Pergunta:
Trata-se de uma questão de prova. Estou em dúvida sobre a análise sintática dessa oração:
«Essa sua sensação, quando acende a luz da sala, de que está interrompendo alguma coisa.»
No caso a oração «de que está interrompendo alguma coisa» é um complemento nominal oracional?
É possível que se trate de uma oração completiva nominal se não existe a oração principal?
Como posso ter clareza de que o que é um pronome nessa oração? O que justifica o fato do que ser um pronome nessa oração?
Obrigada!
Resposta:
O trecho que a consulente apresenta é retirado do texto "Insônia", de Luís Fernando Veríssimo.
Sendo um texto próprio da linguagem literária, o autor se vale da licença poética para pôr o predicado da oração principal* em outro período.
Veja o trecho:
«Essa sua sensação, quando acende a luz da sala, de que está interrompendo alguma coisa. São as poltronas e o sofá fazendo sala, como adultos repassando o dia depois que as crianças foram dormir.»
Agora veja como estaria escrito em linguagem escrita corrente, não estilizada:
«Essa sua sensação, quando acende a luz da sala, de que está interrompendo alguma coisa são as poltronas e o sofá fazendo sala...»
Ignorando-se as orações subordinadas («quando acende a luz da sala» e «de que está interrompendo alguma coisa»), temos a seguinte oração principal
«Essa sua sensação são as poltronas e o sofá fazendo sala...»
Dito isso, como o nome sensação exige um complemento nominal, a oração «de que está interrompendo alguma coisa» é classificada como subordinada substantiva completiva nominal, de modo que o que a introduzi-la só pode ser classificado como conjunção subordinativa integrante.