Pergunta:
Confrontado recentemente com a lista de nomes próprios admissíveis para o registo civil de recém-nascidos, fui informado de que o nome Dinis poderia ser usado, mas o nome "Diniz" não, por alegadamente corresponder a uma forma arcaica de grafia do nome. Perante as minhas dúvidas, os funcionários do registo civil explicaram que a lista de nomes admissíveis era estabelecida a partir da consulta de especialistas em onomástica, que assim se tinham pronunciado neste caso.
Por outro lado, numa das vossas respostas anteriores (Moniz e Diniz) afirmam que Dinis se escreve com s porque provém do francês Denis. Nesse caso qual é então a origem do nome Diniz? É correto que não possa ser usado como nome próprio?
Muito obrigado pelos esclarecimentos.
Resposta:
D. Afonso III foi conde de Bolonha, em França, antes de ser rei de Portugal. O nome de seu filho D. Dinis é a adaptação do francês Denis e surgiu por influência de S. Dinis, primeiro bispo de Paris.
Durante muitos séculos, não houve ortografia oficial. Os secretários e os copistas escreviam conforme era usual nas chancelarias onde trabalhavam. Esta liberdade deu lugar a que surgissem as grafias "Denis", "Dinis" e "Diniz". As consoantes finais s e z eram facultativas.
Nos nossos dias, em Portugal, existem relações oficiais dos nomes das crianças que podem ser registadas como filhos dos cidadãos nacionais. Nelas se poderá verificar que é Dinis a forma correta, quer à luz do Acordo Ortográfico de 1945, até aqui em vigor em Portugal, quer de harmonia com o novo Acordo Ortográfico.