Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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O economês no seu pior

No (bom) jornalismo, entre dois sinónimos – um que a maioria dos leitores conhece e outro que a maioria dos leitores não conhece –, opta-se sempre pelo mais conhecido. Entre dois vocábulos similares – um vocábulo em linguagem portuguesa corrente e um vocábulo culto em língua estrangeira –, só por pedantismo se prefere a fineza do étranger. A escrita narcísica, exibicionista de uma putativa erudição, pode reconciliar muitos egos, mas dificulta a compreensão do texto e reduz o número de leitores. (...)

A vuvuzela dos anglicismos

Gosto da vuvuzela, a palavra. Anteoiço a cacafonia. Se tudo ficasse na oficina artesanal do homem que a inventou, junto aos capacetes de mineiro acrescentados com adornos e cores chibantes, sublimando a escondida e subterrânea saga do ouro, que bela empresa seria! A oportunidade de negócio impôs a sua reprodução em plástico e a vuvuzela inundou o mercado. Quem irá, agora, aos quintais dos artífices, nos subúrbios de Joanesburgo, as townships, saber da sua estória e ver como se faz?

Agradeço, antes de mais, a leitura atenta que Francisco Miguel Valada fez do meu texto. Não pude deixar de reparar que, ao comentá-lo, digamos assim, cumpriu escrupulosamente todas as regras do Acordo de 1945 e acertos seguintes, embora me não conste que, não o fazendo, fosse submetido a algum tipo de punição.

Na sua edição de 12/05/2010,1 o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa chamava a atenção para um artigo da sua consultora Edite Prada [cf. "Acordo ortográfico: uma visão global"]2.Não fora es...

Em texto enviado ao Ciberdúvidas, Francisco Miguel Valada, autor de Demanda, Deriva, Desastre – os três dês do Acordo Ortográfico (Textiverso, 2009), tece críticas a "Acordo ortográfico: visão global", artigo da nossa consultora Edite Prada publicado, em separata, no n.º 22 do boletim Profalmada, da Associação de Professores do Concelho de Almada (APCA). A autora em causa dá-lhe réplica.

Trabalho perto do Chiado, em Lisboa. Tenho, por isso, o hábito e o privilégio de almoçar em alguns daqueles simpáticos restaurantes que se encontram espalhados pela Calçada do Combro.

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É próprio do devir das sociedades haver momentos de crise e manifestações de rua. Ora, hoje, a comunicação social portuguesa, favorecendo a poupança de caracteres, reduz qualquer manifestação a uma "manif", forma de origem francesa, segundo o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa. Que há de errado com as...

Como é sabido, as línguas têm aquilo a que chamamos de “falsos amigos”. Pela semelhança que alguns vocábulos de uma língua apresentam com outra, há a tendência para os associar de imediato, considerando que significam a mesma coisa. Quando estudamos uma língua estrangeira, isso acontece com frequência.

Extrato do poema Evocação do Recife, in Antologia Poética  – Manuel Bandeira, Editora Nova Fronteira,  Rio de Janeiro, 2001.

A língua como ‹‹ovo das galinhas de ouro››
Visões e modulações de uma língua literária riquíssima

«A literatura, espaço natural da liberdade e fator de subversão de tudo o que parece adquirido, constitui a mais legítima, pertinente e coerente proposta para revermos o passado, avaliarmos o presente e perspetivarmos o futuro. O nosso e o dos outros, eventualmente convertidos a uma lusofonia que será sobretudo uma designação de conveniência, sem preconceitos nem pressupostos.»

 

Artigo do professor universitário português Carlos Reis, publicado no quinzenário Jornal de Letras, Artes e Ideias n.º 1003, que aqui se transcreve na integra, por deferência do autor. Texto escrito no original já segundo as novas regras do Acordo Ortográfico