Como a frase que nos apresenta é iniciada pela preposição para, pode induzir-nos ao erro de se considerar que introduz uma oração final, o que implica o verbo no infinito fexionado ou não flexionado. Se se tratasse desse caso, então, o pronome pessoal seria o sujeito da frase, logo, um pronome recto — tu. Tratar-se-ia, então, de uma frase como a seguinte:
«Para tu, que és noctívago, conferires a chuva de meteoritos que vai acontecer no início da madrugada, vale a pena…»
Mas não é este o caso dessa frase, pois estamos em presença de um sintagma preposicional, e não de uma oração final.
Ora, são as formas oblíquas tónicas dos pronomes pessoais que, acompanhadas de preposição, formam este tipo de sintagma preposicional.
Assim, este SP, para ti, é constituído pela preposição para e pelo SN (sintagma nominal) representado pelo pronome oblíquo ti:
«Para ti, que és noctívago, vale conferir a chuva de meteoritos…»
Vejamos os seguintes exemplos das duas estruturas, apresentados por Cunha e Cintra:
«Isto é para tu fazeres.»
«Isto é para ti.»
«Ele mandou um livro para mim.»
«Para eu ler este livro, ele mandou-mo.»