As figuras de estilo (ou figuras de retórica, ou figuras de linguagem) constituem apenas alguns recursos estilísticos, existindo outros que não são considerados figuras de estilo. No entanto, não encontro uma distinção clara entre as ditas figuras de estilo e outros recursos estilísticos. Por exemplo, muitas gramáticas referem que as onomatopeias não são "em rigor" figuras de estilo, mas não dão mais explicações sobre o assunto. Obrigada pela ajuda.
Li uma resposta aqui no Ciberdúvidas onde se falava sobre os pronomes pessoais no Brasil. Diz-se que esse uso é incorrecto na linguagem formal. O que quero saber é então como é que se pode fazer a diferença entre o ouvinte (você), e uma terceira pessoa (ele/ela). Se estou a falar com um homem a quem chamo de «você», no Brasil ou em Portugal, e, nós dois estamos a falar de outro homem (o Senhor Martin), como se pode especificar de quem se fala se digo algo como: «(No telefone) Você sempre fala do mesmo caso. Já lhe disse que isto é tão importante para si/você quanto para mim. O Senhor Martin estará aí durante umas horas e depois partirá consigo/com você. Apesar de tudo isto, receio que não poderei vê-lo.»
Isto aqui é um texto que inventei neste momento. Talvez não seja tão genuino, mas há muitos casos assim. Agora, como se pode especificar de quem estou a referir-me aí? Sei que poderia dizer «ver o Senhor Martim», mas seria redundante. Tampouco «ver você» estaria correcto. Isto, como se sabe, leva também muita gente do Brasil usarem «te» com o pronome «você», i.e. «Deixe que eu te diga. Você vai ficar surpreendido». Esta trapalhada de pronomes, porém, também acontece em Portugal com «vocês», i.e. «Quero dizer-vos que vocês são muito simpáticos». No complemento indirecto já se diz: «Quero dizer a ele», «Vou mostrar a vocês que não é difícil». Em espanhol, esta diferença faz-se com o chamado «a pessoal», i.e. «Lo veo a usted», «Lo veo a él», «Los llevo (a ellos/a ustedes)».
Então, como se pode dizer isto correctamente?
Seja com «vocês, eles/elas» em Portugal, ou, «você, ele/ela» no Brasil.
Eu sempre soube que estes usos são incorrectos, embora sejam utilizados como a norma. Quando uso «vocês», sempre faço a concordância com «lhes, os/as, seu(s)/sua(s)», mesmo que sempre veja e escute os portugueses fazerem a discordância com «vos, vosso(s)/vossa(s)». Em outra resposta no Ciberdúvidas, leio que este uso de «vos, vosso» em Portugal é mais provinciano, que o que se deve ensinar aos estrangeiros é usarem «lhes, os/as, seu» com «vocês». Mas, muitas das fontes para aprender português (de Portugal) que eu usei, ensinam «vos» como o complemento directo e indirecto que vai com «vocês», junto com «vosso». Por que é isto? Fiquei surpreendido quando o vi. Apenas começava a aprender português, e falando já espanhol, sabia que isso era errado. Até hoje, nego-me a usar «vos, vosso» com «vocês». Prefero usar o pronome «vós» e as suas formas verbais antes do que isso. No principio, tinha medo de que seria eu o «errado» nos olhos (e nos ouvidos) dos portugueses.
Uma última pergunta tendo a ver com este tema, em Portugal, é aceitável o uso de «você» e «com você» em vez de «si» e «consigo»?
Oxalá possam esclarecer as minhas dúvidas.
Muito obrigado.
É com prazer que lhe apresento uma dúvida e com ansiedade que aguardo seu comentário: é correto basear-se em regra gramatical segundo a qual "isso/esse(a)" refere-se a algo já relatado ou alguém de quem já se falou anteriormente na frase, ficando "isto/este(a)" para fazer referência a algo a ser dito ou alguém de quem ainda vai se falar?
Quando tomo a regra básica de que "isto/este(a)" faz referência a algo próximo do interlocutor e de que "isso/esse(a)" indica o que está a maior distância de quem fala (!), acho difícil elaborar acertadamente uma frase em que o assunto não é tão simples de identificar.
Muitos brasileiros usam os dias da semana com a preposiçao de. Ex.: De quinta eu vou ao supermercado. Está certo?
Preciso saber tudo sobre próclise.
Quando usar corretamente.
Por favor, mande-me com a máxima urgência uma resposta.
Muito obrigada.
A forma verbal envergonhar é formada por parassíntese, visto que não existe envergonh- e nem vergonhar. Certo?
Partindo dessa análise, como posso analisar o processo de formação de "desencaminhar", que possui a forma caminhar?
Por favor, qual a relação entre concepção da linguagem, gramática e ensino?
E o que é competência comunicativa?
A dúvida é esta - com o verbo preferir, no sentido de querer antes, qual o pronome pessoal, referente a primeira pessoa do singular, que deveria ser utilizado e de que forma, em frases como as que a seguir lhes apresento:
Estas frases poderiam estar no seguinte contexto: estou conversando com alguém e quero informar a esta pessoa que, entre nós dois, é a mim que uma certa mulher quer mais.
Analisando essas possíveis frases, pensei o seguinte:
A frase "1" não caberia, porque teríamos duas preposições "a", em desacordo com a regência do verbo preferir.
A "2" apresenta o pronome "mim" sem estar antecedido por uma preposição, de forma que também não seria aceitável.
A "3" teria o pronome "eu" na função de objeto direto, o que também não seria possível.
A "4" parece-me, gramaticalmente, a melhor; apesar de me soar meio estranho e até de uma certa forma ambígüa: o "me" poderia ser um pronome de interesse (interesse meu no fato que informo) e, então, a pessoa preferida indicada pela frase já não seria eu, mas sim meu interlocutor.
A "5", uma variante da "4", teria também o inconveniente de uma má colocação do pronome "me", tendo em vista que o pronome "ela", segundo me consta, obrigaria a próclise.
Assim sendo, acredito que somente a frase "4" seria correta, ainda que ambígüa. Por favor, corrijam-me se estiver errado. Talvez não seja possível, com estes pronomes pessoais, construir, da forma como pretendo (preferir alguém a outrem), uma frase que seja clara, e devesse, então, optar por outras alternativas.
Agradeço-lhes qualquer ajuda que leve um pouco de luz a esta confusão que estou fazendo.
Vi há dias no jornal "24 horas" o seguinte título: "Hipers sobem preços". Sendo que a forma abreviada de hipermercados já entrou na nossa linguagem corrente, pergunto: não será mais correcto híperes?
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