DÚVIDAS

Oração comparativo-condicional: «como se o conhecêssemos»
Na frase «Ao ouvirmos as histórias sobre Pessoa, é como se o conhecêssemos verdadeiramente:», o segmento «como se o conhecêssemos» é uma oração subordinada adverbial comparativa? Quando a escrevi para colocar num exercício, assumi que era de facto uma adverbial comparativa. Porém, tendo em conta que as orações adverbiais têm função de modificador e o segmento parece desempenhar a função de predicativo do sujeito (ou não?), fiquei com dúvidas e considerei tratar-se de uma oração substantiva relativa. Será que podem ajudar-me a esclarecer? Agradeço a ajuda.
Se impessoal e verbos intransitivos
Li, na Gramática de Napoleão M. Almeida, que o pronome se só pode indicar impessoalidade quando acompanha um verbo intransitivo, transitivo indireto, ou um transitivo direto cujo complemento é preposicionado (e.g.: Louva-se aos juízes). Ele diz que, não preposicionando os objetos nos verbos trans. diretos, «elas [as palavras que têm essa função] forçosamente passariam a funcionar como sujeitos [i.e. a construção passaria a ser passiva]», e que construções como «Louva-se os juízes», onde o objeto não é preposicionado, seriam galicistas, por atribuírem ao pronome se a função reta. Qual é o motivo do pronome se não poder indicar impessoalidade com os verbos transitivos diretos sem que o objeto destes seja preposicionado? E por que na construção «Passeia-se bem do Rio de Janeiro» o se não seria sujeito, ao passo que em «Louva-se os juízes» erroneamente se lhe atribuiria a função reta? Obrigado.
A sintaxe de «abrir alas»
No sentido de abrir caminho, ouvi algumas vezes a expressão «abrir alas». No entanto, não sei se será muito correto. Se o for, rege-se por alguma preposição? Ou seja, na frase: «A temperatura estival parecia abrir alas para a multidão de pessoas que se aglomerou no Palácio de Cristal.» Desconheço se faz ou não sentido, contudo, poderia substituir-se por: «A temperatura estival parecia abrir alas à multidão de pessoas que se aglomerou no Palácio de Cristal.» Uma vez mais, quero reiterar os meus genuínos parabéns a toda a equipa que nos ajuda a aperfeiçoar este tão belo idioma de Camões.
Verbos pronominais essenciais
Diz o prof. Napoleão M. de Almeida, no §402, B de sua Gramática Metódica, o seguinte: «Os verbos pronominais essenciais muito se aproximam dos verbos intransitivos, uma vez que exprimem ação que não pode passar para um objeto.» Ora, se ambos os tipos de verbos indicam que a ação fica restrita ao sujeito, que diferença há entre eles, além de um indicar isso mediante pronome oblíquo da mesma pessoa que o sujeito (e.g.: Eu me queixeiTu te arrependesteEle se orgulha), e o outro não indicar isso de modo algum (e.g.: Eu corriTu saísteO pássaro voou)? Obrigado
A sintaxe de fundamental e evoluir
«Ler é fundamental NA evolução das pessoas. Ajuda-nos a compreender o mundo e EVOLUIR os nossos saberes.» Relativamente a estas frases, a palavra fundamental pode reger e preposição em? Por outro lado, para que a segunda frase tenha sentido, o verbo evoluir não deverá ser auxiliado, por exemplo, pelo verbo fazer? «Ajuda-nos a compreender o mundo e a FAZER EVOLUIR os nossos saberes.» Obrigado
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