DÚVIDAS

Sobre a regência do verbo designar
A propósito da questão levantada por mim (Opinião sobre frase), respondida sucintamente em 19/11/2007, gostaria, se for possível, de uma resposta mais estendida, com explicações mais pormenorizadas sobre os problemas de regência que envolvem o verbo designar no exemplo que dei e nestes que vou dar: 1 — «O presidente designou o deputado José de Abreu relator.» (ou «como relator», ou «para relator») 2 — «O presidente designou o deputado José de Abreu relator das seguintes proposições...» 3 — «O presidente designou o relator para as seguintes proposições...» (agramatical?) Poder-se-ia pensar que, na frase 3, está elíptica uma expressão de finalidade («para examinar as seguintes proposições»); no entanto, creio que, por exercer o complemento nominal uma função mais importante na sintaxe de uma oração e por relatar não reger para, nada abona o uso de uma expressão adverbial de finalidade, em detrimento daquele complemento, que já dá pleno entendimento à frase em questão.
«Fazer-se pagar» e «fazer-se cobrar»
Tenho encontrado o verbo pagar associado a fazer-se com um sintagma nominal introduzido directamente (i. e. sem preposição): 1. «Dessa vaga de anulações têm estado a beneficiar os artistas da "segunda divisão" mais temerários, que têm vindo a substituí-los no circuito maior, fazendo-se pagar, em média, o dobro dos seus honorários normais.» 2. «E aqueles deputados que foram apanhados a roubar (fazendo-se pagar viagens que não fizeram)(...)» Não deveríamos usar aqui a preposição por («fazer-se pagar por viagens…/pelo dobro…»)? Julgo que deveríamos usar por em vez de de nas frases que se seguem (não?): 3. «Seis das oficinas, além de substituírem peças a mais, fizeram-se pagar de componentes não substituídos.» 4. «(…) a autarquia pretendia fazer-se pagar de um serviço anterior à privatização da recolha de lixos.» E tenho deparado com o uso de «fazer-se cobrar» no sentido de «fazer-se pagar»: 5. «Há lojas que o fazem gratuitamente, enquanto outras se fazem cobrar pela prestação destes serviços suplementares.» Creio que «fazer-se cobrar» é inaceitável, mas queria confirmar. Grato pela atenção.
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