O que quer dizer, no linguajar mais típico do Porto – e, em particular, da sua gíria mais maliciosa –, «o Benfica joga em casa»? E «boa como milho»? E quando se diz a alguém que tem «olhos de goraz», o que se quer dizer dele? E «meter os baios», o que é? E «dar uma coça de língua»? E que personagem era um tal Basílio de Sousa Noites? E quem era a D. Cármen das Alma? E quem sabia que o tão celebrado Palácio de Cristal, da Invicta, afinal, não existe... desde 1865?
Estas são algumas das 1700 – mais precisamente: 1735 – curiosidades, palavras e expressões do chamado calão tripeiro, recolhidas pelo jornalista Alfredo Mendes, no livro Porto, naçom de falares, já em 2.ª edição, aumentada (Âncora Editora).
Como escreve o escritor e investigador Hélder Pacheco, que assina o prefácio, o livro de Alfredo Mendes é habitado por falares bairristas e, nalguns casos, regionais, que representam «a essência da identidade, a personificação da diversidade, a riqueza lexical e a própria estrutura sintática da língua portuguesa».
Sem travas nem «regras estereotipadas de compêndio», «[com] a imaginação, a inconveniência e a malandrice à solta», a obra inclui igualmente um subcapítulo com algumas bem conhecidas expressões e locais da cidade que se proclama «uma naçom», e uma dezena de histórias testemunhadas pelo próprio autor.
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