DÚVIDAS

Oração subordinada reduzida de particípio
Gostaria que analisassem a frase: «O senhor Cláudio Rabelo convida para a palestra "O Português e Portugal", direcionada aos portugueses residentes no Brasil.» A oração «direcionada aos portugueses residentes no Brasil» pode ser considerada uma oração subordinada explicativa? A vírgula depois de «Portugal» é obrigatória, opcional, ou não deveria existir? Desde já agradeço a colaboração.
Discurso directo. A clareza
Gostaria, se fosse possível, que as minhas dúvidas fossem esclarecidas pelo dr. D´Silvas Filho, cuja clareza de raciocínio e de expressão eu admiro profundamente. Tenho algumas dúvidas que têm que ver com o discurso directo. Como devo pontuar as frases seguintes? Exemplo 1: — Que belo carro! — exclamou Pedro. — Gostava que fosse meu. ou — Que belo carro! — exclamou Pedro — Gostava que fosse meu. Exemplo 2: — Queres vir comigo? — perguntou Joana. — Não me demoro. ou — Queres vir comigo? — perguntou Joana — Não me demoro. Estão bem pontuadas as seguintes frases? — Eu não vou — afirmou João. — Estou farto. — Ela dorme — afirmou Tânia —, mas ouve tudo. Muito obrigada!
Ainda o uso da vírgula
Embora saiba que o complemento determinativo não se separa do nome por vírgula, tenho reparado que, em algumas situações, aparece antecedido por esse sinal de pontuação, como no seguinte caso: «Li Os Maias, de Eça de Queirós.» Gostava de saber se é correcto colocar a vírgula neste contexto. Realmente, a obra em questão é, indubitavelmente, de Eça. Não existe outro livro com o título Os Maias e de outro autor. Será por isso que a vírgula aparece, por ser uma informação acessória, explicativa e não restritiva, tal como acontece com as orações subordinadas adjectivas relativas? Ou estará errado mesmo? Obrigada por toda a atenção que dispensam às nossas dúvidas!
Vírgula e deslocação de constituinte frásico
Aqui há dias escrevi a seguinte frase: «Se falhares oito vezes, da próxima vez que jogares aparecerá um bloco verde com um ponto de exclamação.» Fui corrigida por um revisor, que me "obrigou" a alterar o que tinha escrito: «Se falhares oito vezes, da próxima vez que jogares, aparecerá um bloco verde com um ponto de exclamação.» Sei que a frase está correcta, mas aquela segunda vírgula é ou não é obrigatória? E, seja qual for a resposta, porquê? Obrigada.
Os dois-pontos, a correcção gramatical e a coerência textual
É possível a separação do verbo e seus objetos? Minha dúvida originou-se ao resolver o seguinte item de uma prova: A questão dizia ser possível inserir sinal de dois-pontos depois de foram preservando a correção gramatical e a coerência textual. O gabarito afirmava ser possível. Eis o trecho: «Os instrumentos utilizados foram a política de preços de energia, a política tecnológica e a política de incentivos e subsídios, além das medidas de restrição ao consumo através do estabelecimento de quotas às empresas do setor industrial.» Isso se procede? Por quê?
«... vem convidar V. Ex.ª a estar presente...»
Ao fazer um convite, fui corrigida por uma colega que me afirma que após o «V. Ex.ª» tenho de colocar vírgula. Logo ficaria assim «O presidente da Câmara de.... vem convidar V.ª Ex.ª, a estar presente na cerimónia de inauguração do Centro Escolar, pelas 11h30 do dia 2 de Fevereiro». Está correcto o uso da vírgula? Há algum tipo de acordo relativo a convites neste sentido? Qual a melhor forma de fazer o convite? Obrigada.
Classificar orações em discurso indirecto
Gostaria de saber como se classificam as frases complexas cujas orações se repartem pela introdução do discurso directo e o discurso directo propriamente dito. Exemplo: «Quando o José abriu a caixa disse:— É para mim!» Atentando na frase/oração introdutória, se a 1.ª oração é facilmente classificável (subordinada adverbial temporal), já a segunda, ao reduzir-se apenas ao verbo declarativo «disse», suscita algumas dúvidas, pois um dos constituintes fundamentais deste verbo — o complemento directo (CD) — é enformado pela frase simples já em discurso directo. Assim, poderá «disse» ser considerado por si só oração subordinante ou, pelo contrário, e como está em falta um dos elementos essenciais por ele pedido, não poderá de modo algum sê-lo? Caso não possa considerar-se como oração principal, como classificá-lo? E a oração subordinada adverbial continua a sê-lo? Quanto à frase já em discurso directo («É para mim!»), devemos classificá-la como frase simples (porque o é por si só), ou, sabendo nós que se trata do CD do verbo declarativo antecedente, devemos analisá-la na sua forma de discurso indirecto e classificá-la como oração subordinada completiva? O mesmo para «Penso — disse meu pai — que te darás melhor em letras»: «disse meu pai» — frase simples, ou, convertendo toda a frase para o discurso indire{#c!}to («O meu pai disse que pensava que me daria melhor em letras»), oração subordinante? Já agora, aproveito para colocar a mesma questão em relação a frases complexas na interrogativa. Exemplo: «Será que expulsá-lo da aula foi bem pensado?» Espero ter sido clara na exposição da dúvida. Obrigada.
Frases que (não) dispensam a vírgula
Há tantos anos que me enriqueço com o vosso site… chegou a minha vez de colocar uma questão. (1) «Utilizo o dicionário, quando não compreendo o significado das palavras.» (2) «Faço anotações, enquanto leio.» (3) «Verifico a ortografia, quando tenho dúvidas.» (4) «A compreensão torna-se mais fácil, quando o leitor coloca previamente perguntas sobre o tema do texto […].» Bem sei que, de acordo com Celso Cunha e Lindley Cintra, devemos utilizar a vírgula «para separar as orações subordinadas adverbiais, principalmente quando antepostas à principal». No entanto, parece-me que as frases acima dispensam a vírgula (pior: parece-me um erro). Aliás, na Nova Gramática, um dos exemplos a que os autores recorrem para ilustrar as orações subordinadas adverbiais temporais é «Renovaram a fogueira até que chegasse a luz da manhã.» Deve-se ou não se deve utilizar a vírgula nestes casos? Agradeço antecipadamente a vossa resposta e dou-vos os parabéns pelo magnífico trabalho. O Ciberdúvidas é uma pérola.
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