«A eficácia das vacinas pode estar em causa com a nova variante do SARS-CoV-2, a 'Omicron'. O alerta é do Centro Europeu de Controlo de Doenças.»
RTP Notícias, 27/11/ 2021
«Dois casos da nova variante Omicron no Reino Unido»
Jornal de Notícias, 27 de novembro 2021
Como em todas as anteriores variantes do vírus SARS-CoV-2 , a Organização Mundial de Saúde optou por uma letra do alfabeto grego para a designação oficial da mais recente, B.1.1.529: ómicron.
Sendo uma palavra esdrúxula deve, por isso, ser acentuada no primeiro o¹, com a correspondente pronúncia (acentuação na antepenúltima sílaba, portanto²) – uma regra que não tem sido seguida na comunicação social portuguesa, como se ilustra em cima.
1.No Brasil, o o inicial é acentuado com um acento circunflexo, escrevendo-se, então, ômicron.
² A prolação ómicron (ômicron no Brasil) é forma «consagrada pelo uso», conforme se observava em 1966 no Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves. Este filólogo considerava, no entanto, preferível ómicro «quer por ter mais regular terminação, quer por facilitar [...] a formação do plural: ómicros». A verdade é que ómicron/ômicron (do grego ò mikrón, «o pequeno, ou seja, breve» – cf. Dicionário Houaiss) é a forma que se fixou no uso correto, com os plurais omícrones (com deslocação do acento) e ômicrons (este registado como variante do Brasil; ibidem). Quanto à pronúncia de ómicron, em Portugal, o -n é articulado como segmento consonântico nasal – "ómicrón(e)" (transcrição fonética: [ˈɔmikrɔn]) –, com ambos os oo abertos, recebendo o primeiro o acento tónico. No entanto, dada a tendência de muitos falantes para interpretar esse -n final como sinal de nasalidade vocálica, é aceitável a pronúncia com o nasal: "ómicrõ" [nota atualizada em 05/12/2021] C.R.
P.S. – Escrever-se a palavra com maiúscula inicial – como acontece com as anteriores variantes do covid-19 – é uma questão de opção de estilo de cada órgão de informação. Aqui, no Ciberdúvidas, grafamo-las, sempre, com minúscula inicial.