Muitos aspectos da diversidade e da riqueza da cultura angolana podem encontrar-se nesta obra da autoria do escritor, poeta, jornalista e ensaísta angolano Óscar Ribas (1909-2004).
Iniciada em Luanda, em 1955, e concluída em Portugal em 1988, editada pela Contemporânea Editora e revista por Luandino Vieira, é o resultado de um profundo trabalho de recolha dos vários elementos da tradição oral em Angola e constitui um precioso contributo para o conhecimento e para o enriquecimento cultural do país. E mostra como o meio ambiente influencia a língua, neste caso, a portuguesa. E como nela são incorporados vocábulos regionais.
Ao recuperar os termos linguísticos utilizados em vários pontos de Angola, Óscar Ribas foi mais longe, realizando e aprofundando pesquisa no âmbito da antropologia, no que respeita aos usos, costumes e tradições angolanas.
É também uma obra que integra a influência do quimbundo, uma das línguas de Angola.
Ao longo de 313 páginas, curiosas expressões e palavras demonstram como podem ser introduzidas inovações na língua portuguesa. Jende é sinónimo de «vaca idosa», mutombo é «toucinho cozido», dongo é uma canoa. E sundo-do-mar é o mesmo que estrela-do-mar. Húmbi, uma espécie de águia. Bugar significa «aldrabar» ou «mentir».
Um dicionário obrigatório para todos os curiosos da língua portuguesa interessados na cultura angolana, com a particularidade de dar a conhecer uma faceta menos conhecida de Óscar Ribas.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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