O Dicionário Sério de Calão, Javardices e Alarvidades é uma obra da autoria de João Pedro George, sociólogo, crítico literário, escritor, tradutor e professor universitário. Publicado pela editora Guerra e Paz em maio de 2024, o livro, como o título sugere, é um dicionário que «reúne as palavras mais javardas, mais fora das marcas, mais completamente grosseiras, mais inconvenientes e indecentes» (pág. 11) que o leitor já encontrou, como por exemplo: corno manso; monstrengo; passaroca; carocho; ir às gatas1; chamuça2; lelo, entre outros.
O dicionário divide-se em 10 secções, e, em cada uma delas, organiza-se alfabeticamente «o calão mais cru, mais directo, mais vulgar e mais escancarado que se conhece» (pág. 11). São elas: (1) «Alarvidades, javardices e boçalidades»; (2) «Bêbedos, bem regados e copofónicos»; (3) «Drogas, drogados e speedados»; (4) «Prostitutas, bordéis e chulos»; (5) «Gatunagem, bandidos e vigaristas»; (6) «Fado, fadista e fadistagem»; (7) «Política, politiqueiros e politiquices»; (8) «Racismo, xenofobia e arroz chau-chau»; (9) «Alforrecas, cabeças de nabo e araújos»; (10) «Gays, borboletas e camionistas».
Ao leitor mais sensível não é aconselhado a leitura desta obra, pois encontrará uma linguagem em estado bruto, irónica e desapiedada, mas, de acordo com o autor, na introdução da mesma, este dicionário constitui um «repositório fundamental e indiscutível do nosso património linguístico e sociológico. E se muitas destas palavras e expressões são recriminadas pela consciência atual e têm hoje uma carga ainda mais negativa, elas são cruciais para qualquer entendimento das dinâmicas de classe e de género» (pág. 14).
1 Presente na secção 4, significa «ir às prostitutas» (pág. 137).
2 Presente na secção 7, chamuça é «referência tremendamente racista ao facto de António Costa, ex-primeiro-ministro, ser filho de um goês […]» (pág. 173).
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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