Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Conversa de merda
A derivação no campo lexical da escatologia

«“Merdar” faz falta por ser explícito. Dizer que "se vai fazer merda" é invocar outra ordem de assuntos. O que se há-de fazer?» Interroga-se, em tom jocoso, o escritor Miguel Esteves Cardoso, acerca da derivação de palavras no campo lexical da escatologia (ou seja, da «alusão aos temas das fezes, da imundície, da obscenidade», conforme definição da Infopédia).

Crónica incluída no jornal Público em 25 de maio de 2021.

Afinal, existe ou não existe erro de português?
Linguística e gramática normativa

Em artigo publicado no mural Língua e Tradição no Facebook em 23 de maio de 2021, o linguista brasileiro Aldo Bizzocchi assinala que «[u]m dos pontos de maior tensão entre linguistas e gramáticos é a questão do chamado erro de português» e acrescenta: «A polêmica sobre esse assunto é tão grande que alguns linguistas chegam a taxar a gramática normativa de elitista e opressora, assim como certos gramáticos acusam a linguística de ser uma espécie de vale-tudo em matéria de língua.»

Morram as pandemias!
Verbo no presente do conjuntivo ≠ interjeição

A questão à volta da flexão do presente do conjuntivo do verbo viver seguido de um substantivo no plural retomada neste texto da professora Maria Regina Rocha, suscitado pelo título de uma crónica do provedor do leitor do jornal Público, do dia 1 de maio de 2021: Vivam as pandemias!

 

 

Ensinar <i>Os  Lusíadas</i>: a mitificação da língua portuguesa
A alunos do 7.º ano de escolaridade, em Portugal

O privilégio de «ser professor de Português» e a importância do ensino da obra maior de Luís de Camões, Os Lusíadas, descrito neste texto de Lúcia Vaz Pedro, docente do Ensino Secundário, em Vila Nova de Gaia.

O adjetivo <i>preto</i>
Da cor à ideologia

Na sua crónica divulgada no programa programa Páginas de Português, a professora Carla Marques aborda os significados do adjetivo preto, desde a sua relação com a cor às ideologias que pode veicular na comunicação: uma reflexão motivada pela polémica suscitada em Portugal, por causa de uma notícia da agência Lusa em que uma deputada foi identificada pela cor da pele.

 
*Crónica emitida no programa Páginas de Português, na Antena 2, do dia 23 de maio de 2021.

 

Amar a língua até a asfixiar?
Diversidade linguística e micrologia

«As línguas que têm ortografia unificada continuam a ter registos diversos e as que não têm ortografia unificada continuam a ter um idioma-padrão compreendido por toda a gente.Não é megalomania entender esta realidade.» Réplica do historiador e político Rui Tavares a uma nova crónica de Sérgio Rodrigues (Folha de S. Paulo, 19 de maio de 2021) e a um artigo de Nuno Pacheco (Público, 20 de maio de 2021), no contexto do debate à volta do sentido que tem atualmente a ideia de lusofonia e de unidade linguística.

Crónica incluída no Público de 21 de maio de 2021.

Hugo Godinho (Vermelho)
Em causa uma identitificação noticiosa pela cor da pele

O humorista português Ricardo Araújo Pereira comenta o caso ocorrido com uma notícia da agência Lusa em que uma deputada era identificada como «preta»– em crónica publicada na revista Visão em 20 de maio de 2021.

Como se ensina uma língua pluricêntrica?
Variações da língua

Uma língua língua pluricêntrica, como é o português – lembra a  linguista brasileira Edeleise Mendes *  – «significa o reconhecermos em toda a sua diversidade, como língua de muito(a)s, não apenas no espaço dos países que o têm como língua oficial, mas também incluindo a sua grande diáspora, além dos seus falantes como língua não materna, cada vez em maior número. Isso implica que em cada espaço onde a língua portuguesa se desenvolveu, a ela foram-se agregando novos elementos, linguísticos e culturais, decorrentes das características geográficas, sociais e culturais locais, bem como do contato com muitas outras línguas que com ela convivem.»

*Crónica escrita e lida para a emissão de 16 de maio de 2021 do programa de rádio Páginas de Português, na Antena 2 . Imagem de br.freepik.com (17/05/2021).

O brasileiro já é a língua do Brasil?
Presente e futuro da lusofonia

É tempo de o português do Brasil se tornar a língua brasileira? O jornalista e escritor brasileiro Sérgio Rodrigues diz que sim, em crónica publicada na Folha de S.Paulo (12 de maio de 2021), mas o historiador e político português Rui Tavares acha que não (Público, 14 de maio de 202).

Duas posições que, podendo ser antagónicas, concordam como indícios de que algo não corre bem no seio da chamada lusofonia.

Incluiu-se também o que, a propósito desta troca de argumentos, escreveu o jornalista Nuno Pacheco no jornal Público, de 20 de maio de 2021, assim como, sobre esta mesma querela, o texto Afinal, existe 'língua brasileira'?, da autoria do professor Sérgio Nogueira.

Ainda dá para salvar a lusofonia?
Tempo de soarem os alarmes

«Uma decisão intempestiva de autonomizar oficialmente parte da língua portuguesa teria também de ter origem num governo nacional (por ação, no caso do Brasil; por omissão, no caso de Portugal) [...] não mudaria em nada a intercompreensão entre as centenas de milhões de falantes da língua mas [...] teria um impacto desastroso para o português do ponto de vista da sua estratégia internacional.» A observação é do historiador e político português Rui Tavares, como reação à crónica do jornalista e escritor brasileiro Sérgio Rodrigues, que, na Folha de S. Paulo (12 de maio 2021), defendeu a proclamação, como língua independente, do português falado e escrito no Brasil (ler aqui).

Crónica do jornal Público em 14 de maio de 2021.