Certa vez li um artigo cujo autor expressou a opinião de que o pronome relativo cujo está na realidade com os dias contados, ou seja, previu-se a sua extinção para dentro em breve. De fato, pelo menos aqui no Brasil, quase ninguém o emprega na linguagem falada e, quando se usa na escrita, muitas vezes esse pronome está fora de propósito (sem função ou com função errada). Vendo o quadro por esse lado, realmente não existem boas perspectivas para a sobrevivência do cujo, o qual tende a sumir-se como tem acontecido à mesóclise. Parece-me que o cujo sofre da «síndrome de Filinto Elísio», que o empregava muito mal. Qual é, portanto, a vossa opinião? Credes também que o cujo não sobreviverá?
Na frase «Estes seres e aqueles ficam à minha guarda» (A Fada Oriana), minha é um pronome, ou um determinante possessivo?
Agradeço a atenção!
Relativamente à utilização de qualquer, há comentários no sítio que dizem ter gramáticos que condenam o seu uso em contextos com valor negativo, recomendando a substituição por nenhum. Gostaria de uma opinião sobre este caso, que é corriqueiro nos noticiários: «O senador negou qualquer participação no desvio de verbas.» Nesse contexto, é clara a intenção de enfatizar que não houve nenhuma participação, entretanto a utilização de nenhuma nessa frase é inviável. Poderíamos dizer assim: «o senador afirmou que não teve nenhuma/qualquer participação no desvio de verbas», em que se poderia optar pela forma mais purista. Assim, é correto utilizar «negou qualquer»?
Gostaria de saber se há alguma regra para a posição dos pronomes possessivos como nos seguintes casos:
— «O livro é de um amigo meu.»
— «O livro é do meu amigo.»
Obrigada.
Gostaria de saber qual é a diferença entre as seguintes frases:
1. «A chegada do avião está prevista para as 14h35.»
2. «A chegada do avião está prevista às 14h35.»
3. «A chegada do avião está prevista pelas 14h35.»
Muito obrigado pela sua ajuda|
Por motivos profissionais, tenho de proceder à análise de ofícios, de forma a uniformizar a redacção dos mesmos. Assim, constatei que, ao ter de utilizar um possessivo na sequência do emprego de «V. Ex.ª», há quem opte por «v/», enquanto que outros optam por «seu». É o que acontece, por exemplo, no seguinte caso: «Em resposta ao v/ ofício (...) informo V. Ex.ª que o parecer solicitado é favorável.» Creio que seria mais correcto utilizar seu», já que é o pronome possessivo correspondente à terceira pessoa, mas não sei se a utilização da outra fórmula é também legítima.
Agradeço desde já a vossa resposta.
Vendo a vossa resposta n.º 28 126, pensei em colocar-vos uma questão, que me intriga há anos, e que não sei se já foi colocada aqui.
Existe algum motivo pelo qual a palavra Deus não vem precedida de artigo definido, enquanto «o Diabo» pode vir precedida do mesmo? Engraçado, é que isso acontece também em outras línguas: inglês — God mas «the Devil»; francês — Dieu mas «le Diable».
Obrigado.
Existem algumas obras de referência que abordam os casos em que é possível, ou mesmo obrigatório, omitir o artigo em expressões como «escova de dentes», «ovo de pato», «homem de cultura» e afins?
Obrigado.
O treinador José Mourinho afirmou: «Sou o José Mourinho com todas as qualidades e defeitos.» Esta frase está correcta? A verdade é que foi reproduzida em todos os jornais sem edição, por isso fico na dúvida. Parece-me que o determinante indefinido todas se refere tanto às «qualidades» como aos «defeitos». Ora, estando no feminino, não haverá aqui um problema de concordância? Não seria preferível escrever «todos os defeitos e qualidades» ou «todas as qualidades e todos os defeitos»? Por outro lado, parece-me que escrevendo desta maneira se altera bastante o que o treinador português afirmou. Não o sentido, é certo, mas de algum modo o ritmo, a entoação da frase.
Eu não sei se já responderam a questões similares a esta, mas eu tenho muitas dúvidas deste género quando estou a escrever e agradeceria que me ajudassem a ultrapassá-las.
Na frase «Tal pai, tal filho», como classificar morfologicamente tal? Determinante demonstrativo? Locução conjuncional comparativa? Determinante indefinido?
Agradeço os vossos esclarecimentos.
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