Visitar a vossa página tem sido das melhores coisas que venho fazendo de um tempo para cá. O rigor e a facilidade com que descrevem/explicam são invejáveis!
Hoje trago mais uma pergunta, desta vez, no campo da análise sintática. Ei-la:
Gostava de saber que função sintática desempenha o grupo destacado, na frase abaixo:
«Em cada poste estava encostado um ramo de palmeiras.»
Eu considerei como complemento direto, pois responde à pergunta «o quê?» feita à locução verbal «estava encostado». Porém, há pessoas que classificam como sujeito. Neste prisma, gostaria de entender se há lógica em classificar tal expressão como sujeito.
Obrigado
Em meio da análise das funções sintáticas na expressão «(...) todos [os instrumentos] eram de um manejo laborioso e lento», excerto do conto "Civilização" de Eça de Queirós, deparei-me com dúvidas, particularmente quanto aos dois adjetivos.
A predicação do sujeito «todos» pelo constituinte «de um manejo laborioso e lento» parece-me óbvia, numa das muitas aceções do verbo «ser», como «ter uma certa qualidade» ou «mostrar-se». Mas, ao interrogar a função sintática específica dos adjetivos como elementos ligados ao nome «manejo», permanece a questão: trata-se de um complemento do nome (apesar de serem adjetivos qualificativos e não relacionais), por fazer falta à especificação do seu sentido?
Vejamos o que sucederia na ausência dos referidos adjetivos: «Todos [os instrumentos] eram de um manejo». Este enunciado não seria de modo algum congruente. Ou devemos considerar em todo o caso que se trata de um modificador do nome restritivo, por serem adjetivos qualificativos? Aqui, no Ciberdúvidas, numa questão similar, atribui-se ao adjetivo neste tipo de expressão, isto é, interno ao predicativo do sujeito, a função de modificador do nome restritivo.
O certo é que existem muitas expressões análogas, como por exemplo, «Este é um homem de um prestígio enorme» ou «enorme prestígio». Nesta, pode-se retirar, sem perda de sentido, o adjetivo qualificativo: «Este é um homem de prestígio». A palavra «prestígio» tem, neste caso, valor semântico suficiente para assegurar a gramaticalidade do enunciado. No caso em apreço, com a palavra «manejo», porém, parece-me não estar assegurada a mesma condição.
Outro exemplo em que o adjetivo é essencial: «Esta lata é de abertura fácil». Ou, ainda: «Este assunto é de grande importância». Pergunta-se «De que tipo de abertura é esta lata?/Qual o tipo de abertura desta lata?». Resposta: «Fácil».
Aplicando à frase inicial: «Como é o manejo de todos estes instrumentos?» Resposta: «Laborioso e lento», sendo que o que a pergunta realmente quer saber e que os adjetivos exprimem é «o modo como se manejam».
Obrigada!
«Passou a tarde na sala de jogos.»
Qual a função sintática de "na sala de jogos"? Complemento oblíquo ou modificador do grupo verbal?
Na frase «depois chegou o amor: veio com a liberdade», o segmento «com a liberdade» é um complemento oblíquo?
Queria saber se uma expressão que eu vejo muito é especificamente de Moçambique ou é um erro ou dito.
A expressão combina as palavras de e na.
Aqui está um exemplo: «depois de na segunda-feira».
Sei que isso é estranho no Brasil, mas já achei alguns artigos de português europeu que usam (raramente) a expressão também.
Na frase «no encontro histórico de 1843 [de Garrett] com Passos Manuel, que serviu de pano de fundo ao romance e à deambulação...», qual seria a função sintática de «de pano de fundo»? Seria complemento oblíquo?
Agradeço desde já a ajuda.
Na frase «Os lutadores agrediram uns aos outros», qual a função sintática do termo «uns aos outros»?
Obrigado.
Tendo em conta as diversas explicações avançadas pelas diversas gramáticas existentes no mercado e pelos recursos fornecidos pelas editoras, continua a haver exemplos de frases que suscitam dúvidas quanto à classificação dos constituintes que tanto podem ser modificadores, como complementos oblíquos ou até complementos indiretos.
É o caso das frases:
«A Joana trabalha em Lisboa.» («em Lisboa» – é modificador ou c. oblíquo?)
«O que aconteceu deve-se à tua falta de trabalho.» («à tua falta de trabalho» – é complemento oblíquo ou complemento indireto?)
E se fosse «O que aconteceu deve-se à tua mãe»? (à tua mãe» – não seria complemento indireto – deve-se-lhe?)
Obrigada.
Gostaria de esclarecer a seguinte dúvida: na frase «Se soubesse, seria ele a decidir», que função sintática desempenha a expressão «a decidir»?
Obrigada pela atenção.
Na frase «Eu transformei o príncipe num sapo», qual a função sintática desempenhada pelo segmento «num sapo»?
Eu interpreto como um complemento oblíquo (X transformar Y em Z), no entanto, perguntaram-me se não poderia ser interpretado como predicativo do complemento direto.
Os meus agradecimentos pelo excelente trabalho que fazem.
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