Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Ortografia de palavras/Adaptação de estrangeirismos
Pedro Barreira Tradutor de Ubuntu Linux Lisboa, Portugal 85K

A directa assimilação de palavras estrangeiras, adaptadas à grafia ou à fonética, não é novidade em Portugal.

É de estranhar que os léxicos portugueses incluam uma "corrupção" fonética do termo inglês media (em inglês diz-se "mídia") que é usado em diversos contextos com significados diferentes:

— meios de comunicação social, suportes de dados, formatos de ficheiros áudio e vídeo.

Das novas palavras relativas à ciência computacional já inseridas nos dicionários e que por não terem correspondências ou homónimos foram adaptadas ao novos significados: clique/clicar (click), disquete (diskette), formato/formatar (format), etc.

Ser contra estes estrangeirismos é no mínimo bacoco, pois o vocabulário provém do inglês e contra isso não há nada a fazer, excepto evitar as divergências entre original, o significado e a sua tradução.

Dada a troca de sons, do inglês para português, o e inglês diz-se "i", devia-se neste caso particular de media adoptar a fonética em detrimento da grafia. Ou seja "mídia".

O principal problema é que as crianças e os jovens que se deparam com a palavra media ou média ambas com significados muito diferentes da palavra original em inglês. Se por um lado media é um tempo do verbo medir («eu/ele media»), média é o «quociente da divisão de uma soma pelo número das parcelas».

A minha pergunta é: como é que se pode "oficializar" um "erro de dicção de uma palavra inglesa" em dicionários respeitáveis, perpetuando assim esse erro, e afectando de sobremaneira a credibilidade dos responsáveis desses dicionários que aparentemente não sabem falar inglês?

Maria João Carmona Revisora de textos Mons, Bélgica 48K

Gostaria de saber se progenitor e genitor são sinónimos e, em caso afirmativo, qual dos dois é preferível empregar actualmente.

Obrigada.

Gil Costa Engenheiro Soutelo do Douro, Portugal 9K

Na palavra inspecção, o c antes de ç indica que a pronúncia do e anterior é aberta (é) — não é essa a origem desta grafia?

Porque é que o Acordo não diferenciou os casos de consoantes mudas e inúteis destes outros casos em que, sendo mudas, têm porém função útil e evidente?

Álvaro Lima Estudante Ipiaú, Bahia 29K

Desde já, gostaria de formalmente registar meu agradecimento à Vossa Senhoria D´Silvas Filho por ter-me tão gentilmente respondido noutra questão.

Quanto a prolação do p em Egipto aí em Portugal e demais países lusófonos, vejo que a maioria, se não todos os especialistas, diz que é mudo; mas eu gostaria de saber o porquê de este mesmo p ser prolado no prefixo egipto em vocábulos como egiptologista, egiptólogo, egiptologia. Por que pode-se prolar o p num prefixo e não se pode prolar num substantivo — ou ao menos por motivo de congruência mantê-lo intacto em Egipto?

E quanto a palavra óptimo — eu consultei o sítio da Academia Brasileira de Letras e vi que lá está, em seu vocabulário, consignada a forma vocabular tanto com p como sem ele; ficando óptimo ao lado de ótimo, pelo que entendi uma facultatividade aparente. Esta continuará lícita com a entrada em vigor do Novo acordo Ortográfico? Só passará a escrever-se ótimo sem o p em Portugal e demais países lusófonos?

Obrigado por vossa atenção. Um grande e fraterno abraço para vós.

Verônica Cristina Estudante Recife, Brasil 40K

É complicado quando há várias respostas para uma única pergunta! Minha dúvida é: como se escreve "marcapasso"? Segundo o dicionário de Cegalla, marca passo; Academia Brasileira de Letras, marca-passo; "marcapasso", em sites. Afinal, qual a escrita correta?!

Deoclides Queiroz Engenheiro civil São Paulo, Brasil 18K

Trabalho com quantificação de recursos humanos e uso como unidade de utilização a expressão homem hora.

A minha dúvida seria sobre o plural: estaria correta a afirmação de «10 homens hora», ou «10 homens horas»?

Helena Rosário Publicitária Lisboa, Portugal 6K

Gostaria de saber se se escreve "meia-sola", ou "meia sola".

Obrigada.

Lídia Pinto Estudante Odivelas, Portugal 38K

Numa comédia inédita do séc. XX, mas cuja acção se passa no séc. XVIII, vi várias palavras e uma expressão que me deixaram algumas dúvidas. Reproduzo-as tal qual aparecem no texto dactilografado do autor.

Primeiro, gostava de saber se as palavras que seguem abaixo estão escritas correctamente tendo em conta que a peça foi escrita no séc. XX:

«ageitar os caracoes»

«dessimulado»

«ao invez»

«pezar»

«permição»

«possue»

«interdicto»

«outrém»

«dezejo» (1.ª p. v. desejar)

algun

Gostava ainda de saber se as expressões abaixo correspondem à forma de falar do séc. XVIII e se estão escritas correctamente:

«tu eres» (verbo ser)

«inda»

«ter conrespondido»

«sem sua culpa dela»

«sei terdes intervindo»

«senrezão»

Gostava ainda de saber o que significa a pergunta abaixo, se é uma expressão característica do séc. XVIII e se está escrita correctamente:

«Tens que mochilas ou eguariços sejam mafra baixa de mais para ti?...»

Muito obrigada.

Parreira Lobo Despachante oficial Sines, Portugal 6K

"Pedastria" — palavra muito utilizada, ultimamente, a propósito dos casamentos de pessoas do mesmo sexo, e que não encontro em qualquer dicionário de língua portuguesa. Agradeço que, se possível, me informem se é uma palavra do nosso vocabulário e o que significa.

Grato pela atenção.

Quim Fernández Tradutor Barcelona, Espanha 20K

O galego, o castelhano, o catalão e o francês mantêm h mudos a meio de algumas palavras. O português também os tinha, mas actualmente não. Gostaria de saber em que momento e por que razão se deixou de escrever em português o h a meio de palavras como proibir, por exemplo. Foi devido a alguma reforma ortográfica ou a outro factor?