DÚVIDAS

Sujeito oracional

Nas escolas brasileiras, por algum motivo, os professores não são de indicar a seus alunos que exista o sujeito oracional (falam de todos os outros tipos de sujeito, mas não falam que exista o oracional).

Quando e por que será que começou esse tipo de decadência no ensino brasileiro?

E os demais países e territórios lusófonos, eles também não são de explicar sobre esse obscuro tipo de sujeito na docência regular?

Sujeito oracional é quando a oração principal inteira já é o sujeito, por exemplo: «É proibido colar cartazes!»

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Resposta

Não há uma data nem um porquê para o início dessa falta de nomenclatura para o tipo de sujeito que se apresenta em forma de oração. 

No entanto, em contexto gramaticográfico brasileiro, infere-se que, devido à profusão de nomenclaturas diversas ensinadas em salas de aula de todo o Brasil para os tipos de sujeito até a década de 1950 – dentre elas, a de «sujeito oracional», como vista na gramática de Napoleão Mendes de Almeida –, fez-se necessária, por razões didáticas, em âmbito nacional, a criação da Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), que prevê estes tipos de sujeito desde então: simples, composto, indeterminado; oração sem sujeito. No entanto, sabemos que os gramáticos brasileiros, ignorando certas limitações da NGB, acrescentaram outras classificações, como a de «sujeito oculto» (p.ex., na gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra) ou mesmo a de «sujeito oracional» (p.ex., na gramática de Luiz Antonio Sacconi).

Em Portugal, o Dicionário Terminológico prevê apenas três tipos de sujeito: simples (neste se enquadra também o que se chama no Brasil «sujeito oracional»), composto e nulo

Os demais países lusófonos, por não terem uma nomenclatura gramatical própria, ora usam a nomenclatura brasileira, ora a portuguesa. Portanto, não seria incomum encontrar a classificação «sujeito oracional» em salas de aulas africanas.

Sempre às ordens!

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