Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Ortografia de palavras/Adaptação de estrangeirismos
António Ribeiro Geólogo Brisbane, Austrália 9K

O Correio da Manhã publicou, no dia 1 de Dezembro de 2009, o seguinte título: «Raile de protecção trespassa jovem.» Em resposta à minha reclamação junto da direcção do CM, recebi a seguinte resposta: «Mas é assim que se escreve agora.»

Poder-me-iam informar se o termo "raile" é português correcto?

Desde já os meus agradecimentos.

Beatriz Rocha Estudante São Pedro do Sul, Portugal 18K

Carboidratos é uma palavra do português do Brasil, ou do português de Portugal?

Óscar Delfim Programador de software Lisboa, Portugal 11K

Existe tradução em português para a palavra inglesa spork? Um spork é uma combinação de colher (spoon) e garfo (fork). Podem ver um exemplo aqui.

Qual seria uma tradução possível? Será que, quando traduzida para português, adoptará o mesmo método de formação de palavra que em inglês, e.g. "colharfo"?

Vera Lúcia Casanova Queiroga Menezes Alves Demmler Tradutora Copenhaga, Dinamarca 6K

Escrevo-vos para saber qual é a definição de timo-regulador, pois não a consigo encontrar em parte alguma, ou se haverá alguma definição para humor-stabilizing?! Isto seria algum tipo de "medicamentos" psicotrópicos.

Muito obrigada pela vossa ajuda.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, MS, Brasil 5K

O melhor aportuguesamento para o nome do enclave espanhol de Melilla é "Melila", ou "Melilha"?

Como se denominam os seus naturais ou habitantes? E os de Ceuta?

Obrigadíssimo.

João Dias Médico Lisboa, Portugal 7K

"Rosa-choque" existe como nome de cor? Se sim, a grafia está correcta?

Abraão Lima Designer Amadora, Portugal 11K

Muita estranheza me provocou a vossa resposta n.º 26759 sobre a forma «Bahrein» e o respectivo gentílico. Não é minha intenção corrigir-vos, e nem refutar a vossa resposta, mas gostaria de expor a minha interpretação. Eu sempre conheci o nome do país como «Bahrain» (بحرين). Sabendo eu que a língua árabe só possui três vogais (i, a, u) parece-me estranho uma grafia com e. Consequentemente, sempre pronunciei a parte final com um ditongo oral seguido de consoante nasal [ajn], e nunca como ditongo nasal [ɐ̃j] (como se fosse «ãe»). Por isso, provoca-me estranheza o «m» em «baremita»... Parece-me haver pequenas confusões sucessivas entre a escrita e a pronúncia. Deduzo que, a partir da forma escrita «Bahrein», alguém deve ter pronunciado as três últimas letras como se fossem um ditongo nasal (os Brasileiros, ao verem uma palavra escrita com uma consoante final nasal, pronunciam sistematicamente com uma vogal nasal, mesmo quando essa palavra não pertence à língua portuguesa!). Depois, a partir da pronúncia com ditongo nasal, aportuguesou-se a palavra para «Barém» (quando talvez, para ser mais fiel à pronúncia original, podia ter sido algo como «Baraine», por exemplo). E seguidamente, a partir da forma escrita «Barém», forjou-se o gentílico «baremita», sem no entanto nunca ter existido o fonema «m» que justificasse tal formação. Conforme o que eu tinha dito antes, não pretendo ter a arrogância de corrigir-vos. Mas talvez os «fazedores» da língua portuguesa possam ter um critério mais uniforme quando tentarem aportuguesar nomes estrangeiros: ou apoiam-se unicamente na grafia, ou apoiam-se unicamente na pronúncia. Obrigado pela atenção.

José Anacleto Ambrósio Dire{#c|}tor no ensino cooperativo Guarda, Portugal 6K

O meu amigo Pedro Costa Ferreira enviou-vos uma série de questões relacionadas com o Acordo Ortográfico de 1990 (AO1990). As vossas respostas têm servido diversas vezes para esclarecer pontos em que discordávamos.

No entanto, algumas (uma minoria) das vossas respostas recentes deixaram a desejar...

Ahn. Em em relação a uma pergunta sobre a palavra ahn contida no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras (ABL), V/ afirmaram que: «A ABL é soberana na adopção das variantes adequadas à sua comunidade linguística.» Ora, a ABL não é soberana coisa alguma. A ABL é legalmente obrigada a respeitar as leis brasileiras, e o AO1990 é atualmente lei brasileira. A ABL talvez (é mesmo só talvez) tenha autoridade para interpretar o AO1990 no Brasil, mas não tem autoridade para o desrespeitar. O vocábulo ahn claramente desrespeita o AO1990. Talvez desrespeitasse também regras anteriores ao AO1990, mas não é essa a questão em disputa.

Sernachense. Na mesma pergunta V/ responderam que «a forma "sernachense" não [é] aceite em português europeu». Errado. Errado porque o AO1990 e AO1945 aceitam grafias arcaicas de firmas, nomes e designações comerciais em determinadas situações. A grafia de Grupo Desportivo Vitória de Sernache é portanto correta, ainda que o topónimo seja Cernache. Logo os adeptos do dito clube são "sernachenses", ainda que passem a ser cernachenses quando sejam habitantes de Cernache.

Côa. Aqui afirma-se que «Não há nada no novo AO que recuse o acento em Côa». A bem dizer, nada há de novo que estabeleça esse acento. Porque o AO1990 simplesmente estabelece regras; não indica as regras ortográficas precedentes que são alteradas. Não havendo — na vossa opinião — regra alguma no AO1990 que sugira haver acento em coa, tal acento não deve ser utilizado. Mas essa v/ resposta contém mais erros. Primeiro porque o AO indica efetivamente que «prescinde-se de acento gráfico para distinguir palavras oxítonas homógrafas, mas heterofónicas...». Claro que isto também se aplica a coa. Além disso, o encarte de correções que a ABL fez circular após a publicação do VOLP indica explicitamente que se escreve coa e não mais côa.

A vossa resposta parece também sugerir que o texto do AO não se esclarece o que fazer com pera/pêra, pêro/pero, «não obstante também NÃO figurarem [...] no texto do novo AO». Novo erro. Parece que estes casos estão cobertos pelo texto do AO1990 quando este afirma: «Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavras paroxítonas que, tendo respetivamente vogal tónica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas» e «prescinde-se igualmente de acento gráfico para distinguir paroxítonas homógrafas heterofónicas».

Gratos pelo vosso trabalho. É o respeito que tenho pela vossa atividade que me leva a salientar estas imprecisões. Se for eu a estar errado, os vossos esclarecimentos são bem-vindos.

João Faria Professor Famalicão, Portugal 30K

Como se escreve a palavra? "Pufos", "pufes", ou "puffs"?

Carla Crespo Professora Almada, Portugal 6K

Gostaria de saber se a palavra "esmiuça" é acentuada graficamente.

Intuitivamente diria que não, por ser grave. No entanto, admito que possa o acento servir para criar um hiato... Qual é a regra? Aplica-se a dos verbos terminados em -guar, como apaziguar? Ou a de verbos como adequar? Que formas verbais são acentuadas?

Grata pela atenção.