Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Gramática
Fernando Pestana Professor de Português Rio de Janeiro, Brasil 9K

Minha dúvida tem a ver com a conjunção pois. Nas gramáticas normativas, nunca vi esta conjunção ser classificada como adversativa ou ser apresentada como uma conjunção de valor semântico adversativo. No entanto, em todos os dicionários que consultei (Houaiss, Michaelis, Priberam, Porto, Aulete, etc.), esse conectivo é também encarado como sinônimo de mas, porém, no entanto, etc. Devido a isso, fiquei com a pulga atrás da orelha: afinal, a conjunção pois é abonada por algum livro consagrado de gramática como sinônima de conjunções adversativas? Caso não encontrem a resposta a essa pergunta, mas creiam que o pois pode, sim, indicar oposição, gostaria que dessem exemplos (e os explicassem) para eu conseguir ensinar a meus alunos da melhor forma possível. 

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 17K

Quanto à classificação do verbo considerar – assunto tratado em 10/1/2018 –, tenho algumas considerações a fazer, que são as seguintes:

1 – O verbo considerar pode ser transobjetivo: «O lavrador considerou o cão bonito» (considerou-o bonito).

2 – Assim sendo, se quisermos omitir o agente, podemos criar a frase «Considerou-se bonito o cão» (voz passiva com a particularidade de ocorrer um predicativo («bonito») do sujeito («cão»). Não é o cão que se considera bonito, mas é ele assim considerado. Portanto, quanto a esta frase dada como exemplo «agramatical», quero crer que não o seja, assim como «As paredes da casa consideram-se agradáveis» ou, invertendo-se a ordem: «Consideram-se agradáveis as paredes da casa», e, estendendo-se: «O lavrador considerou agradáveis as paredes da casa».

3 – Sem contar o fato da seguinte frase: «O lavrador considerou-se apto ao trabalho», na qual temos um complemento direto (se) e um predicativo do complemento direto. Mas se trata de uma análise diferente de uma estrutura frasal idêntica a «Considerou-se o lavrador apto ao trabalho.» Antepondo-se ou não o sujeito ao verbo, pode-se dar uma interpretação semântica diferente, o que é interessante.

Mónica Domingues estudante Faro, Portugal 21K

Na frase «Quantos cadernos de argolas tinham na pasta?», o verbo é transitivo direto e indireto, certo?

Susana Gregório Professora Porto, Portugal 17K

Há poucos dias, li o seguinte: «O problema da proteção aos direitos autorais». Pensei, de imediato, que a frase teria um erro, pois o uso da preposição a a seguir à palavra «proteção» soa-me muito estranho. Eu utilizaria a preposição de e diria «proteção dos direitos autorais», mas já não tenho a certeza. Que preposição devemos usar nesta frase, depois da palavra proteção?

Se me pudessem esclarecer esta dúvida, ficar-lhes-ia muito agradecida. 

Matilde Gabriel Estudante Lisboa, Portugal 12K

Gostaria de saber se o verbo considerar-se é um verbo copulativo.

E, uma vez que estou a questionar, queria também aprender, de uma forma pragmática, a distinção entre complemento do nome e modificador restritivo do nome (MNR).

Obrigada.

Paulo Almeida Estudante São Paulo, Brasil 75K

Sempre que leio narrativas, encontro verbos no tempo verbal pretérito mais-que-perfeito, mas fora isso é bem difícil eu encontrar o uso dele – tanto na fala quanto na escrita. Porém, analisando mais calmamente percebi que trocando o verbo no pretérito mais-que-perfeito para um Verbo auxiliar + verbo principal no particípio, o sentido da oração se torna o mesmo.

Vejam-se estes exemplos:

1 – «Quando o noivo apareceu, a noiva já chegara à igreja.» Caso eu troque o «já chegara» para «já tinha chegado», a frase tem o mesmo sentido: «Quando o noivo apareceu, a noiva já tinha chegado à igreja.»

2 – «Pálida, jogada fora de uma Igreja, olhou a terra imóvel de onde partira e aonde de novo fora entregue». Caso eu troque o «partira» e «fora» para «tinha partido» e «tinha sido entregue», a frase tem o mesmo sentido: «Pálida, jogada fora de uma Igreja, olhou a terra imóvel de onde tinha partido e aonde de novo tinha sido entregue». Por isso, gostaria de saber se será sempre correto, de acordo com a norma padrão, fazer essa troca que eu fiz e se um equivale a outro.

Obrigado.

Isabel Freire Professora Santarém, Portugal 2K

No manual de 11.º ano, Caminhos, surge a seguinte questão - que ainda por cima está integrada num teste com a estrutura do exame e em que quase todas as questões são extraídas de exames nacionais: «A forma verbal "estão expostos" encontra-se no: a) presente do modo indicativo. b) pretérito perfeito composto do modo indicativo. c) pretérito-mais-que-perfeito composto do modo indicativo. d) pretérito perfeito composto do modo conjuntivo.» A solução dada como correta é a b), o que considero errado.Gostaria de esclarecimentos, por favor.

Maria Marques Enfermeira Lisboa, Portugal 5K

Nas frases «Cá fora, havia nevoeiro, ou então um espesso teto de nuvens baças.» e «então» é um advérbio ou não? ,«cá fora» são dois advérbios ou é uma locução adverbial?

Outro exemplo: «Detinha-me para comprar o cartucho de castanhas, que logo metia nos bolsos já largueirões do casaco.» . O «já» o que é neste contexto? Advérbio não me parece...

José Andrade Programador Lisboa, Portugal 4K

Gostaria de saber se me conseguiriam esclarecer a seguinte dúvida. Estava a falar com uns amigos e chegamos a uma dúvida sobre a localização Saldanha em Lisboa. Deveremos dizer «no Saldanha», «em Saldanha» ou «na Saldanha», uma vez que é uma praça. A maior parte das referências dizem «no Saldanha», mas o facto de ser uma localização/praça deixa-nos com mais dúvidas ainda. Obrigado.

Pedro Múrias Jurista Lisboa, Portugal 53K

Pode dizer-se «duzentos cinquenta», «quinhentos cinquenta», etc., ou tem de dizer-se «duzentos e cinquenta», «quinhentos e cinquenta», etc.? Há alguma regra que explique a presença do «e» em «vinte e quatro» e a sua ausência em «vinte cinco»?