DÚVIDAS

Sobre o adjectivo pátrio do Brasil
Sou aposentada, mas me utilizo da língua portuguesa a cada minuto, tentando usá-la da melhor forma possível, para que ela não se perca em meio a tanto descaso e desamor em sua utilização. Ouvi recentemente uma alusão à palavra «brasileiro», a qual diziam ser incorreta, pois o adjetivo que retrata o nativo do Brasil deveria ser "brasiliense". Mais do que isso: dizia-se que «brasileiro» tem conotação pejorativa. Poderiam me esclarecer sobre isso?
As formas trancável e empilhável
Tenho dúvidas em relação a duas palavras. A tradução de "lockable" e "stackable" seria "trancável" e "empilhável", como algo que se pode trancar e algo que se pode empilhar, o problema é que eu preciso de traduzir isto para português mas numa só palavra , para cada termo. O meu dicionario de língua portuguesa velhinho diz-me que “trancável” e “empilhavel” não existem... Então como faço?
Carcinogéneo e mutagéneo (= «cancerígeno»)
Para me referir a um agente causador – neste caso de mutações ou cancro – deve-se escrever “mutagéneo”/“carcinogéneo” ou “mutagénio”/“carcinogénio” (nenhum dos termos aparece no sistema de busca do Ciberdúvidas e encontram-se ambas as formas numa pesquisa no Google). E qual é a relação destes termos com a forma “mutagénico”/“carcinogénico”? Será esta forma um adjectivo (ou seja, digo um “vírus carcinogénico” mas refiro-me aos “carcinogéneos/nios” em geral)?
DNA
Vejo no Glossário que se critica o uso da abreviatura ADN para ácido desoxirribonucleico, por ser à inglesa. Discordo, por não me parecer que as siglas estejam sujeitas à gramática. Neste caso, se não há dúvidas quanto à designação por extenso, também não deve haver em relação à sigla, mas por outra razão. Já há muito que a União Internacional de Bioquímica definiu que as siglas devem ser únicas, em todos os países, para facilidade de comunicação científica. Quanto a muitas outras siglas, em outros domínios, creio que é o uso que acaba por as legitimar. Quase toda a gente diz ONU, OMS, SIDA (mas os brasileiros dizem AIDS), AVC, TAC, etc. Mas, pelo contrário, quase ninguém diz OTAN, mas sim NATO. Da mesma forma, OCDE. Então agora, com a profusão de siglas tecnológicas, muitos são os exemplos: ADSL, GPS, FTP, ABS, HTTP, PCR, etc. Quem é que se lembra de defender o seu aportuguesamento?
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