DÚVIDAS

Resultados da Pesquisa: Campos Linguísticos - Ortografia de palavras/Adaptação de estrangeirismos [limpar]

Sobre alguns aportuguesamentos
Antes de mais nada, parabéns pelo site! Gostaria de começar por referir duas palavras que encontrei em livros da editora Saída de Emergência: "dracares" e "escaldos". Fiquei chocado com estas grafias para palavras que, a mim, me parecem ser muito mais naturalmente escritas (como, aliás, sempre as escrevi,) drakars e skalds. Por diversos motivos: primeiro, são termos que procuram evocar um determinado ambiente (no caso, os livros eram de Fantasia Medieval) que "dracares" e "escaldos" falham em conseguir evocar. Segundo, chega a ser difícil até mesmo reconhecer o que significam estas palavras (admito que demorei vários segundos a aperceber-me do que queria o tradutor dizer com a palavra «escaldos»). Terceiro, sendo palavras tão específicas, faria sentido grafá-las de um modo a que se torne fácil descobrir o seu significado – e claramente haverá mais pessoas a saber o que é um skald do que um "escaldo". Por fim, não são palavras completamente assimiladas na língua portuguesa, sendo usadas com pouca frequência e quase sempre em contextos específicos (trabalhos especializados ou de Fantasia). Dados estes pontos, não faria mais sentido o uso do termo estrangeiro? Não estaremos a chegar ao ponto em que procuramos aportuguesar com uma frequência para lá do aceitável? Vem-me à memória o assustador «blecaute» que eu vi num site da Internet — ou deveria dizer, num «sítio»? Dito isto, fico na dúvida sobre se será correcto utilizar o termo original após a oficialização da norma portuguesa: escrever dossier em vez de «dossiê», palmier em vez de «palmiê», e, já agora, blackout em vez de «blecaute». A dúvida mantém-se no caso da pronúncia: sou «obrigado», digamos assim, a pronunciar /dɾɐkaɾɨʃ/ em vez de /dɹɑkɑɹz/?
Sobre o significado de fast-food, novamente
Não tendo qualquer interesse no ramo, escrevo por discordar da resposta de Carlos Marinheiro (23/10/2007), onde refere que o termo fast-food pode (e deve) ser substituído pelo pronto-a-comer. Tenho para mim que não querem dizer a mesma coisa. A fast-food refere-se a comida rápida — de feitura acelerada e, normalmente, conotada com má alimentação. Ora bem, eu já comi feijoadas em prontos-a-comer; o que, não sendo propriamente uma excelente alimentação, não me parece englobável na categoria fast-food! E comi-as, pois o pronto-a-comer quer dizer comida já confeccionada — é rápida no comer (no sentido de esperar — como o próprio nome indica!), e não rápida no fazer. Caso as definições no(s) dicionário(s) da língua portuguesa sejam as mesmas, peço desculpa ao sr. Carlos Marinheiro, e passo a minha crítica para eles (os dicionários)! Estarei assim tão errado?
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