Pergunta:
Quando alteramos o género, o número ou o grau de uma palavra (aumentativo, diminutivo), estamos a criar uma nova palavra da mesma família? Já li que ao acrescentarmos o sufixo -inho ou -ito, por exemplo, estaríamos a formar uma nova palavra (derivação), mas também já li o contrário...
Obrigada.
Resposta:
A resposta à pergunta não pode ser taxativa, porque não há consenso sobre estatuto derivacional dos diminutivos.
Quando se fala das formas da flexão de uma palavra – os diminutivos e os aumentativos são muitas vezes mencionados como formas da flexão em grau dos substantivos, a par da flexão em número e género –, não estamos a falar de uma família de palavras. Por exemplo, os plurais gatos ou casas não são palavras, respetivamente, das famílias de gato e casa, mas, sim, formas da flexão (nominal) de plural de, respetivamente, gato e casa, tal como cantamos é uma forma da flexão (verbal) de cantar. À luz do Dicionário Terminológico, destinado ao ensino básico e secundário de Portugal, as categorias de género e grau são também categorias da flexão nominal e são marcadas por variações das palavras. Sendo assim, dir-se-á que gata e casarão são flexões, respetivamente, de gato e casa.
Neste sentido, é preciso notar que existem outras maneiras de conceptualizar a flexão nominal que excluem as categorias de género e grau. Por exemplo, na linguística descritiva, temos o caso da Gramática da Língua Portuguesa (Lisboa, Editorial Caminho, 2003, pp. 929/931), que exclui a categoria de género do conceito de flexão nominal. Também em relação ao grau de nomes e adjetivos, a linguística portuguesa não tem incluído essa categoria na flexão. Por exemplo, a