Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Léxico
Luís Monteiro Estudante Coimbra, Portugal 9K

A minha pergunta é, na verdade, muito simples. Gostaria de saber se a palavra deveniente existe na língua portuguesa, uma vez que deparei com ela ao ler uma obra jurídica de um autor português bastante reconhecido, embora não a tenha encontrado no dicionário. Aqui vai o contexto em que a palavra se insere: «o problema da racionalizada realização judicativo-decisória como uma competência dos tribunais que deverão, para o efeito, pressupor o mérito jurídico do caso decidendo, o pré-objectivado sistema jurídico e o deveniente específico sentido da juridicidade.»

Gonçalo Elias Engenheiro eletrotécnico Loures, Portugal 10K

Nos últimos tempos tenho visto com frequência usar-se o termo internacional para designar tudo aquilo que se passa em ou diz respeito a outros países. Exemplos: «bolsas internacionais», «actualidade internacional», «empresas internacionais», «especialistas internacionais» e até «cidadãos internacionais».

No entanto, creio que a utilização do termo internacional para designar o que é espanhol, alemão ou americano é objectivamente errada e que seria preferível o termo estrangeiro para designar o que não é português (salvo se se tratar de casos de empresas ou entidades que sejam, realmente, multinacionais).

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 2K

«Da boa ação, se Deus sabe, ninguém mais precisa saber. Da má ação, se Deus não sabe, alguém Lhe fará saber.»

Gostaria de uma explicação sobre o provérbio acima, especialmente a segunda frase.

Pedro Henrique Borges Viana Estudante/escritor Patrocínio, Brasil 10K

Minha pergunta está relacionada com a etimologia da língua portuguesa. Ando escrevendo um livro onde os personagens são espíritos. Eles, como são feitos de matéria, são capazes de desaparecer em um lugar para reaparecer em outro. Meu problema está no fato de eu conhecer somente dois verbos capazes de descrever tal ação (teletransportar e teleportar). São verbos sucintos e diretos, mas eu procuro uma coisa diferente, uma vez que estes dois remetem um universo sci-fi e a ideia de naves espaciais e tecnologia do futuro.

Logo, preciso de um verbo que expresse uma nova ideia, onde um espírito seja capaz de teleportar-se sem ser confundido com um alienígena (como pode-se perceber na aplicação deste exemplo). Então, resta-me criar um novo verbo. Mas o que devo fazer para isto? Devo pesquisar prefixos e radicais? É correto fazer isto, ou vai contra alguma norma linguística? Pode ser malvisto aos olhos de estudiosos da língua portuguesa?

Luís Cantante Fernandes Estudante Paris, França 4K

Creio que em Portugal a lei vigente indica que todo o artigo oriundo do estrangeiro e que entra no mercado nacional deverá ser traduzido nomeadamente com a «lei sobre a rotulagem», porém reparei que nos últimos tempos a lei deixou de ser o que era.

Um exemplo concreto é o de uma empresa francesa que comercializa leguminosas embaladas e através da sua filial espanhola implantou a Valerianela locusta com o nome vulgar de canónigos, hispanismo escusado, uma vez que no repositório da «flora digital de Portugal» abundam os nomes vulgares em português para esta planta. Exemplos desses posso ainda citar dois com também duas firmas francesas, uma no sector da panificação em que o termo Millet é utilizado em vez dos diferentes nomes vulgares da língua de Camões, quanto a outra empresa, essa no ramo da cosmética, recorre ao termo Imortelle para uma das espécies de Helichrysum, e quando tentamos perceber o porquê, a resposta é categórica: «os nossos consumidores conhecem melhor esse produto sob essa mesma designação».

A minha pergunta é a seguinte: existe algum organismo que verifique a boa execução da tradução para o nosso idioma?

Caso assim não seja, eu só posso estar pessimista quanto ao futuro do português...

Ismael Bisognin Corretor Barreiras, Brasil 7K

Como se escreve por extenso o seguinte numeral: R$/LB 1,8363 (ou seja: um real oitenta e três centavos e sessenta e três... por libra-peso)?

Arnaldo Buzack Tradutor/intérprete Nova Iorque, Estados Unidos 9K

A palavra substantivamente seria um anglicismo (tradução do inglês substantively, usado juridicamente)? Ela tem existência historicamente independente deste? Há alguma diferença entre esse advérbio e substancialmente? Me parece que os dois querem dizer a mesma coisa, estaria eu errado?

Paulo Alexandre dos Santos Silva Desempregado Ponte de Lima, Portugal 8K

As palavras metrologia e meteorologia podem ser consideradas palavras parónimas?

Parabéns e votos de continuação do vosso excelente trabalho em constante defesa e salvaguarda da língua portuguesa.

Marta Botelho Advogada Póvoa de Varzim, Portugal 6K

Recentemente, deparei-me com a expressão «grávido de si mesmo» numa peça processual.

Ora, eu conheço a expressão no domínio da psicologia (aplica-se para descrever uma determinada fase da adolescência), mas ali, naquele contexto, não era a esse sentido que se recorria. De resto, já ouvi a expressão noutros contextos, mas não sei ao certo o que significa num domínio, digamos, mais corrente.

Assim, tomo a liberdade de escrever a V. Exas. para indagar se poderão esclarecer esta minha dúvida.

Vasco Arriaga Estudante Lisboa, Portugal 8K

Nos baralhos de cartas de jogar espanhóis/latinos há uma marca na moldura do desenho que indica o naipe, permitindo saber-se o naipe da carta não a vendo na totalidade, quando em leque. A esta marca em espanhol chama-se pinta (e pelo que pude saber pinta pode ter o mesmo significado em português) daí pergunto se a expressão «tirar (ver?) a pinta a alguém (ou algo?)» tem relação com a espanhola «le conocí por la pinta», ambas significando inferir a totalidade por um detalhe, pela aparência.

Já agora deixo aqui também a dúvida se «ser um pintas ou pintarolas» terá essa mesma origem.