Pergunta:
Gostaria de saber qual a palavra correcta em Portugal: «cartaz» ou «poster».
Obrigado e parabéns.
Resposta:
Devemos empregar cartaz e não "poster". Em Portugal, também se usa cartaz. E antigamente ninguém dizia "poster".
Professor de Português. Consultor e membro do Conselho Consultivo do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Antigo professor do Colégio Militar, de Lisboa; foi membro do Conselho Científico e diretor do boletim da Sociedade da Língua Portuguesa; licenciado, com tese, em Filologia Clássica pela Universidade de Coimbra; foi autor de várias obras de referência (alguns deles em parceria com a sua colega e amiga Cristina de Mello), tais como Gramática de hoje, A Regra, a Língua e a Norma, A Regra, Comunicação e Língua Portuguesa, Minha Terra e Minha Gente e A Língua e a Norma, entre outros. Faleceu no dia 4 de março de 2008.
Gostaria de saber qual a palavra correcta em Portugal: «cartaz» ou «poster».
Obrigado e parabéns.
Devemos empregar cartaz e não "poster". Em Portugal, também se usa cartaz. E antigamente ninguém dizia "poster".
Sou jornalista e gostaria que me explicitassem quando se deve usar "de um" e "dum".
Vejamos as seguintes frases:
a) "Esta é a opinião dum homem sabedor".
b) "O facto de um professor errar não quer dizer que seja incompetente".
c) "A intenção dum homem nota-se mais nas acções do que nas palavras."
d) "A intenção de um homem ser mau nota-se mais nas acções do que nas palavras".
Na frase a) escrevemos dum, porque a preposição de está ligada sintacticamente a "um homem sabedor".
Na frase b), escrevemos de um, porque a preposição de se encontra ligada sintacticamente a "errar", um verbo, e não a "um professor". Isto é, "o facto de (…) errar".
Semelhantemente nas frases c) e d).
Será sempre admissível a contracção da preposição "de" com o artigo definido (ou indefinido)? Por exemplo, poderá escrever-se "a razão do ter convocado..." (em vez de "a razão de o...")?
Reparemos nas frases seguintes:
a) "A intenção do director era outra".
b) "A intenção de o director dizer isso era outra."
Na frase a), a preposição encontra-se, sintacticamente, ligada ao artigo o.
Na frase b), a preposição encontra-se ligada a dizer: "A intenção de (…) dizer."
A regra é esta, como se vê: a preposição de não se contrai com o artigo, quando ela está ligada não ao artigo, mas a uma palavra que venha mais à frente, depois do artigo. Eis alguns exemplos em que a preposição de não se contrai com o artigo:
c) "Apesar de os esforços terem sido…"
d) "O caso de o António ser trabalhador…"
e) A forma de um jovem progredir é…
A contracção ou não contracção da preposição de dá-se também com pronomes e determinantes:
f) "Eu saí antes de ele falar".
g) "Eu saí antes dele."
h) "Apesar de essas palavras não agradarem."
I) "Apesar dessas palavras, continuo na minha."
j) "Além de isso não se concretizar…"
Sou o autor da questão com o tema em epígrafe. Para um completo esclarecimento da mesma, cumpre-me informar que encontrei registado o termo "verossimilhança" na página 2002 (volume 5) de uma obra intitulada "Dicionário contemporâneo da língua portuguesa Caldas Aulete", 5ª edição brasileira novamente revista, atualizada e aumentada pela introdução de termos da tecnologia recente, pelo registro dos vocábulos usados no Brasil e pela extensão dos apêndices por Hamílcar de Garcia; com estudos sobre a origem e evolução da língua portuguesa, sua expansão no Brasil, e uma exposição da pronúncia normal brasileira por Antenor Nascentes. Lisboa, Edições Delta, 1987.
Trata-se de uma obra impressa na "Gráfica Editora Primor, Lda.", no Rio de Janeiro, e foi a ela que me referi (incompleta e, se calhar, impropriamente) como sendo o "Dicionário de Caldas Aulete".Precisada, assim, a referência bibliográfica indicada na pergunta que formulei, resta-me agradecer a atenção dispensada e a existência do vosso "site", que tantas dúvidas me tem tirado.
Muito obrigado.
Em Portugal, usa-se verosimilhança. No Brasil, verossimilhança.
A 3ª. Edição de Caldas Aulete, que é portuguesa, tem verosimilhança.
Na resposta «Informam-se», aparece o já célebre «de que».
No caso vertente, é correcta a sua utilização?
Não deveria ser «Informam-se os alunos que...»?
O correcto é: «Informam-se os alunos de que», porque, quando informamos, informamos alguém de / acerca de alguma coisa.
O verbo informar não é seguido da preposição de, quando se lhe segue o complemento directo: «Já informei que as coisas se tinham passado de outro modo». Mas: «Já informei as pessoas de que as coisas (…)», porque o complemento directo já não é a oração integrante iniciada por «que», mas sim «as pessoas».
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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