Pergunta:
Cegalla cita, como exemplo de predicativo do sujeito, a frase «A vida tornou-se insuportável''»(pág. 343). No entanto, logo depois, utiliza a frase «Silvinho acha-se um gênio' (pág. 344) como exemplo de predicativo do objeto.
Qual a diferença entre as construções a ponto de modificar o predicativo?
Na minha análise, as duas possuem predicativos que se referem tanto ao sujeito quanto ao objeto 'se', o qual tem sentido reflexivo. Além disso, 'acha-se' e 'torna-se' são igualmente citados como verbos de ligação (pág 339 e 340). Está certa ou errada a minha lógica? Caso eu esteja correto, há um nome específico para semelhante caso?
Resposta:
A Gramática da Língua Portuguesa (Maria Helena Mira Mateus, et al.,Lisboa, Caminho, 2003) indica a seguinte lista exemplificativa de verbos copulativos – também denominados predicativos, de cópula ou de ligação: andar1, continuar1, estar, ficar, parecer, permanecer, revelar-se, ser, tornar-se.
Também o Dicionário Terminológico da Língua Portuguesa, para exemplificar a definição de verbos copulativos, indica os verbos copulativos mais conhecidos: «Verbo que ocorre numa frase em que existe um constituinte com a função sintática de sujeito e outro com a função sintática de predicativo do sujeito. Costumam listar-se como verbos copulativos os seguintes: ser, estar, ficar, parecer (como em "parecer doente"), permanecer, continuar (como em "continuar calado"), tornar-se e revelar-se.»
Assim, a frase que cita, ''A vida tornou-se insuportável'', insere-se nos exemplos da lista de verbos copulativos apresentados nas obras referidas.
Por outro lado, há os verbos transitivo-predicativos : “Diz-se do verbo que seleciona um complemento direto e um predicativo do complemento direto (é o caso do verbo achar na frase: Achei-a muito simpática.) (in Infopédia , Porto Editora, 2003-2014). “a” é o complemento direto e “muito simpática” é o predicativo do complemento direto.
Na frase «Eu acho alguns locutores&#...