Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Intervenção do professor universitário Carlos Reis, em representação da Fundação José Saramago, na sessão de exéquias do Nobel português de Literatura, no dia 20 de Junho de 2010.

No contexto do Campeonato Mundial de Futebol de 2010, a decorrer na África do Sul, a comunicação social portuguesa deu súbita proeminência a uma pequena cidade. Por um lado, porque é aí que se encontra alojada a selecção de Portugal. Por outro, porque a cidade, de seu nome Magaliesburg, em africânder e inglês, foi espontaneamente aportuguesada como Magaliesburgo. É...

A propósito da crise mundial, alguns teóricos têm chamado a atenção para aquilo que apelidam de «desacoplagem da área financeira» da chamada economia real. Com este conceito pretende-se dizer que a finança criou, em gabinete, aplicações, na gíria chamam-se produtos, de tal modo complexos, na gíria chamam-se estruturados, e distantes da realidade das empresas e do mercado, que perderam a ligação à chamada economia real.

O economês no seu pior

No (bom) jornalismo, entre dois sinónimos – um que a maioria dos leitores conhece e outro que a maioria dos leitores não conhece –, opta-se sempre pelo mais conhecido. Entre dois vocábulos similares – um vocábulo em linguagem portuguesa corrente e um vocábulo culto em língua estrangeira –, só por pedantismo se prefere a fineza do étranger. A escrita narcísica, exibicionista de uma putativa erudição, pode reconciliar muitos egos, mas dificulta a compreensão do texto e reduz o número de leitores. (...)

A vuvuzela dos anglicismos

Gosto da vuvuzela, a palavra. Anteoiço a cacafonia. Se tudo ficasse na oficina artesanal do homem que a inventou, junto aos capacetes de mineiro acrescentados com adornos e cores chibantes, sublimando a escondida e subterrânea saga do ouro, que bela empresa seria! A oportunidade de negócio impôs a sua reprodução em plástico e a vuvuzela inundou o mercado. Quem irá, agora, aos quintais dos artífices, nos subúrbios de Joanesburgo, as townships, saber da sua estória e ver como se faz?

Agradeço, antes de mais, a leitura atenta que Francisco Miguel Valada fez do meu texto. Não pude deixar de reparar que, ao comentá-lo, digamos assim, cumpriu escrupulosamente todas as regras do Acordo de 1945 e acertos seguintes, embora me não conste que, não o fazendo, fosse submetido a algum tipo de punição.

Na sua edição de 12/05/2010,1 o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa chamava a atenção para um artigo da sua consultora Edite Prada [cf. "Acordo ortográfico: uma visão global"]2.Não fora es...

Em texto enviado ao Ciberdúvidas, Francisco Miguel Valada, autor de Demanda, Deriva, Desastre – os três dês do Acordo Ortográfico (Textiverso, 2009), tece críticas a "Acordo ortográfico: visão global", artigo da nossa consultora Edite Prada publicado, em separata, no n.º 22 do boletim Profalmada, da Associação de Professores do Concelho de Almada (APCA). A autora em causa dá-lhe réplica.

Trabalho perto do Chiado, em Lisboa. Tenho, por isso, o hábito e o privilégio de almoçar em alguns daqueles simpáticos restaurantes que se encontram espalhados pela Calçada do Combro.

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É próprio do devir das sociedades haver momentos de crise e manifestações de rua. Ora, hoje, a comunicação social portuguesa, favorecendo a poupança de caracteres, reduz qualquer manifestação a uma "manif", forma de origem francesa, segundo o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa. Que há de errado com as...