Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
Luís Pereira Professor Coimbra, Portugal 1K

Gostaria de saber se um antecedente de um pronome relativo corresponde apenas ao nome ou a grupo nominal.

Por exemplo, na frase «Vi uma mulher linda e fotografei-a», o antecedente do pronome pessoal -a corresponde a «mulher» ou a «uma mulher linda»? Ou exclui-se o modificador?

Por exemplo, na frase «a corrupção é um vício intemporal que abrange diversos setores da sociedade», o antecedente do pronome relativo que corresponde a «vício» ou a «um vício intemporal»?

Temos de estabelecer uma diferença entre o pronome pessoal e o pronome relativo, em termos de abranger um nome ou um grupo nominal? Se sim, por que motivo?

Sei que, em muitos casos, o pronome substitui um grupo nominal. Entre colegas, que têm estas dúvidas, não há consenso e existem dúvidas.

O vosso contributo seria permitir-nos-ia obter mais segurança da identificação de antecedentes.

Ainda outra dúvida associada, é legitimo pedir uma expressão a que se refere um pronome, de modo a que um aluno dê a resposta correspondente a um grupo nominal em contexto de gramática, ou apenas em termos de interpretação textual. Por exemplo, «Uma pequena luz bruxuleante cintila e eu vejo-a», cujo pronome se refere à expressão «Uma pequena luz bruxuleante».

Deibidi Silva Estudante Pelotas, Brasil 1K

Me deparei, enquanto procurava pelo significado de algumas palavras pela Internet, que a palavra ''elo'' (uso arcaico) poderia significar: isto, isso, aquilo.

Isto aparece facilmente no dicionário do Google, porém nenhuma pesquisa a fundo que tentei mostrou resultados deste uso indicativo para ''elo''.

Poderia alguém mencionar algum trecho em que acharam este uso para elo?

Obs: Já li vários livros de linguagem mais rebuscada, porém nunca vi tal uso.

David da Silva Santos Advogado Guaratinguetá, Brasil 3K

«A mãe bateu na filha porque estava bêbeda»

 Observem o período acima, dizem que ele é ambíguo, pois na proposição não há como dizer quem estava bêbeda: a mãe ou a filha. Contudo, a meu ver não existe ambiguidade pelos motivos que abaixo apresento. Para fins didáticos, separei o período acima em três partes, a saber:

1º Parte: a mãe bateu na filha. Temos um sujeito agente simples "mãe", um verbo transitivo indireto "bateu" e um objeto indireto "filha". Esta oração é clara e não há ambiguidade nela.

2ª Parte: estava bêbeda. Na forma em que o verbo "estava" se apresenta, ele esconde dois sujeitos, o primeiro é o pronome do caso reto "eu" e o segundo é o também pronome do caso reto "ela", portanto, é aqui que está a ambiguidade. Esse verbo é de ligação e ele diz duas coisas ao mesmo tempo, veja: eu estava bêbeda; ela estava bêbeda.

3ª Parte: porque. Essa palavra "porque" é um conectivo cuja finalidade é fazer uma subordinação, por este método, as propriedades da oração subordinada passam para a oração principal e é a partir daqui que as coisas começam a ficar mais claras. Realizando o translado temos que, por meio do conectivo, as propriedades da oração subordinada transferem-se para a oração principal. Desse modo, o sujeito agente oculto “eu” refere-se ao sujeito agente expresso “mãe” da oração principal. Todavia, a mesma lógica não pode ser aplicada ao sujeito agente oculto “ela” da oração subordinada, porque não há outro sujeito agente expresso na oração principal na terceira pessoa do singular.

Concluímos então, que o adjetivo “bêbeda” de modo algum manda seta para “filha”, posto tratar-se de um objeto indireto e não sujeito oculto do verbo “estava”. Ademais, considerando-se "porque estava" uma locução adverbial, tal locução manda seta para o verbo "bateu", então teremos que "a mãe bateu porque estava bêbeda". Semanticamente temos uma mulher praticando um ato influenciada pelo uso de entorpecente. Portanto, a filha é vítima três vezes: da mãe, das sovas e do entorpecente.

Caso esteja correta minha análise, o erro maior praticado pelos intérpretes encontra-se quando alguém faz uma interpretação de um texto sem aplicar primeiro uma análise morfossintática.

Está correta minha análise? A locução adverbial é de causa? Se não estiver, por favor, expliquem onde errei.

Obrigado.

Rita Mira Marketing Lisboa, Portugal 2K

Qual a frase mais correta?

«Tenho suficiente para nós dois» ou «Tenho suficiente para nós os dois»?

Obrigada.

Terrence Fraser-Bradshaw Educador Georgetown, Guiana 808

Gostava de saber se o uso de quem nesta oração «A mulher quem canta» estava correta ou não.

Grato pela resposta.

Armando Machado Professor jubilado Lisboa, Portugal 747

Numa situação em que estou a dificultar a passagem de outra pessoa devo dizer «Não consegues passar comigo aqui» ou «Não consegues passar com eu aqui»?

Eu preferiria a segunda, mas tenho vários amigos que discordam de mim.

Alexandre Lopes Estagiário Ovar, Portugal 888

Estava a assistir à reportagem da TVI sobre um eclipse solar híbrido na região Ásia-Pacífico e quando um espectador começou a comentar apareceu:

«Foi difícil convencê-los ao início, porque disse-lhes que ia durar só um segundo.»

Não devia ser «porque lhes disse»? Será só um erro? O pronome não devia estar atrás do verbo?

Gostaria de saber se essa frase está correta ou não.

Obrigado.

Jacira Silva Jornalista Madrid, Espanha 1K

Gostava de agradecer-vos pelo vosso excelente trabalho. Estou imensamente agradecida.

A minha pergunta é: qual é a posição dos pronomes de complementos com os pronomes isso, isto? «Isso me encanta», «Isso encanta-me», «Isto me ofende imensamente, Maria!»

Desde já agradeço a vossa ajuda. 

Francisco Pargana Professor Porto , Portugal 834

Na frase «inocentou-se aquele réu», a voz é passiva sintética.

A minha dúvida é a seguinte: se essa frase não tem objeto direto, por que o verbo é ainda classificado como transitivo direto nessa voz?

Há algum gramático que dê uma luz sobre isso?

Muito obrigado!

Hugo Alexandre Rodrigues Martins Professor Brasil 959

Por que incluímos determinadas palavras na classe fechada dos pronomes adjuntos (ou pronomes adjetivos)?

A dúvida é anterior à determinação da quantidade de adjetivos ou de pronomes adjuntos, pois ela se refere a seus respectivos conceitos.

Em outras palavras, qual conceito determina que certas palavras sejam pronomes (adjuntos), e não adjetivos, dado que ambas as classes se referem ao nome?