Apesar das numerosas respostas acerca do tema, creio que nenhuma é perfeitamente clara: qual a forma mais correcta, a forma mais «ideal», digamos assim (e não a mais generalizada ou a correspondente à pronúncia-padrão), de se pronunciar o R no início de palavras ou rr em palavras como, por exemplo, carro?
Esta questão surgiu por me terem dito que a pronúncia mais correcta é aquela em que o R é alveolar (vibrante múltipla alveolar) e que aquela em que o R é gutural (vocal gutural) não ser tão correcta, porque se trataria de influência do francês, devido à fixação de indústrias e empresas em Portugal no século XIX.
Além disso, também me foi dito por um senhor que, antigamente (julgo que antes do 25 de Abril), eram repreendidos os alunos na escola dele que pronunciavam «mal» este R.
Desde já um sincero obrigado por explicitarem esta questão.
E parabéns pelo fantástico sítio em que todos podemos esclarecer as nossas dúvidas sobre a nossa língua.
Gostaria que respondessem à seguintes questão:
Alguma das seguintes pronúncias (ou deverá ser "pronunciações") da palavra enxada está incorrecta? /inchada/; /ênchada/.
Será a primeira pronúncia a mais «natural», digamos assim, seguindo a linha de raciocínio deste artigo?)
Caso ambas sejam aceites, como devemos classificá-las, como homófonas, ou como parónimas?
Obrigado.
Prezada equipe do Ciberdúvidas, agradeço-lhe pelas respostas sempre esclarecedoras e por verdadeiramente manter um intercâmbio entre as diferentes variantes da nossa língua portuguesa. Agradeço especialmente ao senhor Pedro Mateus, por sua gentileza em me ter respondido uma questão anterior, ajudou-me muito.
Recebi uma resposta da Academia Brasileira de Letras em que ela fez referência à obra de Duarte Nunes de Leão, Orthografia da Lingoa Portvguesa, de 1576. Quando procurei a referida obra e fui consultá-la, deparei-me com um termo cujo significado não conhecia. Ele está na secção «Tractado dos pontos das clausulas, & de outros que se põem nas palauras, ou oração”. Eis o trecho:
«O VII. he o hyphen, q quer dizer vnião, ou ajuntamẽto. O qual se vsa de duas maneiras: a primeira, quãdo se ajũtão em hũ corpo duas dições differẽtes, ficado feitas hũa soo, como passa-tẽpo, guarda-porta, val-verde, Mont’-agraço & aquellas palauras Latinas, venum-dare, pessum-dare, ab-interstato, & outras muitas. A outra maneira de q a vsamos He, quãdo per caso,ou per erro, se acerta de screuer hũa palaura cõ as syllabas muito separadas hũas das outras, para denotarmos, q se hão de ajũtar em hum corpo, para formar hũa dição, & tirar a duuida em que staria o lector, como aqui: Confira-dona vossa palaura. De maneira que He final de vnião & ajuntamento, & como hũa solda, & serruminação de syllabas.» [Pelo licenciado Duarte Nunez Leão, em ORTHOGRAPHIA DA LINGOA PORTVGVESA; Lisboa, 1570, pp. 77-78.]
Este termo é justamente serruminação, já no final da citação. Gostaria de saber seu significado.
Gostaria também de saber a quantidade de fonemas que tem o vocábulo menina.
Gostaria de confirmar se, na palavra dinheiro, o ditongo ei é considerado oral ou nasal.
Gostaria que me esclarecesse esta dúvida: a palavra certa é conceitual, ou conceptual? Existem as duas? Será que muda o sentido?
Mas vem de conceito, não é, e não de "concepto"?
Tenho a impressão de que os brasileiros só usam a palavra conceitual, mas queria saber qual é a regra na língua portuguesa agora com o acordo ortográfico.
Agradeço-lhe desde já.
Relativamente ao estranho quiasmo de um consulente lisboeta, em 23/11, na consulta Quiasmo e anástrofe, respondida por Pedro Mateus, gostaria de comentar e ao mesmo tempo perguntar sobre a pronúncia da letra grega χ, ali transliterada foneticamente para "qui". Assim já a encontrei em diversos registros, mas acredito que assim se imagina, em português, por não termos em nossa língua o som aspirado do "h" em inglês, do "j" em espanhol ou de outros em outras línguas que não me vêm à memória, neste momento. Pediria um esclarecimento, não sem antes dizer ao consulente lisboeta que existem, aqui no Brasil, uns versinhos sobre o tipo, o ambiente e a condição de quem escreve poesias nesse inusitado local:
«Triste sorte,
triste sina,
ser poeta,
de latrina»
Obrigado, e desculpem o tom jocoso no final; minha consulta, no entanto, é séria.
Queria saber por quê o português europeu é tão consonântico?
Quantos fonemas possui a palavra deixei?
Fiquei confusa quanto à vossa resposta acerca da pronúncia da palavra olfacto.
No dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, na página 2658 (2.º volume), edição de 2001 da Editorial Verbo, aparece olfacto com pronúncia do c. Em que ficamos?
O sistema de transcrição fonética Hepburn estará por alguma forma relacionado com a fonética portuguesa do século XVI através da transliteração organizada pelos monges jesuítas portugueses que viviam no Japão naquela época? Pergunto isto, porque a designação japonesa dada em caracteres latinos que eu conheço como “Dojotyo” (director ou responsável que preside um “dojô” = recinto de prática religiosa ou arte marcial), quanto eu sei, deve ser proferida “dô-jô-tchiô”, pois a consoante /t/ representada no grupo fonético “tyo” com o apoio da semivogal /y/ é palatalizada, tal como ainda hoje boa parte dos brasileiros pronuncia o vocábulo /tio/ (tchio) designação para irmão dos pais, porém diferençado apenas pelo quase emudecimento da semivogal /y/ do japonês /tyo/ que se realiza nesse contexto quase como “tcho”. Como eu também sei que os japoneses durante a Segunda Guerra Mundial usaram um sistema de criptografia baseado precisamente nessa transliteração organizada no século XVI, creio que não será nada extraordinário que o americano Hepburn o tenha rebuscado no século XIX.
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