Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa
A falta da preposição numa publicidade da McDonald’s
O recorrente tropeção na regência do verbo gostar

A recente publicidade a um dos seus produtos alimentares não prima pelo bom português ao afirmar sobre um determinado hambúrguer que nele se encontra «A América que mais gostas está aqui», como sinaliza a professora Carla Marques neste apontamento crítico. 

«Quão expectável é?»
As construções «é suposto» e «é expectável»

«Em inglês tem de se dizer we're supposed to go to the theatre. Mas, por retroacção sintática do «é suposto», ouço portugueses a dizer em inglês, erradamente, "it's supposed that we go to the theatre".» Em crónica incluída na edição de 30 de março de 2021 do jornal Público, o escritor Miguel Esteves Cardoso  debruça-se criticamente sobre a moda do «é suposto» e do «é expectável».

 

Beirofobia
A pronúncia das Beiras em Lisboa

«Os beirófobos, devem saber que os nossos “s” e os nossos “z” são consoantes sibilares, invés de “j”, muito mais parecido aos “s” nossos vizinhos – jamais amigos e muito menos hermanos – castelhanos.» Crónica do especialista em marketing e gestor Narciso Antunes sobre as atitudes com que se confrontam os naturais da Beira por causa da pronúncia regional.

Crónica publicada no  jornal digital Observador em 22 de março de 2021.

Confinar e desconfinar
Os verbos da pandemia

Confinar e desconfinar poderiam ser considerados os verbos da pandemia. A professora Carla Marques propõe uma viagem à sua formação e à evolução dos seus sentidos, na sua crónica emitida no programa Páginas de Português do dia 28 de março, na Antena 2

Em defesa da aula (presencial)
O habitat natural do professor de humanidades

«A ideia deste artigo é defender uma forma específica do ato de ensinar fundante. Assim como o locus icónico do cientista da natureza é o seu laboratório, o habitat natural clássico do professor de humanidades é a sala de aula.» Assim se refere o investigador Roberto della Santa ao ensino presencial no contexto universitário, ao mesmo tempo que tece críticas ao ensino à distância.

Artigo de opinião incluído na edição de 28 de março de 2021 do jornal Público

<i>Noctivagia</i>
Um horário "do contra"

«A minha noctivagia – como é que esta palavra não existe? – era mais diurnofobia do que outra coisa.» Miguel Esteves Cardoso, recordando o seu passado noctívago, emprega os neologismos "noctivagia" (interpretável como «hábito ficar acordado durante a noite») e "diurnofobia" (interpretável como «aversão ao dia»), entre outros termos menos correntes mas com registo dicionarístico como nictofobia («medo mórbido da noite ou da escurdidão») e uranofobia («medo doentio do céu»).

Crónica incluída no jornal Público, em 27 de março de 2021. Manteve-se a norma ortográfica de 1945, seguida no texto.

Em defesa do dicionário
Uma ferramenta poderosa

«Consultar o dicionário não é uma chatice que interrompe o curso de sua leitura; é, na verdade, um indício de que você está lendo com a inteligência desperta a ponto de distinguir as coisas que você entende das que não entende, as coisas que você conhece das coisas que não conhece.»

Apontamento que o tradutor e revisor de textos William Cruz publicou no mural Língua e Tradição no Facebook em 21 de fevereiro de 2021.

Parceiros sociais vão ter manual para dialogar de forma
A linguagem inclusiva nos organismos oficiais de Portugal

População trabalhadora, em vez de «os trabalhadores», pessoas desempregada em substituição de «os desempregados» e grupo de pensionistas no lugar de «os pensionistas» são algumas das propostas constantes do novo manual de comunicação do Conselho Económico e Social, visando a neutralidade linguística e inclusiva.  As razões destas alterações, ainda em discussão (polémica) interna no organismo de concertação social português, segundo o respetivo presidente, o sociólogo Francisco Assis – nesta notícia assinada pela  jornalista Rosa Pedroso Lima, publicada no semanário Expresso de 12 de março de 2021 .

 

 

A intérprete da pronúncia
Os sotaques do Brasil na voz de Elis Regina (1945-1982)

«Brincava com a voz, cantava rindo, chorando, resmungando, imitando vozes e sotaques, da impostação à la Ângela Maria ao caipirês de Renato Teixeira e ao bexiguês de Adoniran Barbosa. Da dicção afetada das socialites ao timbre rouco de Louis Armstrong, tudo era pretexto para um malabarismo melódico-rítmico-fonético. Elis explorou como poucos as potencialidades da voz e fala humanas ao cantar. Mas, além das vozes e sotaques que simulava, tinha sua própria pronúncia, que evoluiu ao longo da carreira, confirmando o traço camaleônico de sua personalidade.» — escreve* o linguista Aldo Bizzochi nesta evocação da cantora brasileira Elis Regina (1945-1982), que, além do talento musical, mostrava uma admirável flexibilidade na apropriação de traços regionais  do português do Brasil.

Publicação do blogue Diário de um Linguista em 19 de março de 2021.

Por uma Comunidade de Cidadãos de Língua Portuguesa
A propósito da circulação de livros na CPLP

«A leitura em suporte impresso é, e continuará a ser, fundamental para a formação de cidadãos, i. e., indivíduos pertencentes a Estados livres, com direitos e obrigações civis e políticas. E, no entanto, a produção e livre circulação de livros na CPLP estão longe de ser realidade.» Considerações da linguista Margarita Correia, que, a pretexto da dificuldade em comprar edições do Brasil em Portugal, propõe a criação de Comunidade de Cidadãos de Língua Portuguesa, como forma de possibilitar aos países da CPLP a produção e o acesso a livros e bens culturais. Artigo publicado no Diário de Notícias em 15 de março de 2021.