Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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A língua portuguesa como questão de Estado

 

O Estado português está a tratar a questão da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS) apenas nos planos técnico e administrativo, como sugerem declarações de responsáveis do Ministério da Educação e notas oficiais divulgadas no seu «site». Porém, a Língua Portuguesa é uma questão de Estado e existem fortes razões políticas que justificam a actuação do Governo ao mais alto nível.

 

Ainda a TLEBS

A polémica em torno da TLEBS ressente-se aparentemente da muito comum situação portuguesa relativa a alhos e bugalhos...

Os defensores da terminologia invocam o rigor científico da sua elaboração à luz da situação actual das teorias e investigações linguísticas; os críticos apontam os inconvenientes que tal mutação (seja em si própria, seja na forma de aplicação) apresenta para o ensino do Português no sensível período do secundário.

A adopção dos novos manuais de Português do 8.º ano, adaptados à nova Terminologia Linguística do Ensino Básico e Secundário (TLEBS), foi suspensa, pelo menos por um ano, pelo Ministério da Educação. A decisão, antecedida de negociações sobre a matéria, foi comunicada às duas principais associações de editores de manuais, numa nota onde se...

A Nova Terminologia Linguística (NTL neste parecer) tem estado submetida a críticas severas, numa controvérsia muito participada. Na janela Controvérsias de Ciberdúvidas, onde estão coligidos vários pareceres publicados, pode avaliar-se como o assunto tem preocupado os interessados. Ora depois de vários meses de estudo da NTL, de ter assistido ao seu último congresso e lido as muitas opiniões pró e contra que sobre o assunto foram publicadas, a opinião final com que fiquei, sem a pretensão de...

     Em declarações1 ao enviado da RTP-1 que acompanha a visita do Presidente da República português à Índia, Cavaco Silva, falando em Goa, referiu-se à flexissegurança (o conceito de mobilidade do mercado de trabalho sem desproteger os trabalhadores), tendo aquela palavra aparecido escrita em legenda da seguinte forma:fexis...

Já vimos que o discurso publicitário recorre frequentemente a “charadas gráficas”, a combinações de símbolos que exigem decifração e que apelam ao lado visível e auditivo das palavras.

Veja-se o exemplo: «i9 (produto TMN). Condensa-se aqui a instigação a uma atitude muito valorizada socialmente: «inove». Capta-se o interesse do consumidor através de uma criação inusitada e divertida.

Em boa hora apareceu a entrevista da jornalista Bárbara Wong ao director-geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular, no dia 5 de Janeiro, porque através dela ganhámos a certeza de que o ensino continua em boas mãos, nomeadamente no que se refere à disciplina de Português.

«Filipa tem chamado à atenção do marido para o peso excessivo», escrevia-se no jornal 24 Horas, de 9 de Janeiro p.p.

Escrevia-se mal: chamar alguém à atenção é uma forma de dizer que se chama alguém para que preste atenção; e pode também significar repreender, advertir, admoestar. 

«A economia portuguesa ainda funciona de uma forma tradicional (…); são empregos de âmbito tradicional e não vão de encontro às novas licenciaturas».

Fátima Campos Ferreira, a apresentadora do programa “Prós e Contras” da RTP-1 (8 de Janeiro de 2007), ainda confunde o inconfundível: de encontro a significa «contra» («Ele foi de encontro à parede»), enquanto ao encontro de significa «em consonância com», «de acordo com» («a proposta veio ao encontro dos meus desejos (...)

Chegados ao Natal e Fim de Ano, somos confrontados com as tristes notícias sobre acidentes rodoviários, feitas fundamentalmente com base em balanços do número de mortos e feridos graves nas estradas portuguesas.

Daqui é possível retirar breves exemplos de como o discurso dos “media”, muitas vezes, em vez de actualizar a norma padrão da língua e o registo corrente, ora se tenta aproximar do discurso da ciência (sob a égide do rigor e da objectividade), ora é permeável a dizeres perfeitam...