Tenho por hábito recorrer aos preciosos esclarecimentos que nos oferecem sobre a nossa língua (desde há muitos anos) e, como tal, gostaria de começar por dar os parabéns ao extraordinário trabalho desenvolvido por toda a equipa do Ciberdúvidas.
Li a vossa resposta à pergunta que vos foi colocada sobre a distinção entre arguido e réu e gostaria de chamar a atenção para o seguinte: a) Embora o Código de Processo Penal não nos dê um conceito de arguido, ao falar no momento em que essa qualidade é estabelecida, diz no respectivo artigo 57.º, n.º 1, que «assume a qualidade de arguido todo aquele contra quem for deduzida acusação ou requerida instrução num processo penal»; b) Relativamente à noção de réu, não obstante não encontrarmos qualquer definição legal correspondente, há que ter em consideração que o conceito abrange outras realidades para além daquelas que indicaram. Assim, réu não será apenas o sujeito contra quem é deduzido um pedido cível (contra um réu podem ser deduzidos pedidos de outra natureza), sendo preferível dizer-se que será aquele que numa demanda (ou num processo ou numa acção judicial) assume a respectiva parte passiva. A par desta noção encontramos depois vários outros conceitos como os de requerido (utilizado nas providências cautelares, etc.), opoente, entre outros...
Sabendo, porém, como estas questões raramente são líquidas, fica apenas a minha observação, fruto da minha experiência profissional, com todo o respeito que vos tenho.
Ainda não consegui encontrar a origem da expressão dona-elvira, como sinónimo de carripana, calhambeque...
Será que me podeis esclarecer?
Muito obrigado desde já e os meus votos de continuidade longa para este espaço de defesa da nossa língua.
Gostaria primeiramente de parabenizá-los, amigos portugueses, pelo excelentíssimo trabalho realizado em prol de nossa língua.
Trago-lhes uma dúvida de análise sintática. Vejamos a frase: «O fundo da piscina deu defeito.»
Suspeito de que, aqui, «deu» funciona como verbo-suporte. Está correto? Qual sua relação com «defeito»?
Desde já lhes agradeço.
O que significa fajuta na expressão «polémica fajuta»?
Obrigado.
Estou a fazer um trabalho de pesquisa em que sou forçada a empregar o adjectivo formado a partir de Lourenço. A minha dúvida consiste em saber se devo usar lourenciano ou lourenceano, já que as duas formas surgem em vários textos académicos.
Gostaria que me esclarecessem sobre este assunto.
Gostaria de saber o derivado das seguintes palavras: muro, flor, árvore, casa, folha, livro, telha e filho.
Existe algum termo que signifique «pessoa que anda ou vai de boleia»?
Gostaria de saber se a expressão "co-coordenação" é de utilização correcta.
Gostaria saber de que se trata filologia clássica.
Obrigado.
Devo primeiro dizer que eu não sou lusófono, não tenho formação em gramática ou linguística, e meu conhecimento do português é de autodidacta.
Há uma expressão do português que me causa muita curiosidade: «está calor.»
Não consigo encontrar a lógica gramatical desta oração, quiçá por interferência da estrutura do castelhano na minha cabeça. Aqui, no Ciberdúvidas, encontrei uma consulta/resposta que não conseguiu satisfazer completamente a minha curiosidade e é por isso que pergunto agora.
Naquela resposta, F. V. P. da Fonseca explicava que «calor» aqui é o sujeito da oração. É possível, de acordo com a gramática portuguesa, usar o verbo estar sem complemento que dê significado a oração (que coisa é que o calor está)? Se «calor» é sujeito, porque nesta oração não se usa a ordem normal da sintaxe portuguesa: sujeito-verbo («calor está»)? Se esta forma é possível, pode-se dizer também «está escuridão»?
Somente vejo uma forma na qual, para mim, a oração teria lógica gramatical: se fosse a construção perifrástica «está a fazer calor», com «calor» como complemento directo e o sujeito impessoal e o verbo fazer elididos.
Agradeço de antemão a vossa paciência e a vossa resposta.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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