Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Começando por transcrever uma crónica publicada no quinzenário português Jornal de Letras, Artes e Ideias ("Um cê a mais", de Manuel Halpern), a poetisa angolana Ana Paula Tavares aborda aqui a nova grafia do português na sua rubrica Nossas Vozes. Crónica emitida na RDP África, no dia 13 de Outubro de 2010.

«Um cê a mais

«Se o disparate pagasse imposto, o Acordo [Ortográfico] de 90 chegava para liquidar a dívida pública [portuguesa]», insurge-se o director adjunto do Público, em crónica editada no dia 18 de Outubro de 2010.

O Oporto Football Club, talvez inspirado em Saint George, o piedoso filho de Lord Albert of Conventry, o vero e true, não o Jorge Nuno, espalhou por todo o country uma Dragon Force, termo genérico para umas primary schoolls de football. Eles ensinam a lot, quer dizer, ou, I mean, muitas coisas ligadas a essa arte maior que é o jogo da bola, game of the balls.

 

Apicanta, terceira pessoa do presente do indicativo do verbo apicantar: esta surpreendi-a recentemente num anúncio de página inteira da edição de 23 de Setembro do Metro que reclama para si o título de maior jornal diário gratuito do mundo, comprovado pelo Guinness World Records. O anúncio rezava assim: «Tudo o que sempre quis saber sobre o sexo… mas tem vergonha de perguntar. Com entrevistas exclusivas feitas pela equipa editorial Global Metro, o Metro apicanta o próximo dia 27 de Setembro.»

Girando à roda dos modismos da linguagem e relacionando-o com o universo de uma determinada época, a crónica «Antigamente I», extraída da obra Quadrante, do poeta e cronista brasileiro Carlos Drummond de Andrade, reflecte sobre o tempo de uma vasta bateria de palavras e das expressões idiomáticas/frases feitas que foram relegadas ao esquecimento e que se foram perdendo.


Convivi recentemente durante 10 dias seguidos às vezes 10, 12 ou mais horas por dia com um grupo de 30 pessoas: 6 portugueses e 24 brasileiros. Tive assim oportunidade de perceber de perto as diferenças de uso do léxico entre falantes e escreventes do português dos dois lados do Atlântico. Sem que as mesmas, porém, tenham, em algum momento, impedido a nossa comunicação.

Um extracto do Dicionário de Paixões do escritor português João de Melo, sobre a «instituição secreta» do erro ortográfico.

Não conhecem o erro ortográfico?

O maior deles é irreversível. Consiste em não o (re)conhecermos. E esse irreconhecimento fez dele uma instituição secreta.

Crónica do jornalista português Ferreira Fernandes, publicada no Diário de Notícias de 15 de Setembro de 2010, acerca daquilo que pode originar uma (divertida) metátese

 

Equívoco 1 Quando está um dia de sol, dizemos que está um dia "solarengo".
Verdade Quando está um dia de sol, dizemos que está um dia soalheiro.

Equívoco 2 Cada um dos caracteres tipográficos designa-se "caracter".
Verdade Cada um dos caracteres tipográficos designa-se carácter.

Equívoco 3 A palavra "açoreano" escreve-se com E, porque deriva de Açores.
Verdade A palavra açoriano escreve-se com I, porque à base açor se associou o sufixo -iano.

(...)

Língua materna vs. língua madrasta. Uma proposta de paz

O escritor angolano José Eduardo Agualusa reflecte sobre a rápida expansão do português em Angola, após a independência, propondo o uso dos idiomas nacionais na literatura desse país.