A minha dúvida encontra-se nas frases «Tenho grande satisfação de passar-lhe às mãos a publicação Carta Mensal». O verbo passar é regido pela preposição a? Não seria correta a frase: «Tenho grande satisfação de passar às suas mãos a publicação Carta Mensal»?
Gostaria de uma explicação do mestre quanto ao uso do lhe nas mais variadas situações. Fico aguardando suas explicações.
Agradeço muito e parabenizo-o pelo site.
É a expressão «qualquer que seja» a mais correcta (até ao nível do estilo) quando se refere a um sujeito humano? Por exemplo, na frase «O médico, qualquer que seja, não tem de mostrar os seus sentimentos perante a dor do doente, ele tem antes de conter esses sentimentos», não é preferível usar antes «seja ele qual for» ou «seja ele quem for», não obstante a aparente redundância do pronome pessoal ele? Grato desde já pela atenção que a minha questão possa merecer.
Embora tenha investigado, continuo com dúvidas em relação aos pronomes clíticos a usar nas seguintes frases.
a) «Digam-nos o que aconteceu. Espero que__________o que aconteceu.»
b) «Traz-me um pão saloio da padaria. Quero que__________um pão saloio da padaria.»
c) «O professor chama-me todos os dias; oxalá ele_________também hoje.»
Nas seguintes frases, gostaria de saber se «em ti», na primeira, e «num congresso», na segunda, são considerados complementos indirectos, apesar de não serem precedidos pela preposição a.
1.ª – «Eu confio em ti, meu irmão.»
2.ª – «Sete sábios participaram num congresso.»
Gostaria de uma ajuda a respeito da colocação de pronomes, na verdade, quero mesmo é saber porquê nestes dois casos foi utilizada próclise:
a) «Algumas notas chegaram a se ligar.» (Sendo um verbo no infinitivo, não deveria ser mesóclise?)
b) «Em se pondo o Sol os pássaros voam.»
Procurei em diversas gramáticas e não encontrei regra que justificasse a próclise.
Além disso, a regra diz que para mesóclise usa-se futuro do presente e futuro do pretérito, mas isso é difícil de se aplicar na prática...
Por que esta frase está correta?
«O torneio iniciar-se-á no domingo.»
Agradeço desde já a ajuda.
O qual como conjunção pluraliza? Ou seja, diz-se: «Corríamos quais baratas tontas pelo escritório», ou «Corríamos qual baratas tontas pelo escritório»?
Obrigada.
Quando usar si ou se? Existe algum macete para poder tirar a dúvida?
Gostaria de saber o seu parecer a respeito da construção em que um pronome demonstrativo é posposto a um substantivo. Em pesquisa pela rede, encontrei apenas a prescrição de que o pronome deve ser colocado no plural: «uma coisa dessas», «um absurdo desses». Dessa forma, não se explica nada. Ademais, no meu entender, a suposta incorreção do singular não se justifica; ao contrário, o singular parece-me mais lógico, visto que se pode subentender o substantivo tipo ou natureza após o pronome (a construção indica tipificação):
«Não diga um absurdo desse [tipo].»
Pesquisando nos livros, encontrei um item sobre o assunto na Gramática de Usos do Português, da linguista brasileira Maria Helena de Moura Neves. Conforme atesta a transcrição a seguir, a autora entende as duas formas (singular e plural) como possíveis:
«Como é que se passam coisas destas em sua casa, a cem metros da minha, e você não me chama, não me avisa?» (A viagem noturna. TEIXEIRA, M. L. São Paulo: Martins, 1965)
(destas = deste tipo)
«Pensava que Miguel morreria pelas suas mãos. Como se moldava um horror deste?» (O fiel e a pedra. LINS, O. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1961)
(deste = deste tipo)
«Ciúmes de Bebel, pode uma coisas dessas?» (O sorriso do lagarto. RIBEIRO, J. U. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984)
(dessas = desse tipo)
«Eu podia ter quebrado o braço. Uma altura dessa!» (O fiel e a pedra. LINS, O. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1961)
(dessa = desse tipo)
(NEVES, 2000, p. 506).
Desde já agradeço a atenção.
Na frase «para mim, considero os meus professores...» estou com dificuldades em substituir «os meus professores» por um pronome, visto que a minha professora não aceita que eu diga «para mim, considero-os...».
Então pergunto qual será o pronome mais correcto a ser utilizado?
Sou frequentadora assídua das páginas do Ciberdúvidas. Aqui encontro respostas às mais diversas dúvidas que, por vezes, se apresentam enquanto escrevo. Sem dúvida, este é um espaço no qual se encontram orientações elaboradas de forma clara, correta e objetiva.
No entanto, quero tecer alguns comentários a respeito da resposta dada às questões do texto Sobre a próclise, a mesóclise e a ênclise (Edite Prada :: 04/05/2004).
As respostas apresentadas ao consulente são bastante elucidativas, porém as justificativas dadas ao uso do pronome no Brasil são, no meu modo de pensar, extremamente superficiais. Aliás, nem se pode falar no plural, pois há somente uma: "porque obedece à regra geral".
No Brasil, há, sim, um distanciamento natural entre a fala e a escrita, por motivos que vão muito além do mero descaso para com a língua – há raízes históricas e problemas estruturais graves.
No que concerne à norma culta, mais especificamente à escrita, preconiza-se o uso das regras. Dessa forma, as justificativas aqui deveriam levar em conta as normas gramaticais e não o uso informal da língua, pois dá a impressão de que no Brasil os gramáticos concordam com esta "regra geral" e que as escolas adotam-nas.
O brasileiro, ainda que tenha bons conhecimentos e uma sólida formação, estabelece diferenças entre as diversas situações de uso da língua. Eu arriscaria dizer que, com relação à fala, somos muito mais "situacionais" – "contextuais" do que propriamente "gramaticais".
Eu disse com relação à fala, pois os que fazem uso do padrão culto na modalidade escrita sabem que as regras existem e que a gramática é normativa.
Felicidades a todas(os) e parabéns pelo inestimável trabalho de aclarar as dúvidas e clarear os espíritos.
Grata.
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