente, visto que seu uso se tem espalhado às custas de apelos morais de seus entusiastas: apelos estes que compungem aqueles que não aquiescem a seu uso.

Indago, portanto, aos senhores: a implementação da linguagem neutra é, realmente, necessária?

É o caminho natural– per viam naturalem – que se seguirá rumo à evolução de nossa língua? Ou é reflexo da deterioração do uso de nosso idioma, que passou por séculos de evolução até chegar à sua fisionomia atual em que a neutralidade se faz presente — ao menos no que concerne aos pronomes, e ao que meu saber me limita — na forma masculina.

Agradeço, de antemão aos senhores deste sítio pelo posicionamento seriíssimo com que têm atuado ante as mais diversas questões que lhes tem sido apresentadas.

Emília Maria Alves Farinha Professora Torre da Marinha, Portugal 10K

Como se diz?

«Senhores e senhoras»

ou

«Senhores»?

Celso Pais Psicólogo Sra da Hora, Portugal 1K

Ao ler o livro em epígrafe (1913, Ed. Aillaud, Alves & Cia, p. 141), deparei-me, no conto intitulado "O Solar de Montalvo", de Aquilino Ribeiro, com o seguinte excerto:

«Na sala que abria para o pomar, a mão dum finado ardia numa luz resplendente e alva que cegava.»

A expressão «mão do finado» surge também no conto homónimo de Teófilo Braga (Contos Tradicionais do Povo Português).

Procurando o significado da expressão «mão de finado», somente encontrei o sentido de «avarento». No entanto, em ambas as obras acima citadas parece que o sentido não se refere a um adjetivo, mas sim a um substantivo, o qual não consegui descodificar.

Assim sendo, venho solicitar ajuda para conhecer o sentido correto da expressão «mão de finado».