Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Concordância
Paulo Alexandre Relações Públicas Portugal 4K

Em documentos, oficiais ou outros, devemos optar pela fórmula «os/as» para consagrar uma linguagem promotora da igualdade do género?

Por exemplo: «O evento destina-se ao/à profissional», ou, no caso do plural, «... a todos/as os/as trabalhadores/as».

Obrigado.

Paulo Colaço Assessor Almada , Portugal 2K

As seguintes frases estão ambas certas, ou apenas a primeira?

«Os funcionários foram simpáticos, como não podiam deixar de ser.»

«Os funcionários foram simpáticos, como não podia deixar de ser.»

A primeira frase é de Mário Gonçalves Viana, no seu A Arte de Redigir, de 1951. Porém, em frases desse tipo eu costumo usar o verbo poder no singular. Está errado?

Muito obrigado.

Renato Alexandre Funcionário público Lisboa, Portugal 3K

Na expressão «sujeito passivo», existe a forma própria no feminino, ou deverá ser usado também "sujeito passivo"?

Obrigado

Julian Alves Estudante Roma, Itália 1K

Tanto em italiano quanto em espanhol há verbos cujo sujeito vem após o verbo, por exemplo:

1. «Mi piace il cioccolato.»/«Mi piacciono i cioccolati.»

2. «Me gusta el chocolate.»/«Me gustan los chocolates.»

Só que estes verbos piacere e gustar, quando têm como sujeitos verbos no modo infinitivo não mudam.

1.1. «Mi piace cantare e ballare.»

2.1. «Me gusta cantar y bailar.».

I. Eu gostaria de saber esta regra se funciona com o verbo português agradar, ou seja, se o verbo muda ou não, quando o sujeito é composto por verbos no modo infinito, como:

3.1. «Agrada-me dançar e cantar.»

3.2. «Agradam-me dançar e cantar.»

II. E se «agrada-me dançar e cantar» é o correto, por que o verbo fica no singular já que o sujeito é composto: «dançar e cantar»?

Desde já, muito obrigado.

Bohdan Litkovets Tradutor Lisboa, Portugal 4K

Na Internet leio muitas vezes que a regra de uso dos substantivos biformes e uniformes é simples:

Os substantivos biformes possuem uma forma para o masculino e outra para o feminino:

Ele é um menino muito educado/Ela é uma menina que canta bem.

Ele é um ator famoso/Ela é uma atriz fantástica.

Já os substantivos uniformes têm uma só forma para ambos os géneros:

Ele é um estudante da FLUL/Ela é uma estudante da FLUL.

O João é o nosso principal cliente/A Joana é a nossa principal cliente.

Porém, já há muito tempo que reparei que nem sempre tal é o caso. Talvez esteja enganado, mas parece-me que com alguns substantivos biformes que possam ser referência tal como ao sexo masculino quer ao feminino, pode-se usar a forma masculina para representar ambos. Não sei bem porquê, mas as seguintes frases não soam tão estranho. Aliás, até me parece ser mais sofisticado que se usasse a regra acima descrita:

Ela é um deputado do Partido Socialista.

A Joana continua a ser um dos melhores alunos da nossa escola.

A minha mãe foi sempre um cidadão exemplar para a nossa sociedade.

A Paula Mendes exercerá temporariamente as funções de diretor da escola.

Quando crescer, ela diz que gostaria de ser um professor na escola onde estuda agora.

Marta Braga foi o último ministro da saúde competente que Portugal teve.

Narcisa Garina Estudante Benguela, Angola 1K

Vi num livro publicado pelas Testemunhas de Jeová (Seja Feliz Para Sempre!, p. 79) o seguinte título:

«Será que as Testemunhas de Jeová são cristãos verdadeiros?».

A minha dúvida é: porque é que a concordância não é/está «cristãs verdadeiras»? Afinal, quem é sujeito e quem é predicativo?

Agradeço a ajuda!

Isabel Moura Auditora Amadora, Portugal 2K

Faço parte de uma ordem profissional que tem como categoria de membros: membros estagiários e membros honorários.

A questão é como se deve identificar alguém do sexo feminino: devo dizer «sou membro estagiário da Ordem» ou «sou membro estagiária da Ordem»? «Membro honorário da Ordem» ou «membro honorária»?

Muito obrigada!

Carlos Alexandre Coimbra Xavier Fernandes Aviação Comercial-Reformado Maia, Portugal 3K

Numa rede social o grupo é composto pelos dois sexos. Na seguinte troca de mensagens por dois elementos (F – feminino e M – masculino):

«F - Bom fim de semana, minhas caras.

M - ... e meus caros!

F1 - Disse bem, minhas caras! Somos todas pessoas!»

É correta a justificação invocada por F1 ou deveria ser sempre «meus caros», conforme M, de modo a abranger todo o grupo?

Para a frase de F estar correta, não deveria ser especificado o vocábulo pessoas, apesar de soar muito mal?

Agradeço o vosso empenho em prol da língua portuguesa.

Gilda Silva Aposentada Seixal, Portugal 2K

Qual a frase correta?

«Foram realizadas centenas de protestos», ou «foram realizados centenas de protestos»?

Inês Pantaleão Médica Porto, Portugal 2K

Ouço com frequência, especialmente no telejornal, algo de que dou exemplo – «os antibióticos perderam eficácia devido à capacidade que as bactérias têm de lhes resistirem...» – quando, penso, deveriam dizer «devido à capacidade que as bactérias têm de lhes resistir».

Num simples exercício para verificar a correção da mensagem: as bactérias têm capacidade de quê? – de resistir (aos antibióticos) e não de resistirem...