Tendo em conta o conhecimento que temos do mundo que nos rodeia, não se pode considerar correta a fase em apreço, embora do ponto de vista meramente sintático a sua estrutura corresponda às características do verbo. Mais ajustada é a seguinte formulação:
«O uso destas t-shirts, que julgo que já estão expostas, é incentivado pelo Sr. Diretor para em saídas ao exterior.»
O verbo incentivar pode ser transitivo direto e, por essa razão, admite uma construção passiva. Exemplificamos:
(1) O professor incentiva os alunos.
(1.1) Os alunos são incentivados pelo professor.
A frase (1) ilustra, do ponto de vista semântico, a estrutura básica do verbo incentivar. Pelo seu significado, espera-se que o verbo tenha como sujeito uma entidade passível de decidir, agir e como complemento direto também. Porém, sobretudo em posição de sujeito, não têm que ser exatamente entidades humanas. Podem ser também outras entidades que pressupõem a ação humana como: programa, projeto, uso, participação, empresa.
(2) O programa visa incentivar os jovens criadores.
(3) A empresa incentiva a poupança de energia.
Na frase em apreço, que repetimos como (4) a entidade «t-shirt», que ocupa a posição de sujeito da passiva, não é uma entidade com capacidade de decisão, ou ação, pelo que não pode ser usada como complemento direto de incentivar e, consequentemente, não lhe pode servir de sujeito na passiva.
(4) «Estas t-shirts, que julgo que já estão expostas, são incentivadas pelo Sr. Diretor para uso em saídas ao exterior.»
Para que uma frase possa ser considerada correta, importa que cumpra as características sintáticas – mais orientadas para a estrutura frásica – mas também as semânticas, que remetem para o conhecimento que temos do mundo.
Salvaguardam-se as opções criativas que algumas construções permitem, quer no uso comum, quer na literatura, mas nas quais a frase em apreço se não insere.