Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Autorretrato de professora

Compêndio de Gramática Portuguesa, de Nunes de Figueiredo. Era este o meu livro de cabeceira durante a minha infância, que acalentava o meu sonho de vir um dia a ser professora. Qual romance histórico ou romântico, urbano ou realista! Eram os verbos e as orações que me faziam sonhar!

Sempre acreditei que o meu caminho profissional passaria pelo ensino. O ensino da gramática, nua e crua. Bem sei que parece loucura, mas sempre me interessaram as especificidades e vaidades desta língua que é tão minha, tão portuguesa, por meio da qual expresso o que me vai na alma, as minhas emoções, sonhos e ambições!

A jurisprudência do palavrão

Quando é que as denominadas «subtilezas de linguagem» e demais «expressões rudes» – vulgarmente conhecidas como insultosinjúrias – (não) são tidas como mera «muleta de linguagem» no entendimento dos tribunais chamados a pronunciar-se? E qual é a fronteira, para a jurisprudência portuguesa, para além da qual se ultrapassa o simples «calão grosseiro proferido como desabafo»? Um caso recente e muito mediático envolvendo o marido da ministra das Finanças portuguesa propiciou este levantamento de casos judiciais similares, num trabalho da jornalista Ana Henriques, saído no diário Público do dia 16 de julho p.p.

A despedida

Versos do poeta português António Correia de Oliveira (1879-1960), a propósito do amor e das maneiras de dizer adeus em português. Agradecemos à consulente Paula Cravo o ter-nos sugerido a disponibilização deste texto.

Crónica do autor sobre a deturpação da palavra anomalia, colhida numa irritação provocada no caótico trânsito da cidade de Luanda,

[Publicada na coluna "Professor Ferrão" do semanário luandense Nova Gazeta de 15 de julho de 2015, à volta dos usos do português em Angola e com o título "Vejo muitas "Anormalias""]

As muitas formas de dizer adeus

Um artigo do linguista brasileiro Aldo Bizzocchi, publicado em 29/06/2015, no blogue associado à edição em linha da revista Língua Portuguesa, no qual o autor confronta as fórmulas de despedida em português com as de outros idiomas: «as fórmulas de despedida sempre contêm algo de esperançoso: o desejo do reencontro, o de que quem parte o faça em paz e o de que Deus guie os passos do viajante.»

Ditosa língua

«O português carregará ainda alguma febre imperial no corpo e é natural que desconfiem dele. Mas acontece que a repressão é mecânica e a língua é biológica. Se chega às terras de outros povos na bagagem do colonizador, em breve sai e se desnuda e se alimenta, e adormece e procria. As armaduras ficam no chão, enferrujadas, podres. A formação orgânica progride.»

 

 

[texto lido pela escritora portuguesa Hélia Correia na entrega do Prémio Camões que lhe foi atribuído por unanimidade do júri, para o presente ano de 2015, no qual confessa a sua  «paixão pela língua portuguesa [que] cega não será, superlativa muito menos [, mas] rica, porque vem das boas famílias dos antigos e o que recebeu multiplicou». A cerimónia realizou-se em Lisboa, no dia 7 p.p., e  o texto, lido na altura, transcrevemo-lo do jornal “Público”.]

Um cubico sem aspas

«Todos naquele cubico são mbora boa gente*. E muitos sabem disso. Podiam andar sem aspas, mas parece que ainda não chegou o tempo. Gírias e calões só na informalidade. Na escola e no trabalho são, por recomendação, evitados. O que me alegra é saber que pelo menos têm terra e são angolanos.»

Assim se refere Edno Pimentel à gíria luandense, que integra um sem-número de palavras de origem banta (do quimbundo e do chócue), contribuindo para definir cada vez mais a identidade do português falado em Angola. Crónica publicada no semanário Nova Gazeta, em 9 de julho de 2015.

* Para os significados de cubico e mbora, consultar o glossário associado ao texto integral.

A saudação «Boas!»

Crónica do escritor português Miguel Esteves Cardoso sobre uma fórmula de saudação que está a disseminar-se coloquialmente, no português de Portugal. Transcrição da sua coluna no jornal Público, em 9 de julho de 2015.

O fantasma dos “biliões” na economia angolana

Aqui há dias, juntou-se à grelha de programas da TPA um “Especial Informação” e, como se previa, os fantasmas voltaram à acção.

A princípio, o debate parecia muito monótono, dava tempo para tirar água às azeitonas, pois nada se perdia. Era fatídico, até mesmo para os olhos, assistir àquele painel de blá-blá-blá...

 

A escorregadela no “explôda”

«(…) O  que é que esta Europa pretende, se pretende que tudo isto explôda, pode ser… Ou então encontrar uma solução para que a Grécia possa estar num quadro mais fácil.»

António Esteves Martins, correspondente da RTP, em Bruxelas, Telejornal da RTP, 5/07/2015