Oração adverbial com infinitivo flexionado e não flexionado
Gostaria que me esclarecessem a seguinte dúvida:
«Ora certa noite, e já depois de se ter deitado, a mãe lembrou-se de que se calhar não tinha deixado o lume bem acondicionado para não pegar fogo.(...) Eis senão quando, ao passar ao quarto do filho, viu por debaixo da porta uma risca de luz. (...) A mãe nem queria acreditar.»
A Estrela, de Vergílio Ferreira
Neste contexto, a forma verbal passar é um infinitivo pessoal, ou impessoal?
Passar refere-se à mãe (sujeito), contudo também podemos considerar «ao passar ao quarto do filho (...)» como um grupo móvel, o que me leva a pensar que, assim sendo, se trata de um infinitivo impessoal.
Grato pela vossa colaboração.
Concordância de milhar e milhão: «81 milhões»
Gostaria de entender por que motivo têm aparecido na língua portuguesa umas designações de números "inovadoras". O Ciberdúvidas já contestou (e bem) aqueles que querem impor a expressão «centenas de milhar» em vez do usual «centenas de milhares». Outra "inovação" recente é dizer «81 milhão» em vez de «81 milhões». A primeira vez que ouvi tal coisa julguei tratar-se de pessoa ignorante. Mas, entretanto, tenho ouvido tal expressão absurda da boca de pessoas qualificadas (ontem foi Cândida de Almeida, procuradora-geral adjunta). Podem explicar?
Sobre exemplos de infinitivo não flexionado
Apesar de ser um tema recorrente, gostaria da opinião objetiva dos consultores sobre a seguinte afirmação encontrada em outra gramática: «Se o infinitivo é complemento de verbo, adjetivo ou substantivo, não devemos flexionar», na qual apresenta os seguintes exemplos:
a) «Ele sempre proíbe os empregados de sair no horário»;
b) «Não estamos dispostos a desistir tão facilmente».
Se considerarmos que em a) o sujeito do verbo «proíbe» é «ele», e o do verbo «sair» é «os empregados», não seria correto flexionar o infinitivo sair? Ou o correto é mesmo não o flexionar, e analisá-lo como integrante da sequência «proíbe de sair». Com relação ao exemplo b), usando o mesmo raciocínio de se identificar o sujeito, percebe-se claramente que só há um, que se encontra subentendido («nós»). Ou aqui cabe a análise de que o infinitivo é complemento do adjetivo «dispostos»?
Concordância: «considerar algo necessário/alguma coisa necessária»
Na frase «Caso venha a ser considerado necessário a prestação dos seus serviços será contactado oportunamente», não sei se devo escrever: «... considerada necessária...» para o feminino, ou «... considerado necessário a prestação» para o masculino.
Grata pela atenção.
«Qual o livro cuja idade do autor...?»
Considerando as seguintes duas frases:
«Quais os livros cujos nomes dos autores são Maria João e Isabel Fernandes?»
«Quais os livros cujo nome dos autores é Maria João e Isabel Fernandes?»
Qual está correcta?
Se em vez de nomes eu quiser usar as idades, qual está correcta?
«Quais os livros cujas idades dos autores são 53 e 57?» (soa estranho!)
«Quais os livros cuja idade dos autores é 53?» (neste caso todos têm de ter a mesma idade)
Outra questão que coloco é: não parece possível usar a mesma construção frásica para a idade e para o nome. Existe alguma razão para isto acontecer? Existe alguma regra para formular as questões que envio como exemplo?
Agradeço desde já a ajuda.
Paralelismo sintáctico
Na frase «Além disso, visa gerar créditos aos consumidores, os cidadãos e as empresas do Estado», há erro de paralelismo sintático?
Muito obrigado.
Verbos de percepção e concordância em orações de infinitivo, novamente
A frase «Eu vi os leões matarem as zebras» me parece inquestionavelmente correta.
No entanto, a frase «Eu vi os leões matar as zebras» já me suscita sérias dúvidas. Eu vou explicar por quê.
É comum ver expressões deste género:
«Eu vi-te matar zebras» ou «Eu vi-os matar zebras», em vez de «Eu vi-te matares zebras» ou «Eu vi-os matarem zebras».
Não só no Brasil como em Portugal...
«Ter a possilidade de» + infinitivo
Em:
«Tivemos a possibilidade de nos aproximarmos.»
«Tivemos a possibilidade de nos aproximar.»
Qual é o certo?
«O/a TV»
Tenho uma dúvida quanto ao uso do artigo definido que devo utilizar antes da palavra ou abreviatura TV. Essa abreviatura é muitas vezes usada, pelo menos no Brasil, tanto em relação à tecnologia (televisão), quanto ao aparelho que recebe as suas imagens (televisor).Nas conversas do dia-a-dia, as pessoas costumam se referir aos seus aparelhos como «minha TV», enquanto o editor de uma revista (Home Theater) para a qual eu escrevia considera errado esse uso do artigo definido, e trata o aparelho como «o TV», e não «a TV».Afinal de contas, qual é o certo? Ou tanto faz?
Infinitivo flexionado depois de adjectivo (susceptível e capaz)
Tenho a seguinte dúvida. Deve dizer-se «factos susceptíveis de constituir justa causa de despedimento», ou «factos susceptíveis de constituírem justa causa de despedimento»? De igual modo, «substâncias capazes de prejudicar a saúde», ou «substâncias capazes de prejudicarem a saúde»?
Muito obrigado.
