Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Discurso/Texto
José Reis Professor Lisboa, Portugal 39K

Considere-se um fragmento de discurso em que um indivíduo está a falar. Naturalmente, o discurso é iniciado com um travessão. O discurso do indivíduo prolonga-se por um parágrafo inteiro. No parágrafo seguinte, o mesmo indivíduo continua a falar. Que tipo de sinalização devemos utilizar para continuar o discurso no segundo parágrafo? Repete-se o uso do travessão? Ou empregamos outro sinal? Tenho visto que a continuação do discurso de um mesmo indivíduo num segundo parágrafo é sinalizada por ">>". É correcto empregar esta sinalização?

Obrigado.

Gustavo Rossi São Paulo, Brasil 67K

Há anos venho ouvindo um certo "jargão" utilizado para referir-se a diferenças de saldos, conforme abaixo:

«Olá, você poderia me explicar porque essa fatura de 100 está com saldo de 110 antes do ajuste?

Analista responde:

Ô, sim, me desculpe, é que eu errei e fiz um lançamento A MAIOR do valor original de 100.»

«Olá, você poderia me explicar porque essa fatura de 100 está com saldo de 90 antes do ajuste?

Analista responde:

Ô, sim, me desculpe, é que eu errei e fiz um lançamento A MENOR do valor original de 100.»

Gostaria de saber se essa expressão utilizada de «a maior» e «a menor» está correta, porque sempre dói em meus ouvidos quando ouço as pessoas falando isso. No entanto, ouço dos mais altos cargos, como diretores, gerentes e controllers, que utilizam sem nenhuma censura tal expressão.

Agradeço a atenção e fico no aguardo para um possível esclarecimento.

Fátima Remualdo Professora Braga, Portugal 11K

Gostaria que me esclarecessem se, neste excerto do Sermão de Santo António aos Peixes, são visíveis interrogações retóricas ou, apenas, uma sucessão de frases interrogativas curtas.

«Que faria neste caso o ânimo generoso do grande António? Sacudiria o pó dos sapatos, como Cristo aconselha em outro lugar? Mas António com os pés descalços não podia fazer esta protestação; e uns pés a que se não pegou nada da terra não tinham que sacudir. Que faria logo? Retirar-se-ia? Calar-se-ia? Dissimularia? Daria tempo ao tempo? Isso ensinaria porventura a prudência ou a covardia humana; mas o zelo da glória divina, que ardia naquele peito, não se rendeu a semelhantes partidos.»

Obrigada pela atenção.

Sandra M. Pavlov Brasil 3K

«Haja a jogarmos conversa fora!»

Esta frase é correta, ou seria «haja jogarmos conversa fora!»?

Grata.

Sandra M. Pavlov Brasil 44K

A expressão correta é «vamos e venhamos» ou «venhamos e convenhamos»? Ou outra? Achei a primeira num livro hoje e me pareceu incorreta.

Grata.

Ana Isabel Lopez Arquiteta Toulouse, França 5K

Lo siento no hablo portugués pero visité el Palacio da Pena en Sintra y vi en su capilla una esfera armilar con la divisa SMIDME. ¿Podrían decirme que significa? He buscado en internet y bibliotecas pero no lo encuentro.

Obrigada.

André Redator Fortaleza, Brasil 13K

No Dicionário Enciclopédico de Teologia, do Prof. Arnaldo Schüler (Editora da ULBRA, Canoas, 2002. p. 172), lemos, no verbete édito: «Ordem judicial tornada pública através de editais ou anúncios»; em edito, temos: «Paroxítono. Norma, lei, determinação oficial, decreto, ordem. P.ex.: Edito de Milão (q.v.). No direito romano, complexo de normas jurídicas.» A obra traz, como aponta a abreviatura q. v. (quod vide), o verbete "Edito de Milão".

Dicionários como o Caldas Aulete e o Priberam corroboram as diferenças conceituais apontadas para esses parônimos (não contemplam, todavia, o exemplo "Edito de Milão").

Minha dúvida reside sobre o assim chamado Edito de Milão. Além do compêndio de Schüler, sei que no meio eclesiástico (o "site" do Vaticano é um exemplo), é comum que se empregue o termo paroxítono para se referir ao decreto imperial que deu liberdade de culto a todos no Império Romano em 313, tornando, por conseguinte, o cristianismo uma religião lícita. A língua italiana também faz distinção (vide, p.ex., o Vocabolario Treccani on-line ou o Dizionario di Italiano on-line do Corriere della Sera) entre edito (pronúncia proparoxítona, com o mesmo sentido do nosso acentuado édito) e editto (pronúncia paroxítona, com o mesmo sentido da palavra portuguesa edito).

Gostaria, pois, de confirmar a grafia Edito de Milão (e não "Édito de Milão", como registram alguns textos, a meu ver erroneamente).

Agradeço, desde já, a gentileza da atenção.

Arsénio Sacramento Cascais, Portugal 14K

Qual é a vossa opinião sobre a utilização simultânea dos pronomes vocês e vós num mesmo texto? Seria incoerente empregar vocês como sujeito, a fim de se evitar a conjugação da segunda pessoal do plural, ao mesmo tempo que se utiliza vós nos demais casos, sobretudo como complemento? Passo a apresentar alguns exemplos:

(1) Se [vocês] forem ferozes como eu sou, os miúdos do bairro também terão medo de vós.

(2) Ao contrário de vós, que fazem sempre as coisas à vossa maneira, eu consulto sempre o patrão antes de fechar qualquer negócio.

(3) [Vocês] Acham que mais alguém além de vós vai aparecer na festa?

José António Pinto Assessor Vila Real, Portugal 5K

Gostaria de saber o significado da expressa popular «isso é boca para (pra) barulho».

Obrigado.

Cristina Henrique Editora Lisboa, Portugal 17K

Gostava de conhecer a origem da expressão «Correr Ceca e Meca». Meca terá a ver com a cidade santa muçulmana? E de onde virá «ceca»? E porquê o significado de «andar de um lado para outro»?

Obrigada.