DÚVIDAS

«Mesmo que» e «mesmo se» + regência de meter e «estar de acordo»
Por favor, estou com dúvidas em relação a três frases e, uma vez que o vosso site me tem sido útil e esclarecedor todas as vezes que necessito, tomei a liberdade de pedir a vossa atenção. Como é que é correcto dizer-se: «Mesmo que assim não fosse», ou «mesmo se assim não fosse»? «Metemo-nos por uma rua», ou «metemo-nos numa rua»? «Estávamos de acordo em como as nossas misérias já nos chegam», «estávamos de acordo que as nossas nossas misérias já nos chegam», ou nenhuma está correcta? Muito obrigado.
Sobre o rotacismo na história e na dialectologia do português
Prezada equipa do Ciberdúvidas, agradeço-lhe pelas respostas sempre esclarecedoras e por verdadeiramente manter um intercâmbio entre as diferentes variantes da nossa língua portuguesa. Estou a fazer um trabalho na escola sobre alguns fenómenos fonéticos. Gostaria que, se possível, auxiliassem-me nesta tarefa. Minha professora passou um livro, A Língua de Eulália, de Marcos Bagno, que descreve com uma novela sociolinguística o tema proposto para o trabalho, o rotacismo. Procurei num outro livro, Preconceito Linguístico, de Marcos Bagno também, que descreve apenas o dito fenómeno num ponto que visa apenas o preconceito e a discriminação. Gostaria de uma explicação linguística adequada e uma descrição do fenómeno na língua portuguesa. O que ele é? Ele ocorreu no passado, logo no início da língua? Ocorre hoje? É adequado à língua moderna? Como é a relação deste fenómeno com o preconceito e a discriminação? Desde já, adianto-lhes meus agradecimentos.
Pronominalização e contracção de pronomes
Em primeiro lugar, parabéns pelo vosso excelente sítio. Gostaria de saber como se faria a pronominalização dos complemento directo e indirecto na frase: «O ancião contaria aos ouvintes a história.» Será: «... transmitir-lhes-ia», «transmitir-lhas-ia» ou «transmitir-lha-ia»? A segunda tem a ver com o pronome ser a, logo lhes + a. Devo, no entanto, acrescentar que optaria pela primeira hipótese. Agradeço, desde já, a vossa atenção. Atenciosamente,
Sobre o emprego do indefinido um
No seu Dicionário de Questões Vernáculas ("Um", p. 574), Napoleão M. de Almeida afirma que «constitui erro em português o abusivo emprego do indefinido "um", como o faz o francês, como o faz o inglês». Uma vez que o autor é brasileiro e o referido dicionário aborda questões que dizem respeito mais ao português do Brasil do que ao português europeu, gostaria de saber se é, de facto, incorrecto dizer/escrever frases como, por exemplo: «Hoje em dia as pessoas comportam-se de uma maneira egoísta». Ou se é preferível dizer: «Hoje em dia as pessoas comportam-se de maneira egoísta.» Grata pela ajuda.
A sintaxe do verbo perguntar
Gostaria de pedir um esclarecimento sobre a frase seguinte: «O director dirigiu-se à representante das educadoras do Berçário/Creche perguntando-a, relativamente aos horários, como eram geridos os problemas quando a Creche era gerida pelo AA.» Houve alguém que me disse que não concordava com «perguntando-a» mas sim perguntando-lhe, mas não me soube clarificar. Qual é a correcta? Obrigado pelo esclarecimento.
O significado de agramaticalidade e de erro
Gostaria de saber o significado, mais aprofundado, de agramaticalidade e erro. O dicionário da Porto Editora [em linha] define o termo agramatical, «que não está de acordo com os princípios e regras de uma dada gramática», sem se referir à questão da comunicação em si. Num site brasileiro define-se o primeiro termo, agramatical: «infração a determinadas regras do sistema linguístico, que impede que a comunicação seja estabelecida.» Acrescenta ainda «quando isso acontece, a comunicação torna-se inviável». Apresenta em seguida o exemplo «Não hoje a criança o viu brinquedo lá». O mesmo site define erro como «uma inadequação do uso da língua, vinculada a um padrão e à aceitabilidade social de quem fala, mas que não compromete a instauração da comunicação», ou seja, uma "inadequação", diferenciando assim os dois termos. A minha questão surge, pois no Ciberdúvidas apresentam-se como agramaticais algumas situações que, a meu modesto ver, não me parecem ir totalmente ao encontro da definição encontrada no mencionado site (no que se refere apenas à "impossibilidade" da comunicação). Quando leio ou ouço alguém dizer «ele está mais melhor», eu percebo que a pessoa em causa quer dizer que «ele recuperou», «está melhor»; ou quando leio «Duvido que o Brasil virá a ser um grande exportador de petróleo», eu entendo que o que se quer dizer é que alguém duvida que o Brasil venha a ser um grande exportador de petróleo. Não tenho dúvidas de que eu esteja enganado, pois apenas sou um estudante de português, por isso gostava que me explicassem melhor as grandes diferenças entre aquilo que é agramatical e aquilo que é errado (inadequado). Muito obrigado!
De expletivo em aposto especificativo («bairro de Copacabana»)
Em «O bairro de Copacabana é lindo», «de Copacabana» não pode ser uma locução adjetiva, pois tal locução exerce função sintática de aposto especificativo. Seria uma locução substantiva? Alguma gramática apoia esta terminologia? Ou o de desta locução é expletivo dando a sensação de que se trata de uma locução de valor substantivo quando na verdade é uma falsa locução? Digo isto, pois em «O bairro Copacabana é lindo», percebo que o de é desnecessário semântica e sintaticamente. Apreciarei seus comentários.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa