DÚVIDAS

Expressões adverbiais de tempo
Acredito que posso dizer indiferentemente as seguintes frases: «Às segundas tenho aula de Português.» «À segunda tenho aula de Português.» (Expressão de hábito) «Na segunda (dia 13 de Outubro) tenho que ir ao médico.» «Segunda (dia 13 de Outubro) tenho que ir ao médico.» (Dia determinado) Porque usamos «na segunda»/«segunda»? Aí vão os meus sinceros agradecimentos!
Ainda o futuro do pretérito vs. condicional
Consultando as respostas anteriores, verifiquei a resposta 7647 em que o consultor José Neves Henriques faz uma explanação sobre condicional e pretérito e as diferenças existentes em Portugal e no Brasil. Atualmente, compulsando o volume 3 da série Soltando a Língua, do professor Sérgio Nogueira, verifiquei que a de NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), em 1959, tornou o futuro do pretérito a denominação oficial para o antigo "condicional" já em desuso e traz alguns exemplos: 1) Ele dizia que não viria (dizer = pretérito imperfeito; vir = futuro do pretérito); 2) Ele disse que não viria, possibilidade usada pela imprensa quando não se sabe ao certo se ele virá... Há até um exemplo para se evitar ambigüidades, principalmente na imprensa: «Segundo o médico, a causa da morte seria traumatismo craniano.» Nesse caso, não sabemos ao certo se o médico afirmou que a causa morte é traumatismo craniano, mas ele (= o jornalista) não tem certeza disso, ou se nem o médico tem certeza da causa da morte. Havendo realmente a certeza, dizemos: «Segundo o médico, a causa da morte é (ou foi) traumatismo craniano.» Com base na NGB citada, como é correto escrever?: 1) Gostava de saber como será/seria melhor pontuar o texto;2) Gostaria de saber como será/seria melhor pontuar o texto;3) Gostaria de saber se há/haveria melhor forma de pontuar o texto. Na hipótese de não ter a certeza de ter as perguntas acima respondidas, diria: «Ficaria agradecido se me respondesse» e, caso contrário, tendo a (ou quase) certeza de ter as respostas às perguntas: «Ficarei agradecido a quem me responder.» Estou certo em pensar assim?
«Não abrimos mão (...) mesmo que tal fosse possível...»
Gostaria de saber se a concordância entre os tempos dos verbos das seguintes orações é aceitável: «Não abrimos mão, porém, assim sem mais nem menos, mesmo que tal fosse possível, de semelhante honra.» O «ser possível» é, na frase em questão, uma impossibilidade definitiva. Ora, se substituíssemos, seguindo as regras de concordância, «mesmo que tal fosse possível» por «mesmo que tal seja possível», já estaríamos a abrir uma hipótese de «vir a ser possível», certo? Por outro lado, o «não abrimos mão» é um facto consumado, que está mesmo a acontecer, logo substituí-lo por um «não abriríamos mão» desvirtuaria o sentido da frase... Mas a frase fica correcta, contudo, tal como a escrevi em cima? Muito obrigada!
O presente do indicativo ou o pretérito imperfeito em reportagem
Quando se elabora uma reportagem, usa-se o pretérito perfeito nas situações em que a acção avança, tal como acontece no discurso narrativo. Se se pretende fazer referências a aspectos de âmbito mais descritivo, deve utilizar-se o pretérito imperfeito (como acontece quando se faz uma descrição, no discurso narrativo), ou o presente do indicativo? Exemplo: «Subimos a S. Leonardo da Galafura. A paisagem era [ou «é»?] sublime. Numa das paredes da capela, voltada para o Douro Vinhateiro, encontrava-se [ou «encontra-se»?] o famoso poema que Miguel Torga dedicou a este local...»
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