Textos publicados pelo autor
A expressão «de cabeça para baixo»
Pergunta: Gostaria de saber qual é o uso que a expressão «de cabeça para baixo» tem aqui em Portugal.
É uma expressão que nunca utilizei mas que tenho ouvido nos últimos tempos. O que consegui perceber em pesquisas que fiz foi que será uma expressão brasileira, mas quem a utiliza diz que não.
Obrigado.Resposta: Não é uma expressão especificamente brasileira. Na verdade, tem uso corrente no português de qualquer país lusófono.
Sabe-se que não é exclusivamente brasileira porque ocorre atestada há muito tempo em textos de...
A regência de arribar
Pergunta: Qual a regência de arribar?
É correto escrever «Ele arribou ao Brasil»?
Obrigado.Resposta: É correto dizer ou escrever «ele arribou ao Brasil».
A regência de arribar é com a preposição a, pelo menos, em Portugal. Note-se, porém, que em textos do Brasil pode acontecer que se use em, refletindo o coloquialismo «ir em (algum lugar)». A par do uso de a, o Dicionário Houaiss regista a ocorrência de...
Coartar não vem de quarto
Homofonia e desalinho ortográfico
Em notícia de 20 de maio de 2025 no Jornal de Notícias, dá-se conta de uma decisão drástica da Câmara Municipal do Porto perante «uma tentativa de quartar o espaço e a liberdade de ação, em prejuízo direto do serviço público às populações». O consultor Carlos Rocha explica porque quartar é erro na sequência citada. ...
Um mas de Fernando Pessoa
Pergunta: Gostaria de esclarecer uma dúvida sintática a partir de uma frase escrita por Fernando Pessoa:
«Sim, não há desolação, se é profunda deveras, desde que não seja puro sentimento, mas nela participe a inteligência, para que não haja o remédio irónico de a dizer.»
O trecho que mais me intriga é: «...mas nela participe a inteligência...»
Minha dúvida é quanto à natureza sintática e estilística dessa construção. Em português corrente, eu esperaria algo como: «...desde que nela participe a inteligência» ou «...a não...
A sintaxe do verbo chocar («embater»)
Pergunta: Recentemente, foi-me apontado um erro de regência verbal numa estrutura sintática semelhante a "Duas bicicletas chocam uma na outra". A justificação é a de que o verbo "chocar", com o sentido de "embater" não admite a preposição "em" e que só a preposição "com" é aceitável neste contexto. A única versão possível seria, portanto, "Duas bicicletas chocam uma com a outra".
Consultei o dicionário Houaiss (Círculo de Leitores, 2015) e constatei que o verbo "chocar" pode ser regido de três preposições, nomeadamente "com",...
