Com o Dicionário de Insultos, o historiador Sérgio Luís de Carvalho visa reunir, como anuncia a capa do livro, «estranhas origens e bizarras histórias» à volta de 500 insultos. Nesta obra, que prima pela originalidade, podemos encontrar os mais variados insultos e expressões injuriosas que fazem parte do património e, essencialmente, da expressividade da língua portuguesa.
Quem nunca chamou «gandulo» a um «jovem mal comportado» ou «matulão» a uma «pessoa desajeitada e grande»? Quem nunca «deu o braço a torcer» depois de ser teimoso ou fez um «bicho-de-sete-cabeças» em determinada situação complicada? Estes são exemplos de conhecidas expressões, umas injuriosas, outras jocosas, que compõem o dicionário. No entanto, além de insultos e expressões mais convencionais, os mais curiosos podem encontrar no dicionário outros termos talvez mais estranhos. Assim, alguém pode sentir-se insultado se lhe chamarmos «draconiano», ou seja, «alguém que toma medidas demasiado rígidas, demasiado radicais e extremistas»; pouco cortês é certamente «azêmola», aplicado a gente rude e ignorante; e que dizer de «sevandija», designação de «pessoa que explora outro de quem vive às custas»?
Se considera que insultar bem é uma arte, não seja «mandrião» e consulte o dicionário que aqui falamos. Aprenderá, certamente, «apodos, epítetos, apóstrofes, desconsiderações, achincalhamentos, verrinas, ofensas e outros modos de apoucar quem nos azucrina» (cf. capa do livro).
Cf. Como inventar um palavrão?, 20 insultos inconvenientes (e pouco conhecidos…)
N.E. (12/03/2019) – Saiu, em 2019, uma nova edição do livro, revista, aumentada e comentada por Fernando Alvim, humorista, locutor de rádio e apresentador de TV, que, além de acrescentar mais informação acerca dos insultos trol, ou mesmo roscofe, refere e explica mais alguns, como queque, manipanso ou mesmo janota.
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