Pergunta:
Gostava de saber a diferença, mesmo que fosse muito subtil ou ligeira, entre os termos «história de encantar» e «conto de fadas».
Contexto: «Os contos de fadas/As histórias de encantar nunca se caracterizaram pela sua credibilidade, já que o seu público-alvo são as crianças.»
Mais um: «Eu não tenho nada mais p'ra te dar/ Esta vida são dois dias e um é para acordar/ Das histórias de encantar/ Das histórias de encantar (Viagens, Pedro Abrunhosa – 1994)
Com os meus agradecimentos, queria desejar-lhes um ótimo início do verão.
Resposta:
Nas consultas efetuadas, não encontrámos uma tipologia que trate a diferença entre «história de encantar» e «conto de fadas». Aliás em diversos textos, o conto de fadas é descrito como um género que pode incluir elementos de encantamento, tanto no sentido de produzir maravilha como no de incluir elementos mágicos.
Não obstante, Michelle Simonsen, na sua obra Le conte populaire (Paris: PUF, 1984) propõe a seguinte tipologia:
i. Contos maravilhosos: agrupa os contos de fadas e os seus antinómicos, as bruxas, as feiticeiras, os ogres.
ii. Contos de animais: colocam em cena animais como únicos protagonistas, ou como protagonistas principais.
iii. Contos etiológicos: dão explicações sobre a origem ou causa de determinados fenómenos ligados à natureza, sem preocupação de veracidade («A lua e o sol», «Os três rios»).
iv. Contos faceciosos: contos para rir, em que a paleta do riso se pode alimentar de vária...