O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Hoje, escrevo por defeito (e à condição)

«À condição», em vez de «sob condição», e «por defeito» – tradução literal do inglês "by default" – são dois casos de «modismos mais ou menos tecnocráticos e de anglicismos forçados» apontados neste texto do autor, que se transcreve do jornal Público do dia 16/02/2017.

Nossa Senhora das Preces

« (...) Lembre-se a Senhora do que sofre a nossa língua com tanto deletelow cost, shopping, startuptake away and so on. A Senhora sempre falou português com seus pais e familiares e amigos, pois que as santas também vivem como as outras pessoas, exceção feita à santidade. Salve com a sua ajuda todas as palavras postas em perigo porque delas se precisa até para rezar. Apresse-se Senhora e receba a prece. (...)»

[texto transcrito, com a devida vénia ao autor, do bloque "O Chocalho", colocado aí no dia 1 de novembro de 2016.]

Anglicismos de (fácil) equivalência em português

Os anglicismos proliferam na língua portuguesa, fruto da globalização, é verdade – mas, e em grande parte, também, por insensibilidade pelo primado e o bom uso do idioma nacional.

Aos tropeções nos anglicismos do nosso quotidiano

O que nos levará a esta opção linguística, se temos ao nosso alcance a familiaridade da língua materna? Uma forma de exibicionismo cultural? Parecer cosmopolita? Ou provocará o riso, como acontece n’Os Maias?

Salvem-nos o inglês!

«(...) O inglês de Inglaterra passou a ser visto como uma “coisa parecida” com o inglês americano simplificado. Ora é esta “coisa parecida”, que na verdade é a “coisa” original, que agora dizem estar em risco como língua de trabalho na União Europeia (...)»

Perdidos na tradução

O jornalista português Nuno Pacheco debruça-se neste artigo* sobre as situações caricatas que o «vírus do anglicismo» provoca em Portugal, propagando-se muito além do que é admissível».

 

* in jornal Público  do dia  29/04/2016, com título original "Perdidos na tradução". Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945

É o <i>lifestyle</i>, <i>stupid</i>

«(...) Novos mistérios cosmopolitas surgem todos os dias, sempre vestidos à inglesa, como winelovers espalhados pelo lounge a discutir o último jantar vínico num espaço underground. Quase os conseguimos ouvir gabar a experiência fine dinning e o chill out do seu próprio lifestyle. Ouvimos, sim, mas não é fácil perceber. (...)»

Trabalho jornalístico publicado na revista do semanário Expresso de 22/01/2016, à volta do vocabulário que caracteriza o cosmopolitismo contemporâneo, inçado de excessos de anglicismos e não só, nos usos da língua em Portugal por estratos sociais mais contaminados por um certo «novo-riquismo lexical», como o define o linguista João Valente, ouvido neste artigo que transcrevemos na íntegra, a seguir, com a devida vénia aos autores e ao jornal português.

Reflexões sobre a linguagem hodierna

Texto publicado no Público de 27/12/2015, da autoria Manuel Matos Monteiro, sobre a anglicização do discurso que endeusa a tecnologia.

Em busca de uma tradução para o inglês <i>membership</i>

Um dos nossos consultores – Luciano Eduardo de Oliveira – confrontou-se com o seguinte problema de tradução: «[Num texto alemão] que estou a traduzir aparece muito a palavra Mitgliedschaft, equivalente ao inglês membership e ao espanhol membrecía. Na maioria das vezes dou voltas à frase para evitar o problema, mas pergunto-me se não há mesmo um termo em português para isso. Pensei em filiação, mas às vezes essa palavra também não cabe.» Em busca de uma tradução adequada das palavras em causa, entre elas membership, outro consultor, Gonçalo Neves, elaborou o comentário que adiante se apresenta.

<i>Cluster</i>, um anglicismo intraduzível?

Como termo de certas áreas especializadas, o anglicismo cluster não é nenhuma novidade: aparece há alguns anos em português, tal como sucede noutras línguas românicas (por exemplo, espanhol ou francês). Disto mesmo dão prova os dicionários monolingues em linha, que já registam a palavra, definindo-a genericamente como «aglomerado de coisas semelhantes» (ver cluster no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa ). Estas fontes incluem ainda os usos de cluster nos âmbitos cientifico e técnico: em linguística, «grupo de duas ou mais consoantes seguidas»; em informática, «unidade de armazenamento num disco» (ibidem; ver também o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, disponível na Infopédia). Igualmente na informática, cluster pode também intrometer-se no discurso em português, com outra  aceção possível em inglês: «conglomerado de computadores» (Dicionário Inglês-Português da Porto Editora, na Infopédia).