DÚVIDAS

Complemento directo preposicionado: «ver Deus» vs. «ver a Deus»
Desculpem a minha insistência, mas a pergunta que faço agora é parecida com esta, mas não é a mesma. Ademais, a resposta não responde exatamente à pergunta. A pergunta é a diferença entre colocar ou não colocar a preposição, já que, de fato, se usam as duas. A pergunta é se têm matizes distintos e se são as duas corretas, e a resposta limita-se a expor as regras do complemento direito preposicionado, que eu já conheço. Coloco de novo a minha pergunta caso os senhores queiram responder com precisão: «A minha pergunta é muito concreta: já ouvi falar do complemento direito preposicionado aplicado ao caso de Deus (amar a Deus, conhecer a Deus), mas já vi usar as duas formas muito frequentemente: buscar a Deus/buscar Deus, ver a Deus/ver Deus, sentir a Deus/sentir Deus... e um longo et cetera. Só queria saber se são duas possibilidades corretas, ou se só uma é certa, ou se encerram matizes distintos... Preciso muito da sua resposta, porque trabalho numa equipe de tradução que usa muito estes termos. Agradeceria explicação detalhada. Muito obrigado.»
A regência de lembrança
A expressão «Lembranças de um homem ridículo» significa lembranças que um homem ridículo tem de algo, ou lembranças que alguém tem de um homem ridículo? Se pode significar tanto uma coisa como outra, é o que suspeito, então, não haveria nesta frase uma ambiguidade? Se a resposta for positiva, de que modo se poderia desfazê-la? Tenho uma ideia que talvez a desfaça, resolvendo o problema: «Lembranças de um homem ridículo» ficaria apenas como uma frase que significaria as lembranças que um homem ridículo tem de algo; «Lembranças sobre um homem ridículo» ou «Lembranças a respeito de um homem ridículo», por sua vez, significariam somente as lembranças que alguém tem de um homem ridículo. Todavia, estou em dúvida quanto às duas últimas, pois me parecem que não são normais na nossa língua. Na penúltima, ocorre a preposição sobre, a qual, neste caso, parece ser galicismo, pois, num caso destes, os franceses usariam, salvo engano, sur. E com relação a palavras análogas, tais como recordação(ões), memória(s), o que falar e escrever? De qualquer modo, gostaria de dizer que tenho um exemplar de um livro intitulado Memórias sobre a Escravidão, com textos de autores brasileiros, obra que discorre sobre a escravidão africana no Brasil. Muito obrigado.
Pretérito perfeito do conjuntivo do verbo drenar
Primeiramente venho parabenizar-lhes pelo ótimo site! Tem-me ajudado muito! Deparei-me esses dias com uma questão que não consegui resolver. O enunciado era o seguinte: «Pena que todo o entorno do parque "foi drenado" para permitir a plantação de soja.» Para ser respeitado o padrão culto da língua, o emprego da forma verbal salientada acima passaria a: a. se drenou b. tinham drenado c. fora drenado d. tenha sido drenado c. havia sido drenado A resposta que constava era «d. tenha sido drenado», porém não consegui entender o porquê. Haveria a necessidade de trocar do tempo simples para o tempo composto? «Foi drenado» e «tenha sido drenado» são equivalentes? Uma outra dúvida, que apareceu junto com a primeira, foi do emprego da voz passiva analítica. Como não vi o complemento do verbo drenar, então eu utilizaria a forma: «Drenou-se todo o entorno do parque», ao invés da forma apresentada. Eu poderia utilizá-la sem problemas? Obrigado.
Sobre a expressão «por causa de»
Quero saber como classificar e analisar a expressão «por causa» em orações como esta: «O documento, por causa de seu caráter sigiloso, será mantido no cofre principal.» Li uma resposta neste sítio no verbete Em função que confundiu-me ainda mais, pois não consegui entender a diferença entre causa e resultado apresentada pelo professor. Espero ter conseguido expor minha dúvida, e aproveito para parabenizá-los pelo inestimável trabalho desenvolvido nesse sítio. Mais uma vez, parabéns!
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