Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Gramática
João Faria Desempregado Porto, Portugal 5K

Qual devo usar: «tem matado», ou «tem morto»; «foi morto», ou «foi matado»?

Olenir Maria Mendes Professora Uberlândia, Brasil 16K

Tem sido comum, principalmente na Internet, o uso de @ para identificar palavras que marcam o masculino e feminino. Este uso pode ser considerado correto e aceito pela «língua culta»?

Joana Machado Estudante Belo Horizonte, Brasil 9K

Qual é a frase correta? «Deveria ter um link», ou «devia ter um link»?

Bruno Ricardi Carteiro Curitiba, Brasil 9K

Eu tenho uma dúvida sobre o verbo lembrar. Nós fizemos uma camiseta do grupo de evangelismo e na frente escrevemos: «Você lembra de quem é Jesus?» Está certo?

Helena Gonçalves Professora Viseu, Portugal 11K

Na frase «De muitos destes bonecos sobram certos bocadinhos...», estarei certa se identificar as seguintes classes (antiga terminologia)?

muitos e certos — determinantes indefinidos?

Marcel Nijhof Engenheiro da sistemas Hengelo, Países Baixos 17K

Estou a aprender o português (sou holandês) e queria fazer uma pergunta sobre o uso dos verbos ser e estar com um adjectivo. Neste caso é o pretérito perfeito, usado como adjectivo.

Sei bem que usa-se o verbo ser se o adjectivo descreve algo do substantivo caractarístico, algo «que não se muda rapidamente»; se as características são (estão?) variáveis, use-se estar. É claro que as regras duma língua natural não são tão exactas como as da matemática («uma casa branca será verde depois de a pintar de verde»), mas (claro) há também exemplos mais "complicados". Eu li por exemplo «sou/estou casado/solteiro». Na minha opinião, neste exemplo, «ser casado (solteiro)» pode-se comparar com «ser verde» (e, embora em ambos os exemplos este aspecto do substantivo possa-se mudar, isso não é o primeiro pensamento). Então, eu diria «sou casado». Mas também leio «estou casado» (ou solteiro)...

Isso tem a ver com o facto que o adjectivo é um pretérito perfeito? Com o verbo ser, isso usa-se normalmente para exprimir o tempo passivo («A janela foi partida pelo João»).

Também li (acho que é uma brincadeira) «Eu estou casado, mas a minha mulher está casada». Isso quer dizer que o homem não é tão "dedicado" quanto o casamento como a mulher?

Muito obrigado de antemão pela sua resposta!

João Silva Professor Vila Real, Portugal 13K

A noção e a relação de período, frase e oração, comummente aceites, são um equívoco.

O período é do nível textual. Quando descemos ao nível da sintaxe, o período sai de cena e entra a frase, entendida como oração. Esta é que é o objecto específico da análise sintáctica. O período limita-se a ser simples ou composto, conforme tem uma ou mais frases/orações. Quando dizemos que alguém escreve frases muito longas, deveríamos dizer períodos muito longos, porque estamos a fazer análise textual e não análise sintáctica.

Incoerentemente, quem identifica frase com período define-os de forma diferente, aproximando muito mais a frase da oração do que do período. A pobre da frase anda aos trambolhões entre o período e a oração, porque ninguém lhe delimita o âmbito como entidade significante. É tudo e não é nada!

Entendendo-se frase como período, no caso de ser composta por orações coordenadas, seria possível transformá-la em períodos, não acontecendo o mesmo no caso de ser composta por orações subordinadas. Então, como podem ser idênticas duas noções que nem sequer são reversíveis?

E não são reversíveis, porque o período pode ser composto, mas não complexo, enquanto a frase pode ser complexa, mas não composta. O período pode ser simples ou composto; a frase só pode ser simples ou complexa. Ao identificarmos frase com período, deixamos de ter a possibilidade de distinguir frase complexa de frase composta, que são coisas muito diferentes. Ou seja, confundimos orações complexas com um complexo de orações.

Todo este imbróglio resulta de um erro muito frequente nos gramáticos, que é a mistura dos planos, o erro de perspectiva. Neste caso, misturam o último degrau da estrutura textual (o período) com primeiro da estrutura sintáctica (a frase).

E as consequências são inevitáveis e imediatas: logo nos tipos e formas de frase se verifica que, obviamente, se trata da frase/oração e não da frase/período.

Concluindo: por ser lógico e funcional e por não vislumbrar motivo nem vantagem na alternativa, antes pelo contrário, usarei sempre frase como sinónimo de oração e assim definida: dizer algo acerca de algo, na sua expressão mais simples, e as suas circunstâncias. E já agora por que não substituir oração por predicação? Não seria mais actual, mais claro e mais adequado? Infelizmente, clareza e adequação são valores que o ensino tradicional da língua desvaloriza…

Débora Lucena Estudante Rio de Janeiro, Brasil 12K

As frases abaixo se apresentam na voz ativa ou passiva?

1) «Há estudos feitos em ambiente natural...»

2) «... o que nos é contado pelo biólogo Salten...»

Douglas Bergamo Abreu Estudante São José dos Campos, Brasil 9K

A respeito de colocação pronominal, deve usar-se ênclise após a preposição de? Já verifiquei várias oscilações, digamo-lo assim, quanto à colocação enclítica de certos pronomes neste caso.

Soraia Barros Estudante Vila Nova de Gaia, Portugal 18K

Ao nível linguístico, qual a diferença entre erro e desvio? Poderiam explicar-me e dar-me algum exemplo para compreender melhor?