Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Gramática
José Fontes Militar Seixal, Portugal 50K

Gostaria de pedir um esclarecimento sobre a frase seguinte:

«O director dirigiu-se à representante das educadoras do Berçário/Creche perguntando-a, relativamente aos horários, como eram geridos os problemas quando a Creche era gerida pelo AA.»

Houve alguém que me disse que não concordava com «perguntando-a» mas sim perguntando-lhe, mas não me soube clarificar. Qual é a correcta?

Obrigado pelo esclarecimento.

Rogério Silva Estudante Macau, China 31K

Gostaria de saber o significado, mais aprofundado, de agramaticalidade e erro.

O dicionário da Porto Editora [em linha] define o termo agramatical, «que não está de acordo com os princípios e regras de uma dada gramática», sem se referir à questão da comunicação em si.

Num site brasileiro define-se o primeiro termo, agramatical: «infração a determinadas regras do sistema linguístico, que impede que a comunicação seja estabelecida.» Acrescenta ainda «quando isso acontece, a comunicação torna-se inviável». Apresenta em seguida o exemplo «Não hoje a criança o viu brinquedo lá».

O mesmo site define erro como «uma inadequação do uso da língua, vinculada a um padrão e à aceitabilidade social de quem fala, mas que não compromete a instauração da comunicação», ou seja, uma "inadequação", diferenciando assim os dois termos.

A minha questão surge, pois no Ciberdúvidas apresentam-se como agramaticais algumas situações que, a meu modesto ver, não me parecem ir totalmente ao encontro da definição encontrada no mencionado site (no que se refere apenas à "impossibilidade" da comunicação).

Quando leio ou ouço alguém dizer «ele está mais melhor», eu percebo que a pessoa em causa quer dizer que «ele recuperou», «está melhor»; ou quando leio «Duvido que o Brasil virá a ser um grande exportador de petróleo», eu entendo que o que se quer dizer é que alguém duvida que o Brasil venha a ser um grande exportador de petróleo.

Não tenho dúvidas de que eu esteja enganado, pois apenas sou um estudante de português, por isso gostava que me explicassem melhor as grandes diferenças entre aquilo que é agramatical e aquilo que é errado (inadequado).

Muito obrigado!

William Prudente Professor Rio de Janeiro, Brasil 6K

Em «O bairro de Copacabana é lindo», «de Copacabana» não pode ser uma locução adjetiva, pois tal locução exerce função sintática de aposto especificativo. Seria uma locução substantiva? Alguma gramática apoia esta terminologia? Ou o de desta locução é expletivo dando a sensação de que se trata de uma locução de valor substantivo quando na verdade é uma falsa locução? Digo isto, pois em «O bairro Copacabana é lindo», percebo que o de é desnecessário semântica e sintaticamente.

Apreciarei seus comentários.

Gisela Neto Operadora de call center Luanda, Angola 8K

Embora tenha investigado, continuo com dúvidas em relação aos pronomes clíticos a usar nas seguintes frases.

a) «Digam-nos o que aconteceu. Espero que__________o que aconteceu.»

b) «Traz-me um pão saloio da padaria. Quero que__________um pão saloio da padaria.»

c) «O professor chama-me todos os dias; oxalá ele_________também hoje.»

Magda Santos Estudante de Ciências da Comunicação Gondomar, Portugal 19K

Qual a diferença entre polissemia e conotação?

Estas duas formas podem estar presentes na publicidade em simultâneo?

Obrigada.

Rita Brancassyta Autónoma Ribeirão Preto, Brasil 15K

Muitos linguistas consideram os fonemas o e a como desinência masculina e feminina, para alguns o o é vogal temática do nome.

Podemos entender que a designação pode ser classificada pelas palavras conforme determinada classe, isto é, posso relacionar a palavra com o significado?

Como posso entender estas transcrições fonéticas?

Obrigada.

Mónica Gama Professora Leiria, Portugal 8K

Em primeiro lugar, gostaria de vos agradecer por este site, que eu consulto várias vezes, corrijo, muitas vezes ao dia e que constitui um dos principais recursos no planeamento das minhas aulas e nas dúvidas que me vão surgindo no dia-a-dia. Assim, gostaria de vos questionar sobre os novos manuais e sobre o Dicionário Terminológico (DT) [a aplicar em Portugal]. Quando é que o Dicionário Terminológico estará contemplado nos manuais? E a partir de que ano de escolaridade?

Muito obrigada!

Sara Paiva Professora de Informática do ensino superior Viana do Castelo, Portugal 2K

Considerando as seguintes duas frases:

«Quais os livros cujos nomes dos autores são Maria João e Isabel Fernandes?»

«Quais os livros cujo nome dos autores é Maria João e Isabel Fernandes?»

Qual está correcta?

Se em vez de nomes eu quiser usar as idades, qual está correcta?

«Quais os livros cujas idades dos autores são 53 e 57?» (soa estranho!)

«Quais os livros cuja idade dos autores é 53?» (neste caso todos têm de ter a mesma idade)

Outra questão que coloco é: não parece possível usar a mesma construção frásica para a idade e para o nome. Existe alguma razão para isto acontecer? Existe alguma regra para formular as questões que envio como exemplo?

Agradeço desde já a ajuda.

Fernando Pestana Estudante Rio de Janeiro, Brasil 9K

Qual a classe gramatical de «jovem» em «O jovem repórter foi promovido» e «O repórter jovem foi promovido»? Só para constar: meu professor disse que no primeiro caso é substantivo, e, no segundo, adjetivo. Continuei duvidando. E se puderem me ajudar, qual o critério utilizado para saber se uma palavra é ou não adjetivo quando muda sua posição diante de substantivo? Por exemplo, «nova estatística» ou «estatística nova», a palavra nova continua sendo adjetivo, mas por que «fumante italiano» e «italiano fumante», fumante é substantivo no primeiro caso, e adjetivo no segundo?

Preciso de ajuda!

Cristiana Silveira Estudante São Paulo, Brasil 25K

Em resposta apresentada no dia 07/04/2006, referente à pergunta «Gostaria de saber se, nas orações «o professor ministrou a aula lentamente» e «o juiz proferiu a sentença vagarosamente», os termos lentamente e vagarosamente são predicativos do sujeito», a atenciosa consultora ofereceu várias explicações, incluindo esta:

«[...] Os predicados podem ser:

predicado verbo-nominal – existem dois núcleos significativos: um verbo significativo e um predicativo do sujeito. («A Joana sorriu animada») [...]»

Minha dúvida reside no já exaustivamente abordado tópico do predicativo do sujeito. Após ler diversas considerações sobre o tema no sítio do Ciberdúvidas e em gramáticas normativas, concluí que o predicado verbo-nominal existe só quando há um predicativo do objeto (e, para isso, é necessário haver verbos como considerar, julgar, fazer, etc., que pedem complemento). Nos casos em que há predicativo do sujeito e verbo de ligação (ex.: «João é bonito»), o predicado é nominal. Já para os casos em que há um verbo significativo, seguido de um “qualificador” do sujeito, esse “qualificador” corresponde a um aposto, e o predicado é verbal (exs.: «Maria sorriu entusiasmada.» «Maria chegou atrasada.» «Maria olhou o mar, triste.»).

Minhas conclusões podem ser consideradas verdadeiras? Se houver equívoco(s), onde ele(s) está(ão)?

A afirmação da consultora parece destoar de minhas conclusões, visto que, para ela, a frase «A Joana sorriu animada» contém um predicado verbo-nominal e, neste, um predicativo do sujeito («animada»). No entanto, em outras respostas, termos em posição semelhante foram tratados como aposto (ex.: «A rapariga sorriu entusiasmada»).

Outra questão: pode haver predicativo do sujeito sem que haja um sujeito explícito? No Brasil, circula uma conhecida canção que começa assim: «Era uma casa muito engraçada [...].» O sujeito é «uma casa», certo? Mas eu poderia dizer apenas «Era uma casa» ou «Era janeiro» ou «Era um bom homem» e considerar que haja (ou há?) somente predicativo do sujeito?

Quando penso que estou começando a entender o assunto, leio, leio e fico mais confusa. Por favor, ajudem-me. Muito obrigada!