Como se pronuncia o apelido da líder do Bloco de Esquerda: M[ó]rtágua ou M[u]rtágua? A consultora Sara Mourato reflete acerca das circunstâncias em que se pode ou não "abrir" a vogal átona o.
Licenciada em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e mestre em Língua e Cultura Portuguesa – PLE/PL2 pela mesma instituição. Com pós-graduação em Edição de Texto pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, trabalha na área da revisão de texto. Exerce ainda funções como leitora no ISCTE e como revisora e editora do Ciberdúvidas.
Como se pronuncia o apelido da líder do Bloco de Esquerda: M[ó]rtágua ou M[u]rtágua? A consultora Sara Mourato reflete acerca das circunstâncias em que se pode ou não "abrir" a vogal átona o.
Pode-se antepor o adjetivo "livre" ao substantivo – "livre amor", por exemplo? E o que significa essa anteposição para o substantivo?
Com o significado de «teoria que advoga a livre união entre duas pessoas e que recusa o casamento como institucionalização dessa união» (Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa), a expressão é «amor livre», como se atesta na fonte consultada1, com o adjetivo livre colocado após o substantivo amor.
Contudo, é importante refletir acerca da posição dos adjetivos: pré-nominal ou pós-nominal.
Em português, apesar de preponderar a ordem direta dos elementos – substantivo + adjetivo –, a anteposição do adjetivo é aceite, em especial aqueles em que a componente subjetiva e avaliativa é mais forte. Assim, são permitidas expressões como «amor livre» e «livre amor».
De acordo com Cunha e Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo, pág. 341) a sequência substantivo + adjetivo confere ao adjetivo um valor mais objetivo, enquanto a sequência adjetivo + substantivo lhe atribui uma conotação mais subjetiva2, como referido anteriormente, estando, aqui, mais presente nas formas afetivas da linguagem.
Para efeitos de análise, tomemos como exemplo as seguintes frases:
(1) «Na poesia moderna, o autor explorou o tema do livre amor, destacando a liberdade e a expressão emocional sem limitações nas relações humanas.»
(2) «Na poesia moderna, o autor explorou o tema do amor livre, destacando a liberdade e a expr...
Qual é a forma correta "chá-verde" ou "chá verde"?
A forma que encontramos dicionarizada é chá verde, sem recurso a hífen.
A questão talvez se levante por se tratar de um nome + adjetivo. Compostos semelhantes, em algumas situações, fixaram-se na língua com o uso de hífen, como são os caso de diretor-geral, diretor-adjunto, diretor-desportivo, editor-executivo, etc. No entanto, nem o Acordo Ortográfico em vigor nem os seus precedentes definem claras regras para estes casos, o que fragiliza o consenso à volta da questão.
Contudo, nesta expressão em concreto, seguimos aquilo que está estabelecido pela prática e que está consagrado no dicionário há muito tempo, que é a grafia sem hífen. O mesmo acontece com chá preto, que se grafa sem hífen.
Nas redes sociais surgem expressões, trazidas do século XVII, como red flag e green flag que se associam a aspetos negativos ou positivos das relações amorosas. Mas será que a forma aportuguesada destas expressões tem a mesma forma que as expressões inglesas? A esta questão responde a consultora Sara Mourato, num texto onde reflete sobre a origem, uso e aportuguesamento de red flag e green flag e sobre a emergência do termo limerência.
Desde flexões simples de género até termos menos conhecidos, a consultora Sara Moutato explora como os nomes dos animais podem variar de acordo com o sexo, revelando uma riqueza linguística surpreendente.
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