Textos publicados pela autora
Valores explicativo e causal de porque e que
Pergunta: Como distinguir o que explicativo e o que causal?Resposta: O morfema que assume apenas, do meu ponto de vista, um valor explicativo. A conjunção subordinativa porque é que pode ter um valor explicativo ou um valor causal.
Galán Rodriguez (1999)*, uma das autoras que se têm debruçado sobre esta matéria, apresenta a seguinte distinção:
– Orações causais puras (A porque B)
Ex.: Faltei à reunião porque estive doente
– Orações...
O tempo e o modo do verbo depois de talvez
Pergunta: Numa conversa informal com um amigo, que me fez a pergunta «Vamos à praia esta tarde?», surgiu-me a seguinte dúvida na simples resposta com o advérbio talvez: estará correto responder «Talvez vamos», mas também estará correto responder «talvez iremos»?
No «talvez vamos», o verbo ir está no presente do conjuntivo (como o tempo normalmente usual a seguir ao advérbio talvez), poderei também empregar o futuro a seguir ao advérbio...
O verbo falar e o complemento oblíquo
Pergunta: Gostaria de saber que função sintáctica deverá ser atribuída a «de amor», na oração «a canção falava de amor».
Antecipadamente grato.Resposta: De acordo com a atual terminologia linguística em vigor em Portugal, a expressão preposicional «de amor» desempenha a função de complemento oblíquo.
O complemento oblíquo é um complemento do verbo e, por isso, faz parte do predicado. É um sintagma adverbial (cf. 1) ou preposicional (cf. 2–5) e nunca pode ser substituído pela forma dativa do pronome pessoal...
Modificador apositivo do nome, sujeito e complemento direto
Pergunta: Gostaria que me explicassem o seguinte: o modificador apositivo do nome (ex-aposto ou continuado) faz parte do sujeito? Exemplo:
«O Luís, um ótimo aluno da turma X, adoeceu.»
O sujeito é apenas «O Luís», ou é «O Luís, um ótimo aluno da turma X»?
Do mesmo modo, num complemento direto, por exemplo, na frase «Ele comeu uma maçã podre», qual é o complemento direto: «uma maçã», ou «uma maçã podre»? Isto é: o modificador restritivo do nome (ex-atributo) está incluído no complemento direto, ou não?
Muito obrigado e...
«Vê se vês»: análise sintática
Pergunta: A frase «Vê se vês» está correta? Trata-se de um complexo verbal? É uma frase simples?
Obrigado.Resposta: A frase «Vê se vês» é uma frase complexa, porque contém uma oração completiva verbal (interrogativa indireta) introduzida pela conjunção integrante se: «se vês». Vejamos outros exemplos de orações afins:
a) «Descobre se sou eu quem tem o rei de copas.»
b) «O João perguntou se eu ia à reunião.»
c) «Não sei se posso ir.»
Eis alguns exemplos de frases simples que contêm complexos verbais,...
